google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 VIDA NATURAL

ANUCIOS

segunda-feira, 28 de maio de 2018

O Cultivo Orgânico do Feijão Vagem



O feijão-de-vagem (Phaseolus vulgaris) é planta originária do México e da Guatemala. Para alguns, a Ásia tropical também é aceita também como local de origem desta espécie. O que diferencia o feijão-de-vagem dos outros feijões é o grão ser colhido ainda verde e ser consumido juntamente com a vagem. É uma leguminosa da família das fabaceae, assim como o feijão-fradinho, a ervilha, a soja, o feijão-preto e a fava italiana. A exploração comercial consiste no aproveitamento direto das vagens ainda tenras que são consumidas in natura ou industrializadas. O uso mais comum da vagem inteira ou picada, após ligeiro cozimento, é a salada temperada com óleo, sal e vinagre. Mas pode ser usada também em saladas mais elaboradas, juntamente com folhas verdes ou ainda numa salada de maionese, bem como em tortas, sopas, refogados,cozidos e omeletes. As vagens, além de serem fontes de vitaminas A, B1, B2 e C, ainda são ricas em fósforo, potássio e fibras. As vagens são excelentes controladores de acidose e indigestão e ainda agem sobre a glicemia, combatendo o diabetes. Por adaptar-se a clima seco e quente, preferindo temperaturas entre 15 e 30ºC, os preços mais elevados do produto ocorrem, normalmente, de junho a setembro.

 Escolha correta da área e análise do solo
Recomendam-se áreas não cultivadas com espécies da mesma família botânica nos últimos anos. Preferencialmente, devem-se utilizar solos leves e profundos, com mais de 3,5% de matéria orgânica e com boa drenagem. A análise do solo deve ser feita com antecedência para conhecimento da fertilidade do solo. Com base nessa análise, o técnico do município poderá fazer a recomendação adequada da acidez do solo e adubação orgânica. 

Época de semeadura e cultivares
   A temperatura média ideal para o crescimento e polinização é de 18 a 30ºC e 15 a 25ºC, respectivamente. Em temperaturas abaixo de 15ºC as vagens ficam em forma de gancho. Temperaturas acima de 30ºC durante a floração levam ao aborto de flores, enquanto temperaturas entre 8 e 10ºC paralisam o crescimento. A planta não resiste a temperaturas abaixo de 0ºC. Os ventos durante o florescimento podem prejudicar a polinização ou causar a queda de flores por desidratação. Litoral Catarinense: Nas áreas livres de geadas, os períodos mais favoráveis vão de fevereiro até abril e de agosto até outubro. Em cultivo protegido, pode-se cultivar durante o inverno. Planalto Catarinense: De setembro até fevereiro. Cultivares indicadas: Tipo macarrão (vagem cilíndrica) – Estrela, Favorito, Campeão, Preferido e Predileto; tipo manteiga (vagem chata) – Maravilha e Teresópolis. Obs.: Todas as cultivares citadas são de crescimento indeterminado (exigem tutor) e tolerantes às doenças da ferrugem e antracnose, com exceção da Favorito, que é tolerante à ferrugem e ao oídio. Já existem no mercado as cultivares rasteiras de crescimento determinado que são mais precoces, podendo ser colhidas aos 55 a 60 dias após a semeadura. 

Adubação orgânica
   Deve ser conforme recomendação, baseada na análise do solo e nos teores de nutrientes do adubo orgânico. Seguindo-se a recomendação e quando for utilizado o sistema de sucessão de culturas tomate/vagem, transplantado e semeado em julho/agosto e final de janeiro, respectivamente, aproveitando o mesmo tutor e o adubo residual do tomate, pode-se dispensar a adubação de plantio no feijão-de-vagem por ocasião da semeadura. 

Semeadura e espaçamento
   O cultivo do feijão-de-vagem é realizado por semeadura direta em sulcos ou covas, feita manualmente ou com semeadora de tração mecânica ou manual. Espaçamento: 1,20 a 1,50m entre linhas por 40 a 50cm entre plantas. 

 Irrigação
   Recomenda-se, a céu aberto e no cultivo protegido, o uso da irrigação por gotejamento. Fazer o controle da irrigação para não encharcar o solo e propiciar a entrada de doenças de solo. Deve-se realizar a irrigação somente pela manhã, principalmente no outono. 

Adubação de cobertura e manejo de plantas espontâneas
    A adubação de cobertura, quando necessária, deve ser feita com base na análise do solo e nos teores de nutrientes do adubo orgânico, aos 20 e 40 dias após a germinação. A fase crítica da competição das plantas espontâneas com a cultura do feijão-de-vagem ocorre da germinação até os 40 dias. Nesse período,quando necessário, deve-se capinar na linha de plantio, mantendo-se uma cobertura de plantas espontâneas ou plantas de cobertura nas entrelinhas. 

 Desbaste
   O desbaste é uma tarefa manual que consiste em retirar o excesso de plantas na fila de plantio. Realiza-se o desbaste aos 20 dias após a semeadura, deixando duas plantas por cova. 

Tutoramento
   O tutoramento se faz necessário para evitar doenças, ordenar o crescimento das plantas e facilitar a colheita. Pode-se tutorar o feijão-devagem com varas, bambu, ráfia e tela agrícola. Para permitir maior ventilação entre as plantas, uma boa alternativa é o tutoramento vertical. Recomenda-se, sempre que possível, utilizar o sistema de sucessão de culturas tomate/vagem para aproveitamento do tutor. 

Manejo de doenças e pragas
   As principais doenças que ocorrem no feijão-de-vagem são: antracnose, ferrugem, mancha angular, oídio e vírus-do-mosaico-comum (BCMV). 

 • Antracnose (Colletotrichum lindemuthianum) Este fungo causa uma das doenças mais destrutivas do feijão-de-vagem.Causa danos nos caules, pecíolos e nas vagens. Manejo: Usar cultivares tolerantes ou resistentes. Evitar plantio em locais úmidos e mal ventilados. Utilizar espaçamentos maiores entre plantas e filas. Fazer rotação de culturas. Suspender a irrigação caso seja por aspersão. Pulverizar com calda bordalesa a 0,5%.

 • Ferrugem (Uromyces appendiculatus) Esta doença é causada por um fungo que pode atacar as hastes,mas predomina nas folhas. Manejo: Usar cultivares resistentes ou tolerantes. Fazer rotação de culturas. Evitar épocas quentes e chuvosas. Destruir os restos culturais através de compostagem. Pulverizar com calda bordalesa a 0,5%.

 • Mancha angular (Phaeoisariopsis griseola) Esta doença fúngica se manifesta no caule, nas folhas e vagens, provocando, inicialmente, manchas circulares de cor castanha. Posteriormente, essas manchas adquirem coloração marrom-acinzentada e formato angular, sendo limitadas pelas nervuras das folhas. Manejo: Usar sementes sadias. Destruir os restos de culturas através de compostagem. Fazer rotação de culturas. Pulverizar com calda bordalesa a 0,5%.

 • Oídio (Erysiphe polygoni). Esta doença fúngica ocorre sob condições de temperatura amena e baixa umidade, comuns em plantios tardios e no cultivo protegido. Os sintomas nas folhas são pequenas manchas ligeiramente mais escuras na face de cima da folha, que em seguida ficam cobertas por um mofo branco (Figura 1). Nessas condições as folhas podem morrer prematuramente. A doença pode atacar ramos e vagens, tornando estas malformadas e menores. Manejo: Fazer rotação de culturas. Utilizar a cultivar Favorito que é resistente ou tolerante à doença. Pulverizar com leite cru (10 a 15%).



 Figura 1. O fungo oídio que tem como principal sintoma a formação de um pó branco sobre as folhas, ataca o feijão-vagem (foto à direita) e as demais espécies da família das cucurbitáceas (melão, melancia, pepino, abóbora, abobrinha e moranga); o leite cru e fresco à 10-15 % (1 a 1,5 L para 100 L de água), pulverizado nas plantas atacadas é eficiente no manejo desta doença, mesmo no início da infecção.

• Vírus-do-mosaico-comum (BCMV) Os sintomas produzidos por esta virose podem ser: mosaico, seca das folhas (necrose) e manchas locais. As vagens podem apresentar manchas verde-escuras. O vírus-do-mosaico-comum pode ser transmitido mecanicamente por afídios (pulgões) e através das sementes. Manejo: Usar semente certificada. Usar cultivares resistentes como a cultivar Predileto. Fazer adubação equilibrada. Controlar os pulgões. Evitar plantio próximo de campos mais velhos. Destruir os restos de culturas através de compostagem. Cuidar para não machucar as plantas durante os tratos culturais. Destruir plantas doentes através de compostagem.

 As principais pragas que atacam a cultura são: pulgões, vaquinhas, lagarta rosca, ácaro rajado e mosca minadora.

• Os pulgões, insetos sugadores de seiva das plantas, paralisam o crescimento da planta e podem transmitir doenças viróticas.

• As vaquinhas (Diabrotica speciosa) atacam as plantas na fase de adultos e de larvas, causando danos especialmente no início de desenvolvimento da cultura. Os adultos são besouros de cor verde e amarelo que provocam o desfolhamento das plantas (Figura 2). As larvas alimentam-se de raízes e nódulos deixando marcas e furos no local do ataque.


Figura 2. Danos causado pela vaquinha na folha de feijão-vagem – fase adulta
Manejo de pulgões e vaquinhas: recomenda-se os preparados à base de plantas tais como pimenta, alho, cebola, losna, confrei e outros (ver como preparar através de matérias já postadas neste blog). Diversas outras medidas também são recomendadas para o manejo destas pragas (ver matéria postada neste blog sobre "Manejo ecológico de insetos pragas – parte III).

 • A lagarta rosca (Agrotis spp) é de coloração cinza-escuro de hábitos noturnos. Durante o dia ficam enroladas e abrigadas no solo. As lagartas cortam as plantas rente ao solo e em altas infestações as raízes são danificadas também. Manejo: aração e gradagem dos restos culturais; rotação de cultura; catação manual da lagarta enterrada nas proximidades da planta atacada; pulverização com preparado à base de pimenta.

 • O ácaro rajado (Tetranychus urticae) geralmente ataca sob condições de alta temperatura e baixa umidade relativa do ar. Os sintomas mais evidentes nas folhas do feijoeiro são enrolamento, bronzeamento da parte de baixo das folhas, formação de uma "teia de aranha" sob a folha e manchas amarela na parte de cima da folha. Manejo: pulverize a lavoura com produtos à base de enxofre; pulverização com preparados à base de plantas tais como (ver como prepará-los em matérias já postadas neste blog); pulverização com calda sulfocálcica a 3% (cultura já desenvolvida).

 • A mosca ou larva minadora (Liriomyza huidobrensis) são pequenas moscas com aproximadamente 2 mm de comprimento, escuros e raramente percebidos na lavoura. Os ovos são introduzidos no interior das folhas e a larva de cor amarela à marrom, mede cerca de 1-2mm. A larva faz galerias (minas) nas folhas (Figura 3), entre a epiderme superior e inferior da folha, alimentando-se do tecido parenquemático, provocando secamento. Infestações elevadas podem comprometer a produção. Manejo: evitar áreas sombreadas; pulverizar a cultura atacada com calda sulfocálcica a 1%, quando necessário.


 Figura 3. Danos na folha de feijão-vagem, causado pela larva minadora

Colheita
A cultura do feijão-de-vagem, normalmente, atinge seu ponto de colheita com 50 a 60 dias e entre 70 e 80 dias após o plantio, para as cultivares de crescimento determinado (rasteiras) e de crescimento indeterminado (tutoradas), respectivamente. O ponto de colheita ocorre cerca de 15 dias após o florescimento, estando a vagem com 20cm de comprimento, tenras e quebradiças. Deve-se evitar realizar a colheita nas horas mais quentes do dia para que não ocorra a murcha prematura. As vagens são colhidas manualmente e acondicionadas em caixas plásticas de colheita. Nesse momento, devemos ter o cuidado para não danificar as plantas ou machucar as vagens.

Classificação e embalagem
As caixas são levadas para um local onde é feita a classificação e a embalagem do produto. Esse local deve ser à sombra e ventilado. O feijão-de-vagem é comercializado nas Ceasas do País em caixa do tipo "k" com 15kg e nos sacos de ráfia com 10kg. Mais recentemente, embala-se o produto em bandejas de plástico ou de isopor com 500g a 1 kg.







segunda-feira, 21 de maio de 2018

Batata (Solanum tuberosum) As plantas curam



Solanum tuberosum

Essa planta anual de raízes finas e caule em rizomas é um dos alimentos mais consumidos no mundo, é rico em carboidratos.

Descrição : A batata-inglesa ou batatinha, da família das Solanáceas, , também conhecida como batata-inglesa, batatinha-inglesa, batata, dá-se o nome de batata ao tubérculo protegido por tecido dermal, de diversas plantas, e é geralmente comestível. Mas a batata desta classificação de Lineu pertence à família das Solanáceas, e é a batata comum produzida por uma erva de porte pequeno, folhas lobadas e flores esbranquiçadas.

Variedades: doce, inglesa, Bintje, Eigenheimer, Kansuragis, Mar del Plata, Celidônio e Green Mountain.

Origem : É oriunda dos Andes sul-americanos, preferindo os climas temperados e os solos de origem granítica, conhecida desde a época dos incas, onde é chamada de papa na língua quiexua.

Habitat : A cultura da batata tem sido realizada principalmente nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, nos andes são produzidas mais de 200 variedades de batata.

História : Em 1570 a batata foi levada para a Europa pelos espanhóis, antes da Segunda Guerra Mundial, a maior percentagem das sementes era importada, sobretudo dos campos especializados da Holanda.

Benefícios Medicinais da Batata : Ciática, coqueluche, dor espasmódica, edema inflamatório, eritema solar, espasmo gastrintestinal, ferida, gota, hematoma, inflamação, leucorreia, lumbago, luxação, picada de inseto, queimadura, reumatismo gotoso, tosse, úlcera (estômago, duodeno), vias urinárias.

Indicações : Na medicina empregam-se as folhas e flores em decocção no tratamento do reumatismo gotoso e nas dores espasmódicas.

O cataplasma feita com batata é útil para curar queimaduras. Tem igualmente propriedades antiescorbúticas e aumenta a secreção láctea. Mure preparou com a batata em decomposição um medicamento que denominou Solanwn-tuberosum-aegrotans, indicado nos seguintes casos, irritabilidade nervosa, angina, afecções urinárias, reumatismo muscular, segundo ensina Meira Penna.

Propriedades químicas: rica em amido, armazena aminoplastos, rica em ferro e zinco.



Sumo da batata-inglesa

Planta medicinal: Batata-inglesa (Solanum tuberosum) Material utilizado: Os tubérculos da batata-inglesa.

Modo de preparar o sumo da batata-inglesa:

Ralar uma batata-inglesa crua.

Espremer em um pano fino para formar um sumo. Quando e como usar o sumo da batata-inglesa: Indicações: Acidez no estômago.

Modo de usar: Tomar inicialmente nos primeiros dias uma xícara das de café do sumo e aumentar aos poucos até chegar a uma xícara das de chá de sumo. O tratamento é de duas semanas. Contraindicações: Não consta da literatura consultada. Porém, não se deve ultrapassar a dosagem.






segunda-feira, 14 de maio de 2018

Cultivo Orgânico de Aboboras, pepino e Melancia



Influência de fatores climáticos
   A temperatura é o fator mais importante para as cucurbitáceas, pois são plantas de clima quente, não suportam o frio. Abaixo de 12ºC, o crescimento da planta paralisa. Não toleram geadas. As temperaturas mais adequadas para as cucurbitáceas estão entre 18 a 25ºC. A produtividade depende da eficiência da polinização pelas abelhas, que tem a maior atividade entre 28 a 30ºC e no período da manhã. Temperaturas mais elevadas proporcionam maior número de flores masculinas; por outro lado, temperaturas mais amenas e, com período curto de luz, estimulam maior número de flores femininas que darão origem aos frutos. No início do ciclo, são exigentes em água, porque as raízes são ainda superficiais e o armazenamento na superfície é praticamente nulo. A deficiência de umidade, associada às temperaturas elevadas no solo ou no ar, provoca um déficit hídrico na planta e consequente descoloração das folhas e secamento das plantas.

Escolha da área e análise do solo
  As cucurbitáceas preferem solos profundos, bem estruturados e drenados, que tenham topografia plana à levemente ondulada. O solo ideal é o areno-argiloso, fértil, rico em matéria orgânica. A exposição norte é a preferida, pois favorece os aspectos de crescimento vegetativo e desfavorece as doenças. Para boa polinização e maior pegamento de frutos deve-se escolher área protegidas dos ventos dominantes. Evitar o plantio em áreas onde, nos dois últimos anos, foram cultivadas outras cucurbitáceas e solanáceas. A análise do solo deve ser feita com antecedência para a recomendação adequada da correção da acidez e da adubação orgânica.

Épocas de plantio e cultivares
   Por não tolerarem o frio, as cucurbitáceas, em geral, podem serem semeadas ou transplantadas no litoral, a partir de setembro e, no máximo, até o final de janeiro. A partir de fevereiro, as espécies de ciclo mais longo como as abóboras, correm o risco de sofrerem com o frio, especialmente, se o frio chegar já no outono no litoral. Existem inúmeras cultivares de abóboras, abobrinhas, morangas, pepino e melancia disponíveis no mercado. Para estas cultivares e especialmente aquelas que o produtor vem melhorando a cada ano, recomenda-se que se retire as sementes das melhores plantas para multiplicação. No caso das morangas, melancia e pepino já existem também inúmeros híbridos e, neste caso não é possível multiplicar as sementes. No caso da moranga (Tetsukabuto), também denominada de kabotiá e, especialmente do pepino, recomenda-se os híbridos, pois são mais produtivos e mais resistentes às doenças e condições climáticas desfavoráveis. Para a melancia, embora os híbridos também sejam produtivos, recomenda-se a cultivar Crimsom Swet pelo custo mais barato das sementes e com produtividade semelhante, conforme resultados de pesquisa obtidos pela Epagri/Estação Experimental de Urussanga, na propriedade de agricultor em Içara,SC.

Produção de mudas
   Ao invés do semeio direto no campo, recomenda-se a produção de mudas em copos de jornal (10 a 12cm de altura), feitos com o auxílio de uma lata de refrigerante ou então com copos plásticos de refrigerantes descartáveis, furados na parte de baixo, utilizando-se substrato de boa qualidade e protegidos em abrigos de plástico. O sistema diminui as falhas no campo, melhora a uniformidade e permite um melhor manejo das pragas, doenças e plantas espontâneas, além de ser mais barato. Semeia-se 3 sementes por copo, realizando-se o desbaste quando as plantas tiverem uma folha definitiva, deixando-se 2 mudas por copinho. As mudas são transplantadas quando não houver risco de geadas e, tiverem 2 folhas e, no máximo, no início de surgimento da 3ª folha verdadeira.

Preparo do solo e adubação orgânica
Sistema de covas em plantio direto ou cultivo mínimo, sem preparo do solo: apresenta a vantagem de melhor proteção do solo e dos frutos, favorecer a retenção de água, menor incidência de plantas espontâneas e menor custo da lavoura. No outono semeia-se o adubo verde, que pode ser ervilhaca, aveia preta ou uma mistura de ambas ou ainda o consórcio destas espécies, incluindo ainda o nabo forrageiro. Após a floração da cobertura verde, no período de formação dos grãos, faz-se seu acamamento com rolo-faca ou roçadeira. Caso não tenha sido possível a semeadura dos adubos verdes no outono, pode-se também aproveitar as plantas espontâneas como cobertura do solo, roçando-as quando necessário até o momento das mudas transplantadas começarem a desenvolver-se rapidamente e a emitir os ramos e gavinhas.
Sistema em faixas, com preparo do solo: deve ser feita uma aração profunda. Os torrões entre as faixas facilitam a fixação dos ramos pelas garras (gavinhas) evitando o dano pelo vento. Após a aração preparar apenas a faixa de plantio, cerca de 60 cm de largura espaçados de 3 em 3 m. Abre-se a cova ou sulco e coloca-se o adubo orgânico, incorporando-o ao solo.
Adubação e plantio: deve ser aplicada a adubação orgânica, preferencialmente o composto orgânico ou esterco de aves ou de gado, curtidos. O adubo orgânico, especialmente se for esterco de animais, deve ser uniformemente incorporado ao solo, de preferência 10 a 15 dias antes do plantio das mudas.

Espaçamento e manejo de plantas espontâneas
Abóboras e morangas - 4,0 x 4,0 m (mais vigorosas) e 3,0 x 3,0 (menos vigorosas); abobrinhas – 1,0 x 0,5m; pepino para conserva e salada – 1,0 x 0,5 ; melancia – 2,5 a 3,0m entre linhas x 2,0 a 3,0 m entre plantas. O manejo de plantas espontâneas deve ser feito antes do desenvolvimento das ramas nas entrelinhas, através de roçadas (cultivo mínimo ou direto) ou grade no caso do terreno lavrado.

Irrigação e adubação de cobertura
A irrigação, quando necessária, pode ser por aspersão ou preferencialmente localizada. Se necessário (caso as plantas estiverem pouco viçosas), deve ser realizada a adubação de cobertura, 20 dias após o transplante e/ou no início da frutificação, com base na análise do solo.

Principais pragas e doenças
    Dentre as pragas destacam-se a broca dos frutos (Figuras 1 e 2) e os pulgões. A broca perfura o fruto próximo ao botão floral, causando o apodrecimento. Para o manejo da broca recomenda-se utilizar iscas atrativas, como por exemplo, a abobrinha italiana - caserta (Figura 3) que também atrai a vaquinha (Diabrotica speciosa), especialmente, no início do desenvolvimento das plantas e, pulverizações semanais com dipel (broca), a partir do início da frutificação. No caso do uso de isca atrativa utilizando abobrinha, recomenda-se a destruição das plantas através da compostagem, quando estiverem muito atacadas pela broca. Os pulgões formam colônias na parte de baixo das folhas sugando a seiva e transmitindo viroses. Manejo: recomenda-se os preparados à base de plantas tais como pimenta, alho, cebola, losna, confrei e outros (ver como preparar através de matérias já postadas neste blog). Dentre as doenças destaca-se o oídio (Figura 4) que é um fungo que desenvolve-se nas folhas, hastes e frutos, apresentando uma formação semelhantes ao "pó de giz", espalhando-se por toda a superfície da folha. A doença é favorecida por temperaturas, entre 15 e 18ºC e, umidade relativa do ar, entre 20 e 100%. Manejo: no cultivo orgânico recomenda-se pulverizações, preferencialmente, com leite de vaca cru na concentração de 10 a 15%, mesmo após o início da infecção no campo ou produtos à base de enxofre (Kolossus ou Thiovit SC), vendidos pelas agropecuárias. Para as demais doenças foliares (míldio, mancha zonada e antracnose) recomenda-se pulverizações preventivas com calda bordalesa (0,3 % no início do desenvolvimento das plantas e 0,4 à 0,5%, após o florescimento), no intervalo de 7 à 15 dias. Obs.: em função da maior atividade das abelhas na polinização pela manhã, recomenda-se pulverizar, se necessário, mesmo com produtos alternativos, sempre à tarde.

Figura 1. Broca da cucurbitáceas: fase de larva

Figura 2. Danos da broca das cucurbitáceas em pepino

Figura 3. A abobrinha italiana (caserta) é uma boa isca atrativa da broca das cucurbitáceas e da vaquinha.


Figura 4. O fungo oídio que tem como principal sintoma a formação de um pó branco sobre as folhas, ataca o feijão-vagem (foto à direita) e as demais espécies da família das cucurbitáceas (melão, melancia, pepino, abóbora, abobrinha e moranga); o leite cru e fresco à 10-15 % (1 a 1,5 L para 100 L de água), pulverizado nas plantas atacadas é eficiente no manejo desta doença, mesmo no início da infecção.










quarta-feira, 9 de maio de 2018

BATATA DOCE as plantas curam



Ipomoea batatas

Essa planta cultivada pelos indígenas que foi assimilada pela nossa cultura, possui muitas propriedades medicinais e nutricionais, sendo um bom complemento alimentar.

Descrição : Da família das Convolvulaceae, também conhecida como batata-da-terra e batata da terra. Erva rastejante, trepadeira sem gravinhas.

Folhas pecioladas, alternas, variadas na forma e as vezes tribobuladas. O tubérculo é um misto de caule e raiz, possuindo pequenos pontos salientes na sua porção de caule, a partir do qual crescem os ramos e na parte de raiz, armazena os amidos, água, açucares e sais minerais, essa parte tem sabor adocicado e varia a forma e tamanho, segundo a variedade de cultivo.

As flores são de cor branca, violáceas, róseas e vermelhas. A semente raramente é fértil; portanto a propagação vegetativa deve ser feita por cortes nos ramos ou por brotos que aparecem no ápice do tubérculo, quando colocado na água.

Não é muito exigente quanto ao solo, embora vegete melhor no arenos, solto drenado e média acidez. Não resiste a temperaturas frias.

Habitat: Originária da América tropical, também é encontrada em ilhas do Pacífico. É cultivada em todo o país.

História: Já era cultivada no México e América do Sul pela chegada dos colonizadores. A palavra batata é de origem indígena.

Partes utilizadas : Tubérculos, folhas e ramos jovens.

Plantio : É muito sensível ao frio, sendo melhor cultivada no clima subtropical de 20° C, de temperatura média anual e de chuvas bem distribuídas. As terras argilosas compactas são-lhe impróprias, pois necessita de solo silícico argiloso, drenado e rico em humo.

Origem : América tropical e há informações de que já era raramente cultivadas no México e Peru, quando de descoberta do Novo Mundo, sendo também plantada em algumas ilhas do Pacífico.

Modo de Conservar : As folhas e os ramos novos são secos ao ar livre, em local bem ensolarado, em seguida trituradas em um pilão e armazenadas em frascos de vidro escuro. As raízes são desenterradas e escovadas.

Propriedades medicinais: emoliente, usos etnofarmacológico, antirreumática, anti-inflamatória, antiedematosa, vulnerária, resolutiva, analgésica.

Indicações: Tumor e inflamação da boca e da garganta, tumor, gota, reumatismo, rins.

Uso pediátrico: As mesmas indicações

Uso na gestação e na amamentação: Planta segura, não tem contraindicações

Princípios ativos: Tubérculo: Amido; Açúcares; Sais minerais; Ramos: Proteínas; Carotenos; Vitaminas; Ácido fólico; Sais minerais.

Modo de Usar:

Dores reumáticas; contusões; furúnculos; feridas; queimaduras: Em um pilão, coloque duas colheres de sopa de folhas e ramos novos frescos. Amasse bem, até formar uma pasta. espalhe essa pasta em uma gaze ou pano, aplique no local afetado e cubra com outro pano, deixando agir por trinta minutos. Faça a aplicação duas vezes ao dia podendo deixar agir também durante a noite.

Inchaço do rosto ou da gengiva : Coloque uma colher de sopa de folhas secas ou frescas em um copo de água em fervura. Deixe ferver por cinco minutos e coe. Ainda morno, faça bochechos até desaparecer o sintoma.

Alimentação : Lave bem as batatas e cozinhe com casca em uma panela com água. Retire as batatas da água do cozimento e coloque no forno para enxugar. Coma a gosto ou em fora de purê ou fritas

Alimento nutritivo : Coloque uma colher de sobremesa de pó de folhas e de ramos novos em uma xícara de chá de leite morno. Tome um xícara de chá, duas vezes ao dia.

Batata Doce


Posologia:

Adultos: 4g de erva fresca (2 colheres de sopa para cada xícara de água) de folhas e ramos em emplastro 2 vezes ao dia, deixando agir por pelo menos 5O minutos para afecções da pele, 4g de erva fresca (2 colheres de sopa para cada xícara de água) de folhas e ramos em infuso para bochechos 2 vezes ao dia, deixando agir por pelo menos 15min para afecções da boca. Os tubérculos, sob a forma de alimento ou o pó de folhas e ramos adicionados a sucos e outros preparos alimentícios, para nutrição.

Crianças: posologia por peso corporal: 1/6 a 1/3 da dose.







sábado, 5 de maio de 2018

Controle Ecológico Pragas - Parte 1



Quando o homem surgiu na face da terra, os insetos já habitavam a terra há cerca de milhões de anos. Em geral, os insetos causam prejuízos ao homem e animais, sejam através dos danos às plantações, ou através da transmissão de doenças. Outros são benéficos, como o bicho-da-seda, abelhas e demais polinizadores e insetos que se alimentam de outros insetos. O grande desafio da agricultura deste novo milênio é manter a produtividade dos cultivos e ao mesmo tempo melhorar a qualidade nutricional e sanidade dos alimentos, conservando os recursos naturais de produção (solo, água, ar e organismos) para gerações futuras.
   A agricultura moderna está baseada no uso intensivo de insumos. A adoção do sistema de monoculturas, o uso desequilibrado e altas doses de fertilizantes químicos e os agrotóxicos favoreceram a ocorrência de pragas em plantas. Para reduzir as perdas provocadas pelas pragas, o controle químico através da aplicação de agrotóxicos foi a principal ferramenta utilizada durante muitos anos. No entanto, os agrotóxicos são apontados como formulações potencialmente perigosas, pois podem deixar resíduos nos alimentos, além de contaminar a água, o solo e os agricultores. Os agrotóxicos podem apresentar uma eficiência reduzida por ser afetados por inúmeros fatores (condições climáticas, especialmente no momento da aplicação e o local a ser protegido), além de selecionar populações resistentes de plantas espontâneas, pragas e microrganismos. Um exemplo das sérias consequências à saúde humana do uso crescente e abusivo de agrotóxicos na agricultura são os casos de intoxicação e mortes registrados no Centro de Informações Toxicológicas (CIT) situado no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, SC. No período de 1986 até 2007, o CIT detectou 9.933 intoxicações de agricultores e 210 mortes em Santa Catarina. Segundo os técnicos,esses números representam apenas uma parte da realidade. Estima-se que para cada notificação oficial ocorram pelo menos 10 casos que não são registrados. Isso se deve, em parte, pela dificuldade de diagnosticar corretamente os casos de intoxicação.
   O Manejo Ecológico de Pragas (MEP), é o sistema que utiliza, ao mesmo tempo, várias formas de controle. O sistema não procura exterminar os insetos-pragas, mas simplesmente mantê-los em determinados níveis de equilíbrio e não colocando em risco a saúde, plantação e o lucro do agricultor. As pragas são consideradas como parte do sistema ecológico no qual a cultura se encaixa e, portanto, é combatida de modo a não alterar o balanço ecológico, o qual precisa ser mantido para que novas pragas não venham a ocorrer. O reconhecimento dos insetos-pragas e seus inimigos naturais, bem como as vistorias permanentes da lavoura, não podem ser dispensados no manejo ecológico de insetos-pragas. No novo conceito, pragas são considerados quaisquer animais (aves, doenças, ácaros e principalmente insetos), que competem com o homem pelo alimento por ele produzido. O inseto pode ser considerado praga quando causa danos econômicos ao produtor. A simples presença de insetos na lavoura não significa perdas; é necessário que a população destes seja elevada.
   Antes de iniciar um controle o produtor deve primeiro reconhecer qual a praga que costuma sempre causar danos a sua lavoura. Inspeção periódica, deve ser realizada pelo produtor procurando detectar e conhecer os hábitos das possíveis pragas existentes, época de maior ocorrência, fase do desenvolvimento que causa maiores danos (larva, ninfa ou adulto), e plantas hospedeiras que se encontram próximas da lavoura. As próximas matérias a serem postadas neste blog (parte III e IV) vão tratar das principais pragas que atacam as hortaliças, como reconhecê-las e o manejo recomendado utilizando-se produtos alternativos.
Razões do ataque das pragas
   As hortaliças estão sujeitas a uma série de insetos que causam danos às plantas e que quando encontram condições favoráveis, tornam-se muito ativos e as plantas, em condições desvantajosas, ficam sujeitas a eles.O olericultor deve procurar proporcionar condições que favoreçam as plantas, buscando, ao mesmo tempo, desfavorecer as pragas. Uma das teorias mais aceitas para explicar, em parte, o ataque de pragas é a Teoria da Trofobiose desenvolvida por Francis Chauboussou em 1987. A teoria baseia-se na quantidade dos tipos de substâncias presentes nos órgãos das plantas. Caso estejam presentes mais substâncias simples (aminoácidos), que são mais desejadas pelas pragas, ocorre maior ataque. Por outro lado, se existirem substâncias mais complexas (proteínas), as pragas causarão menos danos. Vários são os fatores relacionados com o tipo de substância predominante: adubações com nutrientes altamente solúveis, clima, estádio de desenvolvimento da planta, aplicações de agrotóxicos e estimuladores de crescimento. A deficiência ou excesso de um nutriente influencia significativamente a atividade dos outros elementos e o metabolismo da planta. Adubações desequilibradas deixam as plantas mais susceptíveis a pragas. Excesso de N ou carência de K e Ca diminuem a resistência da parede celular, facilitando a penetração dos microrganismos e o ataque de pragas.
Principais métodos para o manejo ecológico de pragas
O manejo eficiente das pragas é baseado em dois princípios fundamentais:
• É impossível controlar totalmente as pragas; por isso, o que se recomenda é manejar a cultura de forma a reduzir ao mínimo os danos causados;
• O manejo é um conjunto de medidas que incluem determinadas práticas culturais e, em certos casos, o controle alternativo (somente aqueles produtos permitidos na agricultura orgânica), suficiente para evitar danos econômicos às culturas.
No manejo integrado de pragas, a manipulação das condições ambientais, adubações equilibradas, plantas resistentes e tratos culturais são alternativas ao controle químico convencional. As principais práticas que devem e podem ser utilizadas visando proporcionar condições ótimas para a cultura e condições adversas para o desenvolvimento das pragas, impedindo o aumento da população de insetos e evitando que atinjam a condição de praga são:
Rotação de culturas
   Esta é considerada a prática mais antiga no manejo de doenças e de pragas e continua sendo uma das mais eficientes entre os métodos culturais de controle. Os princípios de controle envolvido na rotação de culturas são a redução ou destruição do meio que serve para multiplicação da doença e pragas e a melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo. No caso da horticultura orgânica, este método é normalmente usado e mantém, especialmente, as pragas do solo sob controle.
As espécies pertencentes às famílias botânicas das solanáceas (Figura 1), cucurbitáceas (Figura 2) e brássicas (Figura 3) são, entre as hortaliças, as mais atacadas por doenças e pragas. Por isso, recomenda-se dividir as áreas de plantio de tal forma que as espécies da mesma família não sejam plantadas seguidamente na mesma área. A explicação é que estas famílias de plantas possuem as mesmas doenças e pragas. Por exemplo, o tomate, uma das hortaliças que possuem o maior número de pragas e doenças vai disseminar estas para o cultivo seguinte de batata, pimentão ou berinjela, espécies da mesma família botânica. É importante ressaltar também que a cultura do fumo, bastante plantada no Sul do Brasil, também pertence à família das solanáceas, portanto, onde se cultiva fumo, não deve-se plantar batata, tomate, pimentão e berinjela ou vice-versa.

 Figura 1. Família das solanáceas: estas hortaliças e a cultura do fumo não podem serem plantadas na mesma área de cultivo, pois possuem doenças e pragas comuns, disseminando-as rapidamente para estes cultivos

 Figura 2. Família das brássicas: estas espécies não podem serem plantadas na mesma área de cultivo

 Figura 3. Família das cucurbitáceas: estas espécies não podem serem plantadas na mesma área de cultivo


Destruição dos restos culturais
   Deve-se sempre, antes de iniciar o preparo do solo, retirar da lavoura os restos do cultivo anterior (ramos, folhas e frutos) e fazer compostagem (adubo orgânico) com eles para eliminar insetos que permanecem em diapausa (repouso) e doenças dentro dos restos culturais. Essa é uma prática válida, especialmente para as espécies das famílias botânicas das solanáceas (tomate, batata, pimentão e fumo), cucurbitáceas (pepino, abóbora, abobrinha, moranga, melancia e melão) e brássicas (repolho, couve-flor, couve e brócolis), que apresentam maior incidência de doenças e pragas. Especialmente no cultivo de tomate, é muito comum encontrarmos lavouras velhas e abandonadas ao lado de lavouras recém implantadas, facilitando sobremaneira a disseminação de doenças e pragas.
Na próxima matéria (parte II) a ser postada neste blog, trataremos das demais práticas culturais que juntas com a rotação de culturas e destruição dos restos culturais, contribuem para o manejo ecológico de pragas.








terça-feira, 1 de maio de 2018

BACUPARI as plantas curam (Rheedia gardneriana)


Erva de nome indígena, também é nome de localidades do Brasil, é um bom auxiliar em casos de reumatísmo e constitui pesquisas avançandas no combate a cárie.

Descrição : Planta da família das Clusiaceae, também conhecida como bacopari, mangostão amarelo, bacori; madroño; cozoiba; madrono. Bacupari também é o nome de uma lagoa no estado do Rio Grande do Sul, mais a Rheedia gardneriana, segundo a bibliografia é originária da região amazônica.

Propriedades medicinais: anti-inflamatório, cicatrizante, reconstituinte, tônica.
Indicações: aparelho urinário, artritismo, inflamação, nevralgia, reumatismo, úlcera gástrica.
Pesquisa realizada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP de Piracicaba e na Faculdade de Odontologia de Piracicaba, ligada a Unicamp, comprovam o uso do bacupari na odontologia, incluíndo extratos da casca e das sementes, no combate aos micróbios causadores da cárie dentária.

Constituíntes Químicos: O composto 7-epiclusiona, extraído da planta possui atividade inibitória da glicositransferase, utilizada no combate das bactérias causadoras da cárie.



Sinonímia botânica: Calophyllum madruno Kunth, Garcinia madruno (Kunth) Hammel, Rheedia acuminata (Ruiz & Pav.) Planch. & Triana, Rheedia gardneriana Planch. & Triana, Rheedia kappleri Eyma, Rheedia madruno (Kunth) Planch. & Triana, Rheedia spruceana Engl., Verticillaria acuminata Ruiz & Pav
O fruto do Bacupari pode ser encontrado no Brasil da região Amazônica ao Rio Grande do Sul. Hoje em dia é muito difícil encontrar uma árvore dessa fruta, principalmente em regiões urbanas. O viveiro Manequinho Lopes, do Parque do Ibirapuera em São Paulo, recebeu em julho de 2008 a doação de duas mudas com aproximadamente 1,0m de altura e 2,5 anos. Recentemente foi pesquisado pela especialista Maria das Graças Lins Brandão, professora da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que a fruta tem alto valor de ingredientes anti-oxidantes e anti-cancerígenos.





sexta-feira, 27 de abril de 2018

Controle Natural dos Ratos



Dentre os roedores, os ratos são os que mais causam prejuízos às pessoas tanto na agricultura como nas residências e, o que é pior, podem transmitir doenças tais como a leptospirose. É uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira presente na urina do rato. Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes. Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama contaminadas poderá se infectar. A Leptospira penetra no corpo pela pele, principalmente se houver algum ferimento ou arranhão e também através da boca e olhos. Os sintomas da doença, geralmente, são: febre alta, fortes dores de cabeça, calafrios, dores musculares, vômitos, dor abdominal, icterícia (amarelão), diarréia ou coceira. Algumas pessoas não apresentam sintomas. Em casos severos a doença pode levar até a morte. Na época de seca, oferecem riscos à saúde humana o contato com água ou lama de esgoto, lagoas ou rios contaminados e terrenos baldios onde existem ratos. Portanto, deve -se evitar o contato com esses ambientes. O controle da população de ratos é uma das medidas para evitar-se a disseminação da leptospirose.
O problema dos raticidas: o controle dos ratos mais conhecido é através de raticidas, embora eficientes, são substâncias químicas de alta periculosidade. O grande problema destes raticidas é a contaminação do meio ambiente e das pessoas e, especialmente, crianças que não tem noção do perigo que estão correndo e animais. Em consulta ao Centro de Intoxicação Toxicológicas – CIT, do Hospital Universitário da UFSC (www.cit.sc.gov.br), verificou-se um elevado número de intoxicações de pessoas com raticidas e, o que é pior, o número de casos registrados está aumentando drasticamente (Tabela 1). Comparando-se o número de casos registrados do 1º quinquênio (1984/1988) em relação ao último (2004/2008), verifica-se um aumento de 1.094 e 1.128% em relação às intoxicações humanas e em animais, respectivamente. Ou seja, as intoxicações com raticidas estão aumentando de forma alarmante em Santa Catarina.

Tabela 1. Número de casos de intoxicações causadas pelos raticidas, registrados pelo Centro de Intoxicação Toxicológicas do Hospital Universitário da UFSC, no período de maio de 1984 a dezembro de 2008. Florianópolis, SC.


 Controle ecológico de ratos com feijão moído

   Circula na internet, uma mensagem que indica um controle ecológico de ratos bastante eficiente, já testado e aprovado por um amigo, residente na zona rural de Taquari, no RS.
Como fazer: pegue uma xícara de qualquer feijão cru (sem lavar mesmo), coloque no multiprocessador, ou liquidificador (SEM ÁGUA) e triture até virar uma farofinha bem fininha, mas sem virar totalmente pó.
Onde colocar: coloque em montinhos (uma colher de chá) nos cantos do chão, perto das portas, e janelas (sim, eles as escalam), atrás da geladeira, atrás do fogão, atrás de tudo!
O que acontece: o rato come essa farofinha, mas ele não tem como digerir o feijão (cru), por falta de substâncias que digerem feijão cru, causando assim um envenenamento natural por fermentação. Os ratos morrem em até 3 dias e, o mais importante, não tem contra-indicação: ao contrário dos tradicionais venenos, o rato morre e não contamina animais de estimação que por sua vez morreriam por terem comido o rato envenenado. E a quantidade de feijão que ele ingeriu e morreu é insuficiente para matar um cão ou gato, mesmo porque estes gostam de MATAR pra comer... mas morto eles não os comem. Se tiver crianças pequenas (bebês) num período que ainda engatinham, fase que colocam tudo na boca, não faz mal algum, pois o feijão para o ser humano, mesmo cru é digerido.
 Controle ecológico de ratos e outros insetos com hortelã: esta planta medicinal, muito conhecida, além de ser indicada na forma de chá como digestiva, calmante, descongestionante das vias respiratórias e vermífuga, também repele ratos e insetos-domésticos (mosquitos, formigas, piolhos e pulgas) e insetos-pragas de plantas (borboleta da couve e moscas brancas). Por isso, recomenda-se plantar hortelã ao redor dos canteiros, em volta da casa e/ou galpões.
Controle ecológico de ratos com arruda: espalhar alguns recipientes com um pouco de água e ramos frescos de arruda nos cantos e passagens serve para espantar ratos e camundongos. Eles detestam o cheiro de arruda e a água aumenta o tempo de uso dos ramos.
Controle ecológico de ratos com gatos: em casas e, em propriedades agrícolas com gatos, que são exímios caçadores de ratos, há um bom controle, desde que os gatos não sejam excessivamente alimentados por seus donos.
Controle de ratos com ratoeira ecológica
A ratoeira ecológica é outra forma eficiente de controlar ratos. O Sr. Ernesto Ristow, de Ibirama, SC, comprovou a eficiência desta ratoeira, que é bastante simples.
Como fazer (Figura 1): basta uma lata, um arame grosso, uma espiga de milho e água. Enche-se meia lata com água e coloca-se o arame transpassando a espiga, depois se coloca um suporte (ripa) para que os ratos possam chegar até a borda da lata. Quando eles forem comer o milho, escorregam, pois a espiga rola, e eles ficam presos na água. A armadilha também pode ser feita com garrafa pet para controlar camundongos em residências.

 Figura 1. Ratoeira ecológica (foto de Hernandes Werner)