google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 VIDA NATURAL: novembro 2015

ANUCIOS

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Técnicas Agronômicas para o Plantio de Plantas Medicinais



Preparo do solo
A planta alimenta-se quase que exclusivamente pelas raízes, que também são responsáveis por sua fixação. Assim, quanto mais intensos forem o uso de máquinas e equipamentos e os excessos de preparo, mais prejudicada será a fertilidade do solo (erosão e perda de microrganismos, entre outros).
A correção da acidez é feita de acordo com a análise do solo. Geralmente, é utilizado o calcário, que pode ser necessário para não comprometer a absorção de nutrientes. 

Tipos de adubos
Adubo orgânico é todo produto proveniente da decomposição de resíduos de origem animal e vegetal com elevados teores de componentes orgânicos. Os mais utilizados são:
- Restos de cultura - fornecem matéria orgânica ao solo, contribuindo para melhorar sua fertilidade. Podem serincorporados ou mantidos como cobertura morta.
- Esterco de animais - dejetos sólidos e líquidos de aves, bovinos e suínos que, depois de curtidos, são utilizados como adubo. Em geral, o esterco de ave é mais rico em nutrientes.
- Húmus de minhoca - devido à facilidade de produção nas propriedades, é uma alternativa de enriquecimento do esterco. É um adubo orgânico muito rico em nutrientes.
- Composto orgânico ou compostagem - é o processo de transformação dos resíduos através de microrganismos.
Obtido a partir de lixo (resto de alimentos, restos de culturas e dejetos de animais, entre outros) que é depositado numa pilha ou leira que deve ser molhada uma vez por semana para manter a umidade e acelerar a decomposição.
- Adubação verde - são vegetais que, plantados no local da cultura, têm sua massa verde incorporada ao solo, melhorando suas condições nutricionais.
A planta que servir de adubo verde não deve competir com a espécie plantada, por isso deve ser plantada nas entressafras.
A incorporação do adubo verde deve ser feita, de preferência, quando a planta estiver com floração.

Aplicação do adubo
O adubo pode ser aplicado de 15 a 20 dias antes do plantio para evitar perda de nutrientes do solo.
Adicionar na linha, na cova ou em cobertura, incorporado ao solo.

Métodos de propagação
As mudas para a instalação de uma lavoura podem ser obtidas através da reprodução natural da própria planta ou através de sementes.

Propagação por sementes
Poderá ser feita em sementeiras para posterior transplante ou no local definitivo.

Considerações iniciais sobre sementes
Antes do início da construção dos canteiros para a produção de mudas e da semeadura direta, é necessário calcular a quantidade de sementes a ser comprada ou produzida. Para isso, é necessário calcular a área que será produzida (hectare), o espaçamento entre as fileiras e o espaçamento entre as plantas no local definitivo da cultura e saber quanto pesa o grama da semente que será plantada.

Cálculo do número de mudas
Exemplo:
Planta: hortelã (Mentha piperita)
Área total: 1 ha (10.000 m2)
Espaçamento: 0,40m x 0,30m
Nº de mudas necessárias = 10.000m2 = 84.000
0,40 x 0,30
É preciso produzir ou adquirir mudas em número pouco maior do que o calculado para prevenir eventuais perdas. Assim, aconselha-se acrescentar mais 20% ao número obtido. Assim,
84.000 (mudas) x 20% = 16.800
84.000 + 16.800 = 100.800 mudas de hortelã.

Cálculo da quantidade de sementes
Exemplo:
Planta: hortelã (Mentha piperita)
Área total: 1 ha (10.000 m2)
Nº de sementes por grama = 15.000
Espaçamento = 0,40m x 0,30m
Área que cada planta ocupa = 0,40m x 0,30m = 0,12 m2
Nº de mudas = 10.000 m2 : 0,12 m2 = 84.000 mudas
Quantidade de sementes = nº de mudas : nº de sementes por grama = 84.000 : 15.000 = 6 gramas
Memória de cálculo do custo da produção
Relação de todo custo gasto com insumos, sementes, mão-de-obra e ferramentas, entre outros (Quadro 1).
Quadro 1. Estimativa para o cultivo de 84.000 mudas de planta medicinal (Mentha piperita L.).

Quadro 1. Estimativa para o cultivo de 84.000 mudas de planta medicinal (Mentha piperita L.).
Prática Insumos Quantidades Unidade
Valor
Individual
Estimado
(R$)
Valor
Total
Estimado
(R$)
Cultivo
de Hortelã
(Mentha piperita)
Adubo
orgânico
(esterco bovino)
2 tonelada 50,00 100,00
Área: 1 ha
(10.000m2)
Preparo do solo 4 h/máq. 40,00 160,00
Sementes 6 g 5,00 30,00
Mão-de-obra 4 d/h 20,00 80,00
Ancinho (10 dentes) 2 unidade 4,00 8,00
Barbante/nailon 20 metro 6,00 120,00
Bandeja de isopor
(162 células)
519 unidade 12,00 6.228,00
Balde (20 litros) 2 unidade 4,00 8,00
Carrinho-de-mão 1 unidade 65,00 65,00
Kit de jardinagem 2 unidade 15,00 30,00
Enxada com cabo 4 unidade 20,00 80,00
Enxadão 2 unidade 11,00 22,00
Sacho 2 unidade 11,00 22,00
Pá 2 unidade 20,00 40,00
Regador 2 unidade 12,00 24,00
Mangueira (3/4) 200 metro 0,40 80,00
Total 7.097,00

Preparo da sementeira
O solo da sementeira deve ser fértil, sem ser muito argiloso ou arenoso. Geralmente, utiliza-se sementeira quando as sementes são muito pequenas, têm baixo poder de germinação, demoram muito tempo para germinar e necessitam de cuidados especiais, como local sombreado e irrigação, entre outros.

Sementeira

Pode ser feita em caixas, caixotes, bandejas de isopor (72, 128, 200, 162 células), vasos, sacos plásticos, embalagens de UHT ou garrafas PET, entre outros.
Pode ser semeada a lanço ou em linhas, com cobertura de terra ou não, dependendo do tamanho das sementes e das características de cada planta. Na construção das sementeiras, devem ser adotados os mesmos procedimentos utilizados para os canteiros. É recomendável fazer uma cobertura (jirau) para proteger as sementes de predadores, como pássaros e roedores. A cobertura pode ser feita com folhas de capim, de coqueiro, de bananeira ou sombrite, entre outros. Outra forma de proteção é fincar estacas nas bordas e fazer um trançado de barbante. Manter a sementeira em estufa também oferece proteção.

Bandeja de isopor
Composta por diversas células, ou seja, por orifícios preenchidos com o substrato (solo, palha de arroz queimada, areia e composto orgânico ou esterco curtido, plantimax®, húmus de minhoca e compostagem, dentre outros, todos peneirados e livres de ervas invasoras).
Utilizada tanto para o semeio quanto para o enraizamento de estacas. As bandejas podem ser parcialmente sombreadas para aumentar a sua durabilidade.
Vantagens:
- Facilidade no manuseio.
- Possibilidade de reutilização após desinfecção e lavagem (hipoclorito de sódio diluído em água), evitando contaminações na cultura.
- Maior número de mudas por espaço.
- Reduz a necessidade de mão-de-obra e materiais, pois as mudas podem ser plantadas diretamente no local definitivo.
- Dispensa capina e retém a umidade.
- Exige pouca quantidade de substrato.
- Permite o desenvolvimento das mudas que, ao serem transplantadas, mantêm o torrão com raízes, mantendo a planta intacta.

Transplante
É a transferência da muda dos recipientes ou da sementeira para o local definitivo.
- Deve ser realizado pela manhã, quando a temperatura está amena, ou em dias nublados ou à tarde, para que a planta não morra.
- Um dia antes do transplante não se deve irrigar a planta para facilitar a adaptação da muda ao local definitivo.
- A planta deve ser transplantada quando atingir de 10 a 15cm de altura e apresentar de 4 a 6 folhas definitivas.
- Após o transplante, irrigar a planta.
- Eliminar os recipientes (sacos plásticos, vasos, bandeja de isopor, entre outros) antes de colocar a planta no local definitivo.
- A cova deve manter a mesma altura que a planta tinha na sementeira ou no recipiente.
- Algumas espécies não toleram o transplante, por isso devem ser semeadas em local definitivo.

Locais para o transplantio

Canteiro

É o local onde se plantam as mudas transplantadas das sementeiras. Os canteiros podem ser de alvenaria, pedras ou de materiais retirados da própria região, como madeiras e varas, entre outros. O tamanho dependerá
do número de plantas a serem transplantadas e do tamanho do terreno. Geralmente, possuem 1m de largura por 0,20m de altura e 5m de comprimento; a distância entre os canteiros deve ser de pelo menos 1m para facilitar os tratos culturais.

Covas
Largura e profundidade devem ser de acordo com o tamanho da planta.
- Devem ser preparadas com antecedência.
- Se houver a necessidade de corrigir o pH do solo, recomenda-se aplicar calagem com aproximadamente um mês de antecedência do plantio.
- O espaçamento linha x plantas varia de acordo com cada espécie (Quadro 2).
- Ao cavar, separe a terra de cima da terra de baixo.
- Encha as covas misturando a terra de cima com o adubo orgânico, cuja quantidade varia de acordo com a análise do solo, e complete com a terra de baixo.
- Aguar diariamente até o dia do plantio. Cobrir a planta com cobertura morta para manter a umidade e evitar o crescimento de ervas invasoras e erosão. Também serve como adubo orgânico e repelente de insetos.

Semeadura direta
É feita no local definitivo quando a planta não requer cuidados especiais. Exige bom preparo do solo. A semeadura pode ser feita a lanço ou em linhas. O tamanho da semente é que irá determinar a melhor forma de semeadura, manual ou com equipamentos.

Propagação vegetativa
É a multiplicação da planta utilizando galhos, raízes ou folhas. A planta deve ser sadia e a ferramenta utilizada para cortar deve estar limpa para evitar contaminações.
Estaquia
É a retirada do caule da planta-mãe para o enraizamento, que pode ser em recipientes ou diretamente no local definitivo. Esse método é utilizado para aumentar o número de mudas da espécie desejada, para plantas que não produzem sementes numa determinada região ou, ainda, para se obter material com as mesmas características da planta-mãe ou matriz.
Todas as estacas devem ser deixadas sobre a areia úmida para o enraizamento.
A coleta pode ser em qualquer época, dependendo da capacidade da planta-mãe e da necessidade de material. As estaquias podem ser:
- folhas: plantas com folhas carnosas (folha-da-fortuna).
- raiz: todas as plantas que possuem filhotes ou rebentos (babosa, confrei e outras).
- caule: forma mais utilizada para a maioria das plantas medicinais, classi-ficadas de acordo com a lenhosidade da planta.
Lenhosa: erva-cidreira (Lippia alba L.)
Semilenhosa: alecrim (Rosmarinus officinalis L.)
Herbácea: manjericão (Ocimum basilicum L.)

Estaquia de galho

Pode ser feita com galhos duros ou verdes da ponta (apical), da parte intermediária (mediana) ou basal (parte inferior) da planta. O plantio pode ser feito diretamente no campo ou em viveiros, dependendo da facilidade do enraizamento da espécie. O tamanho das estacas, em geral, é de 10 a 25cm, contendo dois nós (gema).

Estaquia de raiz
As partes utilizadas são as partes que estão enterradas. Podem ser plantadas diretamente no local definitivo, em viveiros ou em sacos plásticos.

Divisão por touceira
Deve-se desenterrar a planta com as raízes, separar as mudas com as mãos ou com uma faca, podar as folhas, plantar em covas e regar bem.

Mergulhia
Deve ser utilizada com culturas de difícil propagação por estaquia. Deve-se preparar o solo ao redor da planta da qual se pretenda enraizar os ramos. Selecione os ramos que serão enraizados, faça um corte na parte da casca que ficará em contato com o solo (enraizamento), encoste o corte no chão, fixe-o com uma forquilha e cubra com terra, regando para manter o solo úmido. Após o enraizamento, separe a muda da planta-mãe e plante-a no local definitivo.

Cuidados importantes
- A planta-mãe deve ter bom aspecto, livre de doenças e pragas.
- A coleta deve ser em horário mais fresco do dia para evitar que a planta perca água até o momento do plantio.
- As estacas semilenhosa e herbáceas devem ter folhas na parte superior. O corte é feito abaixo de um nó (gema). Caso a planta apresente folhas muito grandes, devem ser cortadas ao meio, no sentido transversal, para evitar a transpiração.
- Estacas herbáceas devem ser destacadas com a mão ou tesouras de poda.
- Espécies de difícil enraizamento devem ser retiradas de plantas mais novas ou podá-las para forçar novas brotações.
- O enraizamento das estacas deve ser feito à sombra, com substratos (conserva a umidade, permite a aeração e dá sustentabilidade à estaca).
- O enraizamento leva de 1 a 5 semanas, quando começam a aparecer ramificações e brotações, indicando a formação de raízes. Após esse período, faz-se o transplante das mudas para o local definitivo ou para os recipientes.
- Em estacas lenhosas, a brotação pode aparecer antes das raízes estarem completamente formadas.
- Após o transplante, as mudas devem ser irrigadas para uma rápida recuperação.

Micropropagação
Propagação realizada através de tecido vegetativo ou semente. Utiliza a biotecnologia na produção de mudas (clones) in vitro. Geralmente, é realizada com cultura de importância econômica e de difícil germinação.
Vantagens:
- Produção de espécies saudáveis, resistentes a pragas e livre de doenças.
- Diminuição do ciclo de produção da planta.

Hidroponia
Os estudos de produção hidropônica de plantas medicinais são escassos.
Consiste no cultivo da planta sob estufas, num sistema em que as raízes das espécies cultivadas ficam submersas (tubo) em solução nutritiva, em água corrente.
A hidroponia não é considerada manejo orgânico por utilizar substâncias químicas na propagação de novas mudas.

PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS

Para a classificação correta do inseto, é necessário o auxílio de um profissional.

Ácaros - podem apresentar cores amarelas, vermelhas ou brancas, atacam brotações novas, folhas, flores e frutos, que ficam com aparência crespa e amarelada.
Besouros - alguns são predadores de insetos, alimentando-se de ovos e larvas e, portanto, são aliados do agricultor, como por exemplo, a joaninha. Outros, porém, se alimentam de vegetais e causam prejuízo à plantação.
Cochonilhas - são insetos sugadores que excretam uma substância açucarada sobre as plantas, atraindo as formigas e criando condições favoráveis para o aparecimento da fumagina (escurecimento das folhas).
Formigas - as da espécie cortadeira cortam as partes tenras das plantas e levam para o formigueiro para o cultivo de um fungo do qual se alimentam. As da espécie doceira se alimentam das substâncias secretadas pelas cochonilhas e pulgões, protegendo-os de seus inimigos naturais, além de se alimentarem da seiva das plantas.
Existem ainda as formigas predadoras, que são benéficas (formiga-cabaça e formiga-de-ferro) à agricultura.
Lagartas - fase jovem da borboleta, possuem vários tamanhos e cores de acordo com a espécie. Em seu último estágio larval, são muito vorazes, causando prejuízos.
Pulgões - são insetos que sugam as partes mais tenras dos vegetais, contaminando-os com vírus e causando deformações na planta. De acordo com a espécie, podem atacar desde as raízes até as folhas, o que acontece quando o solo está pobre de nutrientes, quando o adubo não está bem curtido ou quando há excesso de adubação, provocando desequilíbrios bioquímicos no solo.

Doenças

Há vários agentes causadores de doenças. Os mais comuns são:

Fungos - conhecidos popularmente como mofos ou bolores, entre outros. Os mais importantes nas plantas
cultivadas são:
- os que provocam a “queima” das folhas, que ficam de pardo-avermelhadas a negras e o apodrecimento de frutos e hastes verdes (Antracnose).
- os que atacam a parte produtiva das plantas na fase inicial, causando deformações, como gigantismo e tumores.
Na fase inicial, as partes afetadas do vegetal soltam grande quantidade de esporos de cor negra, que lembram o pó de carvão (Carvões).
- os que atacam principalmente as folhas, que ficam com manchas (pústulas) que se espalham por todo o vegetal
(Ferrugem).

Bactérias - são organismos pequenos que penetram na planta através de suas aberturas naturais ou através
de ferimentos. Podem ser transmitidas também por insetos e ferramentas, entre outros. Provocam a formação de galhas e morte da planta.
Vírus - geralmente transmitidos por insetos sugadores ou por sementes contaminadas. Provocam o aparecimento de manchas nas plantas. As culturas atacadas por virose devem ser imediatamente eliminadas. Para evitar o ataque das viroses, é necessário o controle de pragas que transmitem o vírus.
Nematóides - são vermes que existem no solo. Alguns provocam a formação de galhas ou pipocas nas raízes.
O controle é realizado através da desinfecção de ferramentas, manejo adequado do solo e rotação de cultura.

COLHEITA

O cultivo de plantas medicinais deve ser planejado de acordo com a época da colheita da espécie, para não haver acúmulo e necessidade de contratação de mão-de-obra, aumentando o custo da produção final.
Na fitoterapia, a planta é utilizada integralmente ou partes dela, de acordo com a espécie, para que os princípios ativos da planta usada sejam adequados e tenham eficácia.








segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Cultivo Orgânico de Plantas Medicinais (Introdução)


INTRODUÇÃO

O cultivo orgânico é uma modalidade muito eficiente quando o assunto é plantas medicinais, pois permite às espécies manter altos teores de princípios ativos sem a perda das propriedades benéficas buscadas pelos consumidores. Porém, por não utilizar agroquímicos, essa prática agrícola exige atenção especial quanto ao fornecimento de nutrientes às plantas e controle de doenças. Pensando nisso, a Universidade Online de Viçosa - UOV desenvolveu o Curso Cultivo Orgânico de Plantas Medicinais, material completo que traz tudo sobre os tratos culturais, instalações da horta, preparo do solo e controle de pragas, além de orientar quanto ao uso dos produtos e suas formas de comercialização.

O Brasil tem a maior biodiversidade de plantas do planeta, associada a ricas diversidades étnicas e culturais, com o maior percentual de plantas medicinais encontradas na Amazônia, no Cerrado e na Mata Atlântica, respectivamente. 
Quando se fala de cultivo de plantas medicinais está-se conservando a biodiversidade, a saúde humana, o alimento, a economia, o resgate do conhecimento popular, a organização, a participação social, o gênero e a geração.
Atualmente, observa-se o crescimento no consumo de plantas medicinais ou de medicamentos à
base de plantas em todas as classes sociais no Brasil e no mundo. No Brasil, porém, a maior parte das plantas medicinais comercializadas é proveniente do extrativismo, que contribui para o aumento do efeito estufa.
Com relação às plantas importadas, muitas delas poderiam ser produzidas no país, considerando que as terras brasileiras se estendem da latitude de 5º N a 34º S, com a maior parte do território em altitudes de 1.200 metros acima do nível do mar, com temperaturas médias variando de 16º C a 20º C. Cerca de 80% do país recebem chuvas entre 1.000 e 2.500mm. Com isso, o cultivo de plantas medicinais é de importância fundamental, visando suprir a necessidade de demanda no mercado interno.
Somente na Alemanha, os fitofármacos movimentam US$ 3 bilhões/ano.
Por volta de 1.600 a.C, os egípcios já faziam uso de plantas medicinais na cura de doenças; os chineses, há mais de 5.000 anos, utilizavam os princípios ativos das plantas medicinais.
O uso de plantas no tratamento de doenças no Brasil tem influências das culturas indígena, africana e européia, entre outras.
O cultivo de plantas medicinais visando à comercialização exige planejamento, de modo a manter produção constante e de boa qualidade.

2. Noções Sobre Fatores Climáticos

Quando se cultiva planta medicinal deve-se observar a influência que os fatores climáticos têm sobre o seu desenvolvimento, podendo variar com a espécie estudada, tendo em vista que a produção de princípios ativos pode diminuir ou aumentar.
• Temperatura - o aumento da temperatura faz aumentar também a velocidade de crescimento da planta. Cada planta possui uma temperatura ótima de crescimento (em torno de 25ºC para as plantas tropicais), ou seja, uma faixa de temperatura que fará com que a planta se desenvolva no tempo certo, sem perda na produção.
• Luz - desempenha papel fundamental na vida das plantas, influenciando na fotossíntese, como crescimento, desenvolvimento e forma das plantas. A capacidade de germinação das sementes também pode estar associada à iluminação, dependendo da espécie a ser cultivada. Algumas necessitam de luz para brotar (a semente não deve ser totalmente enterrada), outras, porém, não necessitam tanto da luz para germinarem. Em muitas variedades, o fotoperíodo é responsável pela germinação das sementes, pelo desenvolvimento das espécies e pela formação de flores e bulbos.
• Umidade - a água é um elemento essencial para a vida e para o metabolismo das plantas. Assim, a irrigação deve estar de acordo com a tolerância de cada espécie. A deficiência de água no solo (“stress” hídrico) pode aumentar ou diminuir os princípios ativos de acordo com a cultivar estudada.
• Altitude - à medida que aumenta a altitude (acima de 100 metros), a temperatura diminui 1ºC e aumenta a insolação, que interfere no desenvolvimento das plantas e na produção de princípios ativos. Plantas produtoras de alcalóides, quando em baixas altitudes, apresentam maior teor de princípios ativos.
• Latitude - teoricamente, plantas cultivadas em latitudes equivalentes (Norte e Sul) têm o mesmo desenvolvimento, época de floração e teor de princípios ativos.

3. Técnicas agronômicas para o plantio

• A área para cultivo deve dispor de, pelo menos, cinco horas de sol.
• Deve ser feita análise química do solo.
• O solo deve ter boa drenagem. A maioria das plantas medicinais produz melhor em solo férteis, leves e arejados, com pH variando entre 6,0 e 6,5.
• A escolha da semente deve ser feita de acordo com os fatores climáticos, com a demanda local ou regional e sem adição de agrotóxicos.
• A área deve ser protegida contra ventos fortes e ter boa disponibilidade de água para irrigação.
• A área deve ficar distante de fontes de poluição, como culturas que usam agrotóxicos e estradas poeirentas.
• O terreno deve ter pouca inclinação.
• Recomenda-se utilizar cobertura morta e adubação orgânica.







sábado, 7 de novembro de 2015

CULTIVO DE PLANTAS MEDICINAIS



CULTIVO DE PLANTAS MEDICINAIS 
O cultivo de plantas medicinais deve ser de maneira racional e produtiva. Ele deve atender as necessidades básicas para o qual foi dimensionado, seja para produção em grande escala ou para consumo próprio. Tal preocupação de princípios ativos. Em nosso trabalho, procuramos mostrar que as plantas medicinais, em sua maioria, têm exigências próprias de:
 Tipos de solo específicos (arenoso, argiloso, brejoso, etc.)
 Espaçamento apropriado entre si e entre fileiras.
 Épocas mais indicada para plantio (meses, primavera, verão, outono, inverno, ano todo, etc.)
 Época de colheita (varia de dias a meses e anos algumas após floração outras antes da floração)
 Partes usadas (raiz, bulbos, casca, folhas, flores e sementes)
 Sistema de propagação (sexuada, sementeira/transplante, sementes, semeadura direta; assexuada ou vegetativa, estacas de folhas, de caules, raízes, bulbos, rizomas, filhotes ou rebentos e divisão de touceiras.)
 Secagem e armazenagem (cuidados especiais com as embalagens).
 Controle de pragas (só usar defensivos naturais).

TIPO DE SOLO 
Quando ao tipo de solo é valido lembrar que uma boa adubação orgânica conduz a bons resultados, pois ela é um dos principais agentes de estruturação dos solos. Em alguns casos faz-se necessário o uso de calcário ou de outros nutrientes minerais. Lembramos também, que algumas plantas têm como preferência solos brejosos e alagados entre elas temos: o agrião, a cavalinha, o chapéu-de-couro e outras. Como podemos observar cada planta possui determinadas necessidades, logo seria prudente planejarmos o plantio das espécies que se adaptam ao clima, ao tipo de solo e localização de nossa propriedade. Caso contrário, as plantas poderão produzir uma quantidade muito pequena de princípios ativos, tornando-se impróprias para fins terapêuticos. Todavia, o solo pode ser corrigido em seu PH e receber irrigação artificial, pois a maioria das plantas produz adequadamente em solos férteis, leves, bem drenados e com faixa de PH variando entre 6,0 e 6,5. Naturalmente, tem que se levarem em conta os custos finais dos investimentos se quiser adequar o solo para produzir determinada planta. Existem ainda outros cuidados básicos a ser considerados antes do plantio de plantas medicinais entre eles: evitar o plantio em beira de estrada, pois as plantas absorvem gases tóxicos emitidos pelos veículos, também, deve-se evitar o cultivo em locais que tenham sido intensamente cultivados, pois podem conter resíduos tóxicos de defensivos agrícolas, além disso, o cultivo não deve estar próximo à reservatórios de água que estejam sujeitos à contaminação, redes de esgotos, valas, ravinas, cursos de água poluída, etc.) 


SISTEMA DE ESPAÇAMENTO
O espaçamento está relacionado com a capacidade de absorção de nutrientes pela competição alimentar. Em se tratando de ervas, os espaçamentos são pequenos ainda assim variáveis, e necessários. Temos, os cipós e trepadeiras que formam espaldeiras ou caramanchões, e também os arbustos, variam em conformidade com suas características peculiares. Temos ainda, as árvores de grande porte cada qual com seu espaçamento adequado em função de sua altura e galhada, como é o caso dos Eucaliptos, Jatobás, Sucupira, etc. que necessitam vários metros entre si. A maioria das ervas pode ser plantada em canteiros com as seguintes dimensões: 1,0m à 1,2m de largura, e não deve exceder a 10,0m. de comprimento. A altura fofa deve estar entre 0,2m à 0,3m. Sendo que as sementes aí lançadas devem receber uma cobertura com areia fina ou solo peneirado. No que diz respeito à construção de viveiros para mudas, eles deverão ser construídos, como “ripado” na direção norte-sul, ou com uma cobertura que permita o controle da iluminação solar, para que haja um sombreamento adequado. 

ÉPOCA DE PLANTIO 
Cada planta possui uma época favorável para plantio, seja primavera, verão, outono ou inverno. Todavia, a grande maioria das ervas medicinais e hortaliças, podem ser plantadas o ano todo. 

ÉPOCA DE COLHEITA 
Algumas plantas colhem-se após 30 dias, outras após anos, quando as folhas estejam maduras. No caso de algumas raízes, e certas sementes muitos anos após o plantio. Todavia, as folhas de uma maneira geral, devem ser colhidas pouco antes da floração, época em que os princípios ativos se manifestam em maior quantidade. Normalmente na florada, a maioria das plantas transfere grande parte dos princípios ativos para as flores. A melhor hora para colher é pela manhã, após o orvalho ter secado, ou à tarde, quando o sol estiver bem fraco. Em dias nublados e secos pode colher a qualquer hora. 

PARTE USADA 
Como sabemos nas plantas medicinais, os princípios ativos podem concentrar-se mais nos bulbos, outros nas raízes, caules, folhas, flores, frutos, etc. Por isso, temos de ter cuidados especiais, bem como ferramentas e equipamentos apropriados ao coletar, transportar, ao secar e armazenar as partes usadas. 

PROPAGAÇÃO 
A propagação pode ser feita através de duas formas básicas: sexuada (por sementes), e assexuada (por estruturas vegetativas caules e brotos).
A forma sexuada, não garante as mesmas características originais da planta mãe. A propagação por estruturas vegetativas é recomendada porque transmitem exatamente as mesmas características da planta mãe. Os métodos mais usados são: estaquia, mergulhia, divisão de touceiras e as alporquias. Podem ser reproduzidos por estaquia de caules e galhos: o boldo, a erva-doce, a alfavaca, etc.; por estaquia de folhas: o saião, o balsamo, a fortuna etc.; por estaquia de raízes e rizomas: o confrei, a araruta etc. Em alguns casos de estaquias, é necessário imergir as estacas por 24h. em ácido giberélico (hormônio estimulante de enraizamento) como é caso do alecrim, etc. No caso de touceiras, as partes separadas são plantadas no local definitivo, é o caso do capim-limão, e da mil-folhas etc. 

SECAGEM E ARMAZENAGEM 
Todas as plantas devem secar-se à sombra, em local bem ventilado, para evitar a diminuição da quantidade dos princípios ativos. As flores devem estar amarradas em feixes e não devem encostar em a nada. As folhas são colocadas em bandejas com tela. As raízes depois de lavadas com água, devem ser cortadas ao meio e colocadas em bandejas com tela. Todas as plantas devem estar devidamente identificadas por etiquetas e colocadas em sacos de juta. Quando armazenadas, não podem encostar umas nas outras.

 CONTROLE DE PRAGAS 
No controle das pragas, só usar defensivos naturais. Um deles, é o processo rotativo das culturas, o outro é associar plantas que repelem alguns insetos, pulgões e lagartas. Entre elas, temos: 1-Chá de camomila – um punhado de flores imerso em água fria durante dois dias – combate doenças causadas por fungos. 2-Macerado de urtiga – 500g. de folhas frescas, ou 100g. de folhas secas em 1000ml. de água. Deixa-se descansar durante 2 dias num recipiente escuro. Após isso, dilui-se o conteúdo em 10.000ml. de água e aplica-se diretamente nas plantas ou no solo. – combate pulgões e lagartas. 3- Soro de leite aplicado sobre as plantas – mata os ácaros. Existem vários outros defensivos tais como: cravo de defunto, canela cinamomo, salsa, etc. Todavia, o tabaco não deve ser aplicado em plantas medicinais.


CULTIVO E UTILIZAÇÃO DAS ERVAS

ABACAXI
Planta que se adapta em solos argilosos, devendo ser plantada com espaçamento de 0,6m x 1,2m. 
É utilizada para dissolver coágulos e eliminar tecidos necrosados, sendo a bromelina a responsável por esses efeitos. 
A época de plantio vai de dezembro a janeiro. 
O sistema de propagação ocorre através de divisão de touceiras e mudas.
O abacaxi amacia carnes e auxilia a digestão.

AÇAFRÃO
A época de plantio recomendada é a primavera. 
O sistema de propagação ocorre através de divisão de touceiras e raízes. 
Planta que se adapta em solos argilosos, sendo cultivada com espaçamento de 0,25m x 0,55m. 
A época de colheita recomendada é no inverno.
Estimulante e em tratamento de distúrbios sanguíneos. 
Utilizado também para aliviar contusões, infecções dos olhos e inflamação das fossas nasais.

ALCACHOFRA
Recomenda-se o plantio entre os meses de dezembro a janeiro e a colheita entre outubro e novembro. 
O solo ideal é o areno argiloso, sendo cultivada com espaçamento entre 1,0m x 1,2m. 
Sua propagação se dá principalmente por mudas e sementes.
Diurético e eliminador do ácido úrico, atua em reumatismo e nos distúrbios hepáticos e digestivos.

ALECRIM
Perene. 
Necessita de muito sol e de solo arenoso/ calcário. 
Pode-o após a floração. 
Propaga-se por estaquia, mergulhia e sementes. 
Adotar espaçamento de 1,0m x 0,6m. 
Época de plantio: setembro a novembro.
É tempero para pratos de carne e frango, também usado em grinaldas e coroas de flores.

ALFAVACA
Planta que requer um solo rico em matérias orgânicas e terra bem drenada. A propagação ocorre através de sementes e estaquia. Época de plantio: novembro a janeiro.
Indicado para dores decorrentes de gases e disenteria. Usada em gargarejos e bochechos contra dor de garganta, mau hálito e aftas.

ALFAZEMA
Perene. A lavanda inglesa é a mais intensa. 
Aconselhável fazer uma cobertura no inverno. 
Propaga-se a partir de cortes no outono ou primavera, e por sementes, mergulhia, divisão de raízes e estaca de galho. 
Prefere sol pleno e solo alcalino com cascalho. 
Espaçamento: 0,2m a 0,5m. Época de plantio: março (sementes), outubro/ novembro (estacas).
Cicatrizante e é empregado em bochechos contra aftas e outras afecções da mucosa bucal. Cultivada também pelo aroma, é incluída em sachês.

ALHO
Anual. 
Plante os dentes de alho com 15cm de profundidade e espaço de 0,20m x 0,10m, em solo rico, no outono e até meados do inverno, ou na primavera, no caso de regiões mais frias. 
Retire os bulbos quando as folhas ficarem amarelas e seque-os ao sol.
Condimento básico em muitas receitas, o alho é também usado em vários remédios caseiros e como repelentes se insetos.

ANETO
Anual. 
Semeie depois de passado todo o perigo de geada. 
Precisa de solo rico e proteção contra ventos fortes. 
Regue muitas vezes e corte as inflorescências, a não ser que queira que as sementes se desenvolvam. 
Para ter um suprimento continuo, semeie a cada mês e meio.
As folhas são usadas para temperar saladas. 
Molhos e pratos de legumes e peixes. As sementes são postas em conservas de vinagre e picles.

ARNICA MONTANA
Planta que se propaga através de semente e divisão de touceiras. 
Adapta-se melhor em solos arenosos, sendo indicada o plantio com espaçamento de 0,3m x 0,3m, podendo ser cultivada em qualquer período do ano.
É anti-séptica e analgésica. 
Combate contusões, quedas, distensões, hematomas e dores reumáticas.

ARTEMÍSIA
Perene. Existem vários tipos: com perfume cânfora, limão e tangerina. 
Propaga-se por divisão de touceiras ou estaquia, na primavera ou no outono. 
Disponha as plantas com espaçamento de 1,0m x 1,5m, em pleno sol e num solo comum bem drenado. 
Desbaste na primavera.
As folhas secas são utilizadas como um eficaz repelente de traças. 
Seu chá combate problemas no ovário, lombrigas e anemia.

BABOSA
Planta de ambiente seco e clima quente. 
Não tolera solos encharcados. 
O espaçamento de plantio recomendado é de 0,5m x 0,7m. 
Sua propagação se dá principalmente com sementes ou brotos. 
Pode ser plantada a qualquer época do ano.
É indicada para tratamentos de câncer, problemas pulmonares, digestivos, ferimentos e queimaduras.

CAMOMILA ROMANA
Perene. Pode ser podada para obter-se uma perfumada cobertura do solo resistente à seca. Semeie na primavera em solo medianamente rico; transplante, deixando 0,5m x 0,2m de espaço entre as mudas. Propagação por sementes ou brotos na primavera ou no fim do verão.
Das folhas secas obtêm-se um chá calmante.

CEBOLA
Planta que se adapta em solo arenoso rico em matéria orgânica, com acidez média e baixa. 
A semeadura deve ocorrer em sementeiras, entre os meses de março a junho. 
O espaçamento para o plantio deve ser de 0,10m x 0,25m.
Hipotensora, hipoglicemiante, hipodolesterômica, hipolipêmica, analgésica e antiinflamatória.

CEBOLINHA
Perene. 
Desenvolve-se com facilidade a partir de sementes, em solo moderadamente rico e com muito sol. 
A não ser haja interesse apenas pelas flores, pode evitar regularmente a floração e preservar o sabor. 
Divida os tufos a cada três primaveras.
As folhas delicadas do cebolinha, com sabor de cebola, são em geral picadas e acrescentadas a saladas e pratos de legumes.

CEREFÓLIO
Anual. 
Assemelha-se a salsa. 
Semeie na primavera no local definitivo onde quer que se desenvolva (não se transplanta bem), ou plante as sementes no outono para colher na primavera. 
Em áreas quentes, cultive-os nos meses frescos.
As folhas, com seu delicado sabor, semelhante ao do anis, são um dos ingredientes da mistura de ervas conhecidas como fines herbes. 
Muito usadas em sopas e saladas.

CHAPÉU DE COURO
Planta que exige solo brejoso e alagadiço. 
Deve ser plantada no verão ou outono. 
O espaçamento para o plantio deve ser de 0,50m x 0,70m. 
Sua propagação se dá através de sementes e mudas.
Em decocção cura reumatismos, artrite, arteriosclerose, sífilis e gota. 
Utilizado também para problemas dos rins.

CONFREI
Pode ser planta em qualquer época do ano. Prefere solos areno argiloso, sendo adotado espaçamento de 0,8m x 0,8m. Sua propagação ocorre através de touceiras.
Propriedades cicatrizantes e emolientes. O cataplasma trata de fraturas ósseas, varizes e queimaduras.

COPAÍBA
Planta que se adapta melhor em solo argilo arenoso. 
Por se tratar de uma árvore, deve ser cultivada com espaçamento de 18,0m x 18,0m. 
Seu plantio deve ocorrer nos meses de setembro a novembro. 
Sua propagação se dá por sementes e mudas.
Indicado para infecção urinária, disenterias, urticária, úlceras, leucorréia e dermatoses em geral.

ERVA CIDREIRA
Perene. 
Desenvolve-se lentamente a partir das sementes e touceiras. 
Semeie dentro de casa dois meses antes da última geada. 
Em regiões frescas, semeie também no outono. 
Transplante as plantas novas para um solo leve e arenoso, a pleno sol, ou em sombra parcial, com intervalos entre as mudas de 0,6m. 
A erva cidreira é suscetível a doenças quando plantada com pouco espaço entre as plantas. Semeia-se espontaneamente.
Afecções do estõmago, nervos, insônia, palpitações do coração e contra gases.

ESPINHEIRA SANTA
Planta que deve ser cultivada no verão, preferencialmente em solo areno argiloso, com espaçamento de 3,0m x 3,0m. 
Sua propagação ocorre através de sementes e mudas.
Usada principalmente em casos de úlceras e fermentações anormais do intestino.

ERVA DOCE OU ANIS
Anual. 
Semear na primavera em terra fofa, bem drenada e seca. 
Mudas finas com espaço entre as sementes de 0,7m x 0,5m. A erva doce precisa de 120 dias sem geada para produzir sementes completamente maduras. 
Propagação através de sementes. Época de plantio vai de janeiro a maio.
Usada como carminativo, calmante, combate náuseas, insônia, cólicas e vômitos. 
Aumenta o leite materno.

ESTRAGÃO
Perene. 
Para a culinária, cultive o estragão francês. 
Propaga-se apenas por estaquia ou divisão de touceiras (o estragão russo propaga-se por sementes e é menos saboroso que o francês). 
Prefere os solos bem drenados, ricos e sol direto. 
O plantio se dá no verão e outono. 
Ter o cuidado de plantar com espaçamento de 0,15m x ,050m
As folhas são usadas principalmente como tempero delicado e aromático para frango, peixes e saladas.

FUNCHO
Perene. 
Desenvolve-se com facilidade, a partir de sementes, em solo alcalino e em pleno sol. Recomenda-se plantar no verão. 
Transplante as mudas, deixando um intervalo de 0,8m x 0,2m entre elas.
Também é digestivo, antiespasmódico, emenagogo, galatagogo, tônico e vermífugo.

GENGIBRE
Planta que se adapta melhor em clima quente e em solo arenoso. 
A época de plantio deve acontecer entre o inverno e primavera. 
Seu plantio deve obedecer ao espaçamento 0,3m x 0,8m. 
Sua propagação ocorre com a divisão dos rizomas.
Tem propriedades estimulantes, rubefacientes, carminativas e para combater doenças respiratórias.

GERÂNIO
Perene, cultivada como anual. 
Existem numerosas espécies. 
Propagam-se por mudas e gostam de sol e de solo úmido e bem drenado.
As folhas dão um delicado sabor floral às gelatinas e sobremesas e também são incluídas em sachês. 
Trata a diarréia.

GERVÃO
Seu plantio deve ocorrer na primavera. 
Sua propagação se dá através de mudas e divisão das raízes. 
Adapta-se melhor em solo argilo arenoso. 
Deve ser plantada com espaçamentos de 0,5m x 0,8m.
Indicado para dores no fígado, no estomago, febres, prisão de ventre, diurético e emenagogo.

GUACO
Planta que prefere solos argilo arenoso, devendo ser plantada com espaçamento 1,0m x 1,5m. 
O período de plantio deve ser entre os meses de setembro a dezembro. 
Sua propagação ocorre através de estacas.
Dissolve catarro dos brônquios, amenizando inflamações de garganta.

HORTELÃ
Perene. 
A hortelã pimenta e a hortelã verde são as espécies mais comuns. 
As hortelãs se desenvolvem ao sol ou em sombra parcial, e requerem solo enriquecido e regas regulares. 
Propaga-se com rapidez (sementes, estacas de galho e de raiz e divisão de touceiras), a não ser que as raízes encontrem barreiras no solo. 
Adotar espaçamento de 0,30m x 0,30m. 
Época de plantio: junho a dezembro.
Muitas vezes é usada como acompanhamento de carne de carneiro ou pepino, ou incluída em bebidas geladas ou chás refrescantes. 
Indicado para aliviar doenças das vias respiratórias e os efeitos dos gases estomacais.

LOURO
Perene. 
Em áreas com mais de uma geada ocasional, deve-se cultivar o louro num vaso, posto em área ensolarada, e transferi-lo no inverno para um local fresco e claro. 
Propaga-se a partir das sementes, touceiras, mudas ou mergulhia em qualquer tipo de solo. 
O loureiro é uma árvore que pode ser podada em várias formas. 
Adotar espaçamento para plantio de 3,5m x 3,5m. 
Época de cultivo: setembro a outubro.
As folhas são usadas para temperar feijão, ensopados e molhos, e como aromatizante em saches. 
Tem efeitos anti-sépticos, estimulantes, sedativos e sudoríficos.

MALVA
Planta que se adapta ao solo areno argiloso, devendo ser plantado com espaçamento de 0,2m x 0,5m. 
Recomenda-se seu plantio na primavera e outono. 
Sua propagação se dá através de sementes, divisão de touceiras e estacas.
A cataplasma das folhas é usada contra artrite, gota, úlceras. 
Atua como calmante, laxativo e favorece a cicatrização e processos gastrointestinais.

MANJERICÃO
Anual. 
Brota facilmente da semente. 
Semeie dentro de casa, com intervalos de 0,30m x 0,30m, no início da primavera, ou ao ar livre quando passar as geadas. 
O manjericão precisa de solo medianamente rico e bem drenado, além de muito sol. 
Retire as extremidades para estimular a ramificação, e os botões floridos para manter o crescimento.
As folhas são o complemento clássico dos tomates; também usadas como tempero para saladas, molhos e legumes. 
Contra gases estomacais e digestivo.

MANJERONA
Perene. 
A manjerona plantada em vaso cresce um pouco mais e é uma planta atraente. 
Semeie-as dentro de casa e transplante-a para solo rico e leve, em pleno sol, ou cultive-a por divisões de touceira da primavera ao outono, ou por estaquia. 
Adotar espaçamento de 0,2m x 0,3m. 
Época de plantio: verão
Esta erva atinge seu melhor desempenho quando combinada com tomilho para temperar recheios, em pratos de carne ou frango. 
Indicado para fraquezas musculares e dos nervos.

MARACUJÁ
Verão é a época para seu plantio. 
O solo deve ser arenoso com espaçamento de mudas com 2,5m x 3,0m. 
Sua propagação ocorre através de sementes e mudas.
Sedativa, analgésica, e utilizada para dores de cabeça, ansiedade e perturbações nervosas.

MARROIO BRANCO
Perene, exceto em climas muito frios. 
As sementes podem ser espalhadas no começo da primavera, mas germinam lentamente. 
Plante a intervalos de 0,25m x 0,25m. 
Também se propaga por divisão de touceiras ou estaquia. 
Prefere o sol pleno e solo arenoso.
Usada em confeitaria; também usada na composição de xaropes para tosse, gargarejos e como chá estimulante do apetite.

MULUNGU
Planta que se desenvolve melhor em solo areno argiloso. 
Plantar preferencialmente na primavera e verão, adotando espaçamento de 3,0m x 3,0m. Sua propagação se dá por estacas ou sementes.
Anticonvulsivante, poderoso calmante, analgésico e pressão alta.

ORÉGANO
Perene. 
Prefere solo bem drenado, levemente alcalino e sol pleno. 
Propaga-se por sementes, divisão de touceiras ou estaquia.
As folhas são temperos preferidos de muitos pratos italianos.

PATA DE VACA
Preferencialmente plantar no verão, em solo areno argiloso. 
Por se tratar de uma árvore o plantio deve ocorrer com espaçamento de 4,0m x 4,0m. Sua propagação se dá por sementes.
Poderoso hipoglicemiante, indicados em diabetes e elefantíase.

QUEBRA PEDRA
Sua propagação se dá através de sementes e mudas. 
Verão é a época recomendada para o plantio. 
O tipo de solo recomendado é areno argiloso e o espaçamento nos canteiros deve ser de 0,2m x 0,3m.
Diurética (toda a planta), e contra diabetes (a raiz). 
É anitespasmódica e ajuda na eliminação de ácido úrico pela urina.

SALSA
Bianual. A salsa gosta de solo areno argiloso, bem drenado e pleno sol, ou sombra parcial. A germinação é lenta. Seja paciente e conserve o solo úmido. Plante a intervalos de 0,1m x 0,15m. Época de plantio: qualquer época do ano.
Um dos temperos mais utilizados na culinária brasileira, é um complemento saboroso para saladas e molhos. O chá da salsa é um tônico saudável.

SALSAPARILHA
A propagação dessa planta se dá através de sementes, estacas e mergulhias. 
Tem preferência por solo argilo arenoso sendo plantada com espaçamento de 2,0m x 2,0m. O plantio deve ocorrer no verão.
Apenas a raiz é utilizada, sobretudo em problemas respiratórios. 
É depurativa , diurética e sudorífica.

SÁLVIA
Perene. 
Há muitas espécies e variedades. 
Adapta-se melhor em solo arenoso, com cascalho e muito sol. 
Propague as variedades florescentes por sementes e as outras por estaquia ou mergulhia. Adotar espaçamento de 0,4m a 0,7m. 
Época de plantio: primavera e outono.
Usam-se as folhas em molhos e recheios e como ingrediente de muitos remédios tradicionais como por exemplo regulador das funções digestivas.

SEGURELHA
A segurelha de inverno é perene; a segurelha de verão é anual e mais delicada. 
Semeie a de verão em solo rico, leve e úmido; plante a intervalos de 0,2m x 0,2m. 
A segurelha de inverno floresce em solos mais pobres e com menos água. 
Propaga-se por sementes, divisão de touceiras ou mudas.
A segurelha é usada como tempero em salsichas e outra carnes, podendo ser acrescentada ao bouquet garni (“buquê de ervas aromáticas”).

SENE
Planta que se adapta melhor em solo areno argiloso. 
Recomenda-se o plantio com espaçamento de 0,7m x 0,7m. 
O melhor período para o cultivo é entre o verão e outono. 
Sua propagação se dá através das sementes e estacas.
Têm propriedades laxantes (folhas e vagens secas).

TANCHAGEM
Deve ser plantada no inverno. 
Sua propagação se dá por sementes. 
Adapta-se melhor em solos areno argiloso, devendo ser cultivada com espaçamento de 0,2m x 0,5m.
Cicatrizante (uso externo) e problemas respiratórios (uso interno).

TANACETO
Perene. 
Pode-se plantar as sementes ou cultivá-la por divisão de touceiras. 
Sua propagação por sementes é espontânea e deve ser controlada para evitar que se desenvolvam ervas daninhas. 
Plante em sol pleno ou parcial, em solo comum, com espaçamento de 1,0m.
As flores secas ficam muito bonitas em arranjos florais, além de ser repelente de traças e outros insetos.

TOMILHO
Perene. 
As diferentes espécies de tomilho incluem as do tipo limão, laranja e a de jardim. 
A última é a mais usada na culinária. 
O tomilho propaga-se em terrenos inclinados e secos, por sementes ou estaca de galho. 
Desbaste após a floração.
As folhas acrescentam um sabor picante às carnes e legumes; os brotos são o ingrediente principal do bouquet garni (“buquê de ervas aromáticas”).

VALERIANA
Planta que se adapta melhor em solos areno argiloso, devendo ser plantada com espaçamento de 0,50m x 0,70. 
Sua propagação ocorre através da divisão das raízes e sementes. 
As melhores épocas para o plantio são no verão e outono.
É um potente sedativo, também utilizada com antiespasmódico e dores intestinais.






segunda-feira, 2 de novembro de 2015

GALERIA DE PLANTAS MEDICINAIS (Letras T, U e V)



TAMARINDO – Tamarindus indica – LEGUMINOSAS. Cedro mimoso, jabaí, tâmara da índia.

IDENTIFICAÇÃO: Árvore de grande porte, atingindo de 20 a 30m de altura, com tronco largo e grandes copas. Folhas pinadas, alternas, glabras. Flores de coloração quase branca ou rosada, agrupadas em cachos irregulares, nos ápices dos ramos. Fruto (vagem) castanho-escuro, de casca delgada, mesocarpo carnudo, com sementes.

USOS E PROPRIEDADES: Em infusão serve como anti-helmíntica e expectorante. A polpa do fruto tem efeito laxativo e recupera a função intestinal. O macerado da polpa tem efeito refrescante contra a febre.



TANCHAGEM – (a) Plantago major; (b) Plantago lanceolata; (c) Plantago media – PLANTAGINÁCEAS. Tançagem, tranchagem.

IDENTIFICAÇÃO: De 10 a 60cm de altura. Três espécies perenes: acaules; flores em espigas. Inodoras. (a) Folhas espessas, ovais com pecíolos compridos e em roseta; (b) folhas lanceoladas, pecíolos delgados; corola esbranquiçada; (c) folhas ovais com pecíolos curtos e em roseta; corola branca.

USOS E PROPRIEDADES: O emplasto com as folhas facilita a cicatrização. Para problemas respiratórios é recomendada sua infusão.



TANGERINA – Citrus reticulata – RUTÁCEAS. Bergamota, laranja cravo, mandarina, mexerica, mimosa, vergamota.

IDENTIFICAÇÃO: Árvore perene, podendo atingir até 5m de altura, com ramos espinhosos. Folhas alternas, elípticas, pontudas. Flores axilares, brancas. Frutos globosos, com a casca amarelo-alaranjada e gomos suculentos; sementes claras. Sabor adocicado (fruto); aroma agradável e persistente.

USOS E PROPRIEDADES: O fruto é considerado antiespasmódico e anti-séptico. A casca é digestiva, contra arteriosclerose, gota, reumatismo, cálculos renais, vesicais e biliares, lipomas, neuromas, osteomas, condromas e outros tumores. Grande teor de vitamina C, combatendo gripes e resfriados.



TOMILHO – Thymus vulgaris – LABÍADAS. Timo.

IDENTIFICAÇÃO: De 10 a 30cm de altura. Subarbusto; caules tortuosos, lenhosos, eretos e compactos; folhas pequenas, sésseis, lanceoladas, tomentosas. Flores pequenas, rosadas ou brancas, em espiga na axila das folhas maiores; tertraquênio castanho e glabro.

USOS E PROPRIEDADES: Empregado como antiespasmódico e béquico, tem efeitos outros como estomáquicos e carminativos. É também hemolítico, emenagogo, vermífugo, revulsivo, diurético e colerético. 

OBS.: O uso de seu óleo em excessivas quantidades pode causar distúrbios gastrintestinais.



UMBAÚBA – Cecropia – MORÁCEAS. Árvore de bicho preguiça, baúna, embaúba, toré m.

IDENTIFICAÇÃO: Árvore de porte médio, com 20 a 30m de altura; caule ereto, fistuloso, com as cavidades septadas. Folhas grandes, pecioladas, alternas, variando de forma, palmatilobadas, recobertas com tomento álveo no dorso; flores miúdas, de cor roxa; fruto do tipo drupa,pequeno, roxo, comestível.

USOS E PROPRIEDADES: Suas folhas cozidas são usadas contra hipertensão e asma. Apresenta ainda uso como cardiotônico, diurético, adstringente, emenagogo, antiespasmódico e analgésico.



URTIGA BRANCA – Lamium álbum – LABÍADAS.

IDENTIFICAÇÃO: De 20 a 60cm de altura. Perene, caule rígido, viloso, oco; folhas ovais, cordiformes, serradas, pecioladas; flores branco-amareladas; tetraquênio truncado no cimo; rizoma estolhoso e esbranquiçado. Cheiro intenso, semelhante ao do mel; sabor ligeiramente amargo.

USOS E PROPRIEDADES: O tanino presente na planta serve como adstringente. Também é expectorante, antiinflamatória, depurativa, cicatrizante e hemostática.



URUCUM – Bixa orellana – BIXÁCEAS – Açafroa, orucu, urucu, uru-uva.

IDENTIFICAÇÃO: Arbusto ou árvore pequena. Folhas pecioladas, alternas, elípticas, inteiras e glabras. Flores grandes, vermelho-pálidas, rosadas ou arroxeadas, dispostas em panículas. Fruto (grande cápsula) pardacento, com muitas sementes de cor laranja ou vermelha.

USOS E PROPRIEDADES: Suas sementes maceradas são utilizadas como expectorante. As raízes são usadas como diurético, antidiabético, antiinflamatório, hipotensor e broncodilatador. Suas folhas são tônicas, facilitadoras da menstruação e contra náuseas.



VALERIANA – Valeriana officinalis – VALERIANÁCEAS – Erva de gato.

IDENTIFICAÇÃO: De 80cm a 1,5m de altura. Perene, caule ereto, robusto, oco e canelado; folhas opostas, com 5 a 11 folíolos largos e 11 a 23 folíolos estreitos; flores brancas ou cor-de-rosa, pequenas, reunidas em cimeiras umbeliformes, corola tubulosa com 5 lóbulos e esporão; fruto coroado por um papilho plumoso; rizoma curto, ramoso. Cheiro desagradável e intenso.

USOS E PROPRIEDADES: É um potente sedativo, também utilizada com antiespasmódico e dores intestinais.