google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 VIDA NATURAL: Cultivo Orgânico de Hortaliças Folhosas

ANUCIOS

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Cultivo Orgânico de Hortaliças Folhosas



 O cultivo orgânico de alface e repolho, embora sejam importantes hortaliças-folhosas, já foram abordadas neste blog, sendo as matérias postadas em 18/01/2011 e 09/02/2011, respectivamente. Por outro lado, a cebolinha e a salsa, embora sejam também consideradas hortaliças-folhosas, já foram abordadas recentemente neste blog em matéria postada no dia 21/05/2012, dentro do grupo de hortaliças-condimentos (Parte II). É importante, sempre que pensar no cultivo de hortaliças, coletar amostra do solo para análise da fertilidade e da acidez, com antecedência. A calagem e a adubação orgânica de plantio e, em cobertura recomendada, caso necessárias, será com base nesta análise, interpretada por um técnico de seu município. 


Figura 1. Hortaliças-folhosas: repolho, espinafre, agrião, rúcula, radiche, alface, salsa, couve e 
cebolinha 

Acelga 

A acelga (Beta vulgaris var. cicla) é uma planta bianual (no 1º ano apresenta o crescimento vegetativo e no 2º ano produz sementes) de ciclo longo, pertencente à família Quenopodiáceas, assim como a beterraba, que tem como parte comestível às folhas cuja coloração é variável (de verde escuro à verde claro) que são ovaladas com as bordas encouraçadas. Para que ocorra a formação de flores é necessário que a planta passe por um período de temperaturas baixas. As sementes são muito pequenas e estão encerradas em um pequeno fruto, que é comumente chamado de semente. Cada fruto contém de 3 a 4 sementes muito pequenas. A hortaliça (Figura 2) é originária da Europa, onde cresce espontâneamente e é cultivada há mais de 2000 anos, muito apreciada em São Paulo e arredores. 

Figura 2. Hortaliça-folhosa: acelga

   A acelga é uma hortaliça composta por vários e importantes nutrientes e com sabor agradável. A acelga, também conhecida como beterraba branca, é uma verdura muito nutritiva, mas ainda pouco consumida no Brasil. É rica em vitaminas (A, B, B2, B5 e C), Niacina e de sais minerais (cobre, enxofre, iodo, cálcio, ferro, fósforo, potássio e sódio). Tem poucas calorias e quase nenhuma gordura, podendo ser usada em dietas de baixo consumo calórico. A vitamina A encontrada nesta hortaliça, é indispensável para manter a saúde dos olhos, garantindo uma boa visão. Ajuda a manter a pele e as mucosas saudáveis, auxilia no crescimento e faz parte da formação do esmalte dos dentes. A vitamina C dá resistência aos vasos sanguíneos, combate processos infecciosos, evita problemas de pele, hemorragias e fortalece os ossos e os dentes. A Niacina, assim como todas as outras vitaminas do Complexo B, protege o aparelho digestivo e o sistema nervoso central. A acelga possui ainda grande quantidade de fibras que facilitam o bom funcionamento dos intestinos. Pode-se usar o suco deste vegetal, misturado em partes iguais com o suco de agrião para combater os cálculos biliares. Toma-se um copo, por dia, em jejum. Também se utiliza a acelga para combater a prisão-de-ventre, preparando um laxante poderoso com meio copo de suco de acelga e uma colher de sopa de azeite. Mas atenção, ela não deve ser consumida de forma exagerada, pois possui grande quantidade de oxalato, uma substância que prejudica a absorção de cálcio no organismo. O chá da raiz é remédio contra enfermidades do fígado. As sementes são boas para combater a disenteria, a metrorragia (sangramentos acíclicos do útero fora do ciclo menstrual normal) e a poliúria (sintoma que corresponde ao aumento do volume urinário). 

Cultivo: A acelga é uma planta de clima temperado, suportando até geadas suaves. Desenvolve-se com temperaturas que são compreendidas entre um mínimo de 6º C e um máximo de 27º a 33º C, sendo o período mais favorável entre 15º e 25º C. Em algumas regiões tropicais e subtropicais seu desenvolvimento é bom, contanto que seja cultivada em áreas altas e, nestas situações, pode se comportar como uma planta perene, devido à ausência de inverno definido nestas regiões. Requer solos profundos e ricos em matéria orgânica. Suporta muito bem solos salinos, mas requer solos alcalinos, com um pH ótimo de 7,2. Tolera solos com pH variando de 5,5 a 8, mas não tolera os solos ácidos. É uma planta que necessita de alta umidade, especialmente quando é jovem. No verão, a falta de água proporciona folhas amargas. Dentre as variedades, destacam-se a Kukai, Chinesa, Européia, Branca de Lyon e a Crespa de Lukullus. O espaçamento recomendado para esta cultura é de 0,6 entre fileiras por 0,2 m entre plantas, com 3-4 sementes por cova. A semeadura é feita em local definitivo. Para se obter melhores porcentagens de germinação, deve-se deixar de molho as sementes por 24 horas antecedendo ao plantio. Quando as plantinhas tiverem alcançado 10 a 15 cm de altura, faz-se o desbaste, deixando uma planta por cova. A vaquinha e a lagarta das folhas são as principais pragas que podem prejudicar as plantas. A rotação ou consorciação de culturas deve ser feita, especialmente com leguminosas, pois estas fornecem nitrogênio para a hortaliça. 

Colheita: As folhas externas da planta mais desenvolvidas são colhidas geralmente entre 55 e 65 dias após o plantio, cuidando-se para não danificar as folhas internas. Esta operação persiste por 3 a 4 meses. Quando for comprar acelga, atenção para as folhas que devem estar novas e na cor verde-claro, com o talo verde-esbranquiçado. A consistência deve ser firme, parecida com a do repolho. As folhas internas precisam estar viçosas, sem manchas ou marcas de insetos. Quando o talo está mole ou com manchas pretas, é sinal de que a acelga já está passada. Guarde a acelga na gaveta de verduras da geladeira, onde se conserva em bom estado durante 3 ou 4 dias. 


Agrião 

O agrião (Lepidium sativum, L.) pertence à família das Brassicaceae. O agrião (Figura 3) saiu da região Sudeste da Ásia para o continente europeu há vários séculos, espalhando-se pelo mundo. De folhas pequenas e verde-escuras, a hortaliça é uma excelente opção para enriquecer saladas. Com baixo teor calórico, o agrião é também fonte de provitamina A (especialmente betacaroteno), possui grande quantidade de vitamina C, vitaminas do complexo B e sais minerais. É uma fonte valiosa de cálcio, ferro e potássio. O talo crocante tem ainda alto teor de iodo. Para completar, as folhas apresentam um sabor picante, mas suave, que estimula o apetite. Propriedades medicinais não faltam ao agrião. O agrião é uma planta de características medicinais muito conhecidas. Atualmente, é muito utilizado em combinação com o mel de abelha, para a fabricação de xaropes ou sprays que destinam-se a combater problemas na garganta ou pulmonares, tais como tosse, rouquidão, etc. Outras propriedades medicinais do agrião são: diurético, laxante e vermífugo. É rico em antioxidantes que ajudam a prevenir o câncer. Ele é, ainda, utilizado para ajudar no tratamento de doenças nos rins, fígado e em problemas de pele. A hortaliça faz bem para o fígado, é diurética e recomendada para diabéticos. Além disso, o agrião combate o ácido úrico, tuberculose, raquitismo, formação de pedra nos rins e efeitos tóxicos da nicotina. O suco de agrião fervido com leite é expectorante e, se misturado com mel, ajuda a aliviar a bronquite. 

Figura 3. Hortaliça-folhosa: agrião

As variedades mais conhecidas são: folha larga e folha d'água. Existe ainda o agrião da terra, mais picante, conhecido também por "mastruço". Mais popular por aqui são as variedades chamadas de "agrião de água", sobretudo aquelas que pertencem ao grupo de folhas largas. Os brasileiros também costumam consumir muito o agrião de terra seca, sendo algumas vezes preferida como broto. As temperaturas ideais variam entre 16 e 20ºC, mas produz em regiões mais quentes. Os terrenos argilosos, com muita matéria orgânica e baixa acidez (pH entre 6,0 e 6,8) são os ideais. 

Cultivo do agrião d'água: O agrião (Rorippa nasturtium-aquaticum L.) é uma planta que se desenvolve em terrenos alagados ou muito úmidos e, por esta razão, é conhecido também como agrião-d'água ou agrião aquático. É uma planta de clima ameno e seu desenvolvimento é melhor em temperaturas que variam de 16 a 20ºC. Com temperaturas mais elevadas, o agrião floresce mais rápido, apresenta um desenvolvimento menor da planta, além de prejudicar a qualidade. Por ser uma planta que necessita de muita água e umidade, os solos mais indicados para o seu cultivo são os que possuem maior capacidade de retenção de água, os solos argilosos. Como é uma planta rústica e resistente, o agrião é fácil de cultivar. Porém, precisa de muita água limpa disponível. No geral, a multiplicação é feita por meio de estacas, isto é, por meio de pedaços de hastes fortes. Deixa-se depois entrar água, que não mais é retirada; com o crescimento das plantas, procura-se ir aumentando a altura da água. Pode-se também fazer a multiplicação do agrião por meio de sementes. A sementeira é feita pelos métodos comuns, tendo-se o cuidado de pulverizar bem a terra do canteiro, porque as sementes são muito miúdas. Na sementeira utiliza-se sulcos separados por 10cm e 0,5cm de profundidade. Também pode ser plantada diretamente nos canteiros. Em um grama há, aproximadamente, 5000 sementes que germinam na proporção de 40%. Para o plantio, são necessários 4 kg de sementes/ha. Com 8 cm de altura leva-se as mudas para as agrieiras. O espaçamento recomendado para o cultivo do agrião são de 20 centímetros entre plantas e 25 entre linhas. Deve-se evitar a concorrência por água e nutrientes com a eliminação de plantas espontâneas ("mato") no local. Assim que as plantinhas apresentarem ramas de cinco centímetros, é hora de realizar o raleamento. Em cada cova, é bom deixar de três a quatro plantas. As agrieiras devem sempre estar inundadas, mas somente até o ponto em que a folhagem fique fora d'água. Outro ponto importante é a utilização de adubação de cobertura. As mudas devem ser transplantadas para o canteiro durante os meses de temperaturas mais amenas. 

Cultivo do agrião do seco: O agrião do seco (Lepidium sativum L.) é uma planta herbácea anual conhecido também como agrião-de-jardim, agrião, agrião-da-índia, agrião-mouro, mastruço e mastruço-ordinário. Ele pode ser utilizado como medicinal ou na alimentação humana, sendo consumido principalmente na forma de brotos. Suas folhas basais são diferentes das folhas do caule. As folhas basais tem longos pecíolos, são duplamente lobadas, com margens denteadas e dispostas em roseta, enquanto que as folhas caulinares são lanceoladas a lineares, menores e com margens inteiras. Quando adulta pode alcançar 60 cm de altura. As inflorescências são do tipo rácimo, apresentando flores pequenas e brancas, que dão origem à frutos do tipo síliqua, deiscentes. O cultivo do agrião do seco pode ser comercial, em larga escala, ou até mesmo em apartamento para o consumo dos próprios residentes. É uma importante hortaliça para cultivar em pequenos espaços, enriquecendo a alimentação de crianças, adultos e idosos. Ele pode ser utilizado cru em saladas, sanduíches, sucos, ou cozido, temperando diversos pratos. Seu sabor é levemente picante como as outras espécies de agrião: o agrião-da-água (Nasturtium officinale) e o agrião-da-terra (Barbarea verna) . É rico em vitaminas do complexo B, vitaminas A e C, além de sais minerais. 

Colheita: após cerca de dois meses do plantio, o agrião já pode ser colhido. Antes, verifique se as folhas estão desenvolvidas e tenras. É possível fazer de três a quatro cortes, com intervalos de um mês. Os melhores cortes são os de época fria. No verão, há tendência para o florescimento, diminuindo o tamanho das folhas. Os cortes são feitos à 8 cm do solo, evitando abalar a planta.


Almeirão ou radiche 

   O almeirão (Cichorium intybus), planta perene, conhecido também por radiche e chicória, pertencente a família botânica das Asteraceae, tem como origem a Ásia, Europa e África. É uma planta herbácea da mesma família da alface e chicória que apresenta sistema radicular do tipo pivotante, profundo e sem ramificações laterais; as folhas são lanceoladas e de sabor amargo acentuado, muito utilizadas como salada ou, em alguns casos, refogadas. Apresenta folhas alongadas, largas ou estreitas, mais ou menos pubescentes, de coloração verde ou arroxeada de acordo com a variedade. Esta hortaliça (Figura 4) é uma boa fonte de fósforo e ferro e também fornece vitaminas A, C e do complexo B. 
   Com as folhas do almeirão podem ser preparadas ricas saladas cruas, e saborosos refogados, acompanhando legumes, cereais ou carnes. Seu sabor é amargo e seu valor nutricional é superior à alface, sendo mais rico em vitaminas, minerais e fibras. As raízes prestam-se para a extração industrial do carboidrato inulina, de importantes aplicações na indústria farmacêutica e de alimentos dietéticos; e para a produção de um substituto do café, após sofrerem secagem, torrefação e moagem. As flores do almeirão também são comestíveis e podem adornar saladas com efeito surpreendente. É plantado para fins ornamentais, principalmente na Europa, devido às belas flores, que acrescentam um efeito campestre em maciços ou em conjuntos com outras flores. 

Figura 4. Hortaliça-folhosa: Almeirão ou radiche

Cultivo: produz melhor sob temperaturas amenas, sendo cultivado, geralmente, no outono-inverno; à cultura se adapta melhor à semeadura direta; o espaçamento entre linhas varia de 20cm a 40cm;.é uma espécie que sofreu intenso melhoramento genético, disponibilizando atualmente plantas com folhas abertas, de cabeça (folhas justapostas e fechadas) e plantas de raiz mais engrossada. As principais variedades são "Catalonha", "Pão-de-açúcar", "Radiche (Folha larga)", "Palla Rossa", "Madnesburgo (de raiz)" e "Spadona". Deve ser cultivado sob sol pleno, em solo fértil, bem drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Tolera o frio e o calor. O solo deve estar bem preparado na ocasião do plantio. Multiplica-se por sementes diretamente no local definitivo. O desbaste deve ser realizado quando as plantas atingirem 10 cm, deixando uma planta a cada 15 cm. 

Colheita: A colheita inicia-se em 80 dias no verão e 100 dias no inverno. Apesar de perene é cultivada como anual, .efetuando-se o corte das folhas externas, obtendo-se até 6 colheitas parceladas; as folhas são comercializadas na forma de maços. O almeirão, como a maioria das hortaliças-folhosas, estraga-se rapidamente, murchando e amarelecendo depois de colhido. O almeirão pode ser mantido por até três dias na geladeira 




Nenhum comentário:

Postar um comentário