google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 VIDA NATURAL: agosto 2020

ANUCIOS

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Plantas Medicinais: CIPÓ CRUZ


CIPÓ CRUZ 

Nome Científico: Calea pinnatifida 

Família: Asteraceae (Compositae) 

Outros Nomes Populares: erva-de-lagarto, aruca, cipó-cruz-do-norte. 

Usos: antitumoral. 

Parte Utilizada: folhas. 

Plantio: tem origem no cerrado, crescendo portanto em solos arenosos, ácidos e com pouca matéria orgânica. 

Princípios Ativos: poliacetileno, ácido anísico, glicosídeo do ácido p-hidroxibenzóico, sitosterol e germacranolídeos (como arucanolídeo). 

Observações:
 •O Arucanolídeo é um tipo de germacranolídeo, e é a substância principal do cipó cruz com ação antitumoral, fazendo com que as células tumorais sejam induzidas à apoptose. 
•Esta planta não está na lista de plantas medicinais e/ou fitoterápicos regulamentados pela Anvisa. Por este motivo, algumas informações sobre o seu uso medicinal não foram encontrados. 

Arbusto de cipó-cruz e detalhe de suas folhas 



sábado, 22 de agosto de 2020

Plantas Medicinais: CAVALINHA (Equisetum sp.)



CAVALINHA 

Nome Científico: Equisetum sp. 

Família: Equisetaceae 

Outros Nomes Populares: cavalinha-gigante, cola-de-cavalo, erva-canudo, milho-de-cobra, rabo-de-cavalo, rabo-de-raposa, cauda-de-raposa, rabo-de-cobra, lixa-vegetal, rabo-de-rato, erva-carnuda, cana-de-jacaré, cauda-equina. 

Usos: diurético; trata edemas causados por retenção de líquido. 

Parte utilizada: caules estéreis* 

Plantio: não possuem sementes, se multiplicam por rizomas e esporos. É nativa de áreas pantanosas de quase todo o Brasil, e por ser agressiva e persistente, deve ser contida para 
evitar que se transforme numa planta daninha. 

Coleta e Conservação: A melhor época para o corte é no verão, onde se tira apenas a parte aérea (caules estéreis). Após o corte, deve-se secá-la ao sol e em local seco. Armazenar em sacos de papel ou de pano. 

Princípios Ativos: ácido silícico, sílica, saponinas, flavonoides, ácidos orgânicos, substâncias amargas e sais minerais. 

Modo de preparo: Chá por infusão: 1 colher de sopa da planta picada em 150mL (1 xícara de chá) de água, e tomar 1 xícara de chá de duas a quatro vezes por dia. Uso somente em adultos.

Observações: 
•Segundo a literatura popular, Equisetum spp. também pode ser usado no tratamento de próstata, resfriados, gripes, herpes, baço, tísica, bronquite, hidropisia, esclerose, hemorróidas, aftas, feridas, contusões, câncer, osteoporose, coração, espinhas, nervos, gota, leucorréia, tumores cancerosos, problemas menstruais, fraturas, problemas nos dentes, inflamação no fígado, intestino, olhos, ouvidos, garganta, falta de memória e visão, amidalite, gengivite, chulé, caspas, sudorese excessiva, problemas de pele e hipertensão. Porém, estes usos ainda não foram comprovados cientificamente. 
•É considerada tóxica ao gado bovino e equino. Devido à presença de sílica, ao ser ingerida, este vegetal causa diarreias sanguinolentas, aborto e fraqueza1. Já para o gado equino, a cavalinha é tóxica por conter substâncias com efeito antitiamínico, causando deficiência de tiamina (vitamina B1) no organismo dos cavalos. Os sintomas causados são de perda de peso e do controle muscular, podendo levar o equino à morte por consequência do emagrecimento. 


* A cavalinha é uma planta pteridófita e possui dois tipos de caule: fértil e estéril. O caule fértil é avermelhado, curto, não possui clorofila, apresenta em sua extremidade uma espiga produtora de esporos. Ele surge na primavera, e não é utilizado para fins medicinais. Depois que os caules férteis murcham, nasce o estéril. O caule estéril é verde, longo, canelado, cheio de nós e possui muita ramificação, como na imagem ao lado. 



sábado, 1 de agosto de 2020

Cultivo do Pimentão Orgânico


Pimentão

     O pimentão (Capsicum annuum), espécie semiperene, pertence à família das solanáceas, a mesma da batata, tomate, jiló, berinjela e das pimentas em geral. Oriundo do continente latino-americano, sobretudo do México e da América Central, o fruto tropical se espalhou pelo mundo após a chegada do colonizador europeu. Daqui, foi levado para África, Europa e Ásia por embarcações portuguesas. Após vários anos de cruzamento, hoje o pimentão híbrido encontrado no mercado nacional tem formato quadrado alongado e casca espessa. O pimentão é uma das hortaliças que colaboram para dar ao prato um visual vibrante, sem deixar de lado seu papel como fonte de vitaminas e nutrientes ao consumidor. Em receitas para o Natal, a hortaliça também cai muito bem por contar com as cores verde e vermelho, tons que simbolizam a celebração do fim de ano (Figura 1).

Figura 1. Hortaliça-fruto: pimentões

Uso culinário, propriedades nutricionais e terapêuticas: a hortaliça pode ser consumida tanto verde quanto madura; o pimentão pode ser servido cru, fatiado como aperitivo, na salada ou em pastas, cozidos no vapor, tostados, recheados ou cozidos. O pimentão é uma excelente fonte de vitamina A e C, além de pequenas quantidade de vitamina B6 e folato e, ainda pobre em calorias; comparando pesos iguais, o pimentão fornece mais vitamina C que as frutas cítricas. Os pimentões de cores fortes possuem alto teor de bioflavonóides, pigmentos vegetais que ajudam a prevenir contra o câncer, de ácidos fenólicos que inibem a formação de nitrosaminas cancerígenas e de esterol vegetal, precursor da vitamina D que parece proteger contra o câncer. Os pimentões, na arte culinária, ainda podem se transformar-se em sapos (Figura 2).

Figura 2. Arte culinária: com criatividade o pimentão pode transformar-se em sapos 

Cultivo: O pimentão é uma hortaliça-fruto típica de clima tropical, exigindo temperaturas noturnas e diurnas mais elevadas que o tomate. O pimentão é uma espécie sensível ao frio durante a germinação e produção de mudas, produzindo melhor sob condições amenas. A temperatura ideal para a germinação se situa em volta de 25°C. A planta tem um desenvolvimento adequado com temperaturas entre 20 e25°C; o desenvolvimento é deficiente quando a temperatura baixa de 15°C e nulo com as temperaturas inferiores a 10°C. A temperatura ideal para floração e frutificação situa-se entre 20 e 25°C, temperaturas superiores a 35°C comprometem a floração e a frutificação provocando o aborto e a queda das flores, sobretudo se o ambiente é seco e pouco luminoso. Temperaturas inferiores a 8-10°C reduzem a qualidade dos frutos, dado que estas favorecem a formação de frutos partenocárpicos, que com poucas ou nenhuma semente, ficam deformados e sem valor comercial. A umidade relativa adequada se situa entre 50 e 70%. A umidade baixa combinada com altas temperaturas pode provocar a queda das flores. A época de plantio depende do clima da região. Em regiões baixas, com altitude menor que 400m e, de inverno ameno, pode ser semeado o ano todo; no entanto, a semeadura de março a maio propicia melhores condições para a cultura e a colheita se dá na época de melhores preços. Nas regiões muito quentes recomenda-se cultivar o pimentão no outono-inverno. Em regiões altas e mais frias, acima de 800 m de altitude, a melhor época de plantio vai de agosto a fevereiro. O cultivo do pimentão em abrigos é uma boa alternativa para obter-se o produto na entressafra. 

Cultivares: as mais cultivadas pertencem a dois grupos: o grupo Cascadura, com formato semicônico, ligeiramente alongado e coloração verde-escura e, o grupo Quadrado, com frutos cilíndricos, com comprimento quase igual ao diâmetro. No cultivo orgânico, os híbridos Magali e Magali R, são os que mais tem se destacado. Produção de mudas: a semeadura deve ser realizada, preferencialmente em copinhos de jornal; Também pode ser reutilizado copinhos plásticos usados para refrigerantes e bandejas de isopor com 72 células (ver matéria “Cultivo orgânico de hortaliças-frutos Parte I” postada em 31/10/2012). É muito importante que as mudas sejam feitas dentro de um abrigo, utilizando-se recipientes com substrato de boa qualidade. As mudas estão prontas para o transplante quando estiverem com 10 a 15 cm de altura e seis a oito folhas definitivas (30 a 45 dias após a semeadura). 

Preparo do solo e adubação: O pimentão prefere solos bem arejados, profundos, com boa drenagem, pois é uma planta sensível à asfixia radicular. Recomenda-se o plantio direto das mudas em sulcos ou covas após limpeza da linha de plantio, preferencialmente sobre adubos verdes semeados no outono ou no verão ou sobre as plantas espontâneas (“mato”), após a roçada. A adubação e correção do solo deve ser feita, com antecedência, com base na análise do solo e do adubo orgânico. 

Espaçamento e plantio: o espaçamento para o plantio é de 1m entre linhas por 40 a 50 cm entre plantas. A muda deve ficar na mesma profundidade que estava no recipiente, pois o plantio profundo favorece a podridão do colo, motivo pelo qual não se recomenda a amontoa para esta cultura. 

Irrigação: Após o transplante, o pimentão deve ser irrigado, preferencialmente no sistema de gotejamento. Caso seja utilizado a irrigação por aspersão, deve-se evitar fazer no final da tarde, pois as folhas poderão passar a noite molhadas, o que favorece a entrada de doenças foliares. Deve-se evitar o excesso de água, especialmente, durante o aparecimento das primeiras folhas, pois provoca a queda das mesmas. O excesso de umidade deixa as folhas com coloração verde clara e algumas plantas morrem pela falta de oxigenação nas raízes. Pode-se identificar a falta de água, quando as folhas do pimentão ficam esbranquiçadas e as folhas das novas brotações ficam menores. 

Cobertura morta ou viva: O pimentão é beneficiado com as coberturas de solo, morta (capim) ou viva. Na cobertura viva (adubos verdes, capins e outros) deve-se tomar cuidado para manter sempre no limpo a linha de plantio (em torno de 20 cm), com roçadas frequentes, para evitar o sombreamento das plantas e, principalmente dificultar a aeração, além de favorecer à umidade excessiva no cultivo. 

Capinas: são feitas manualmente, em faixas, mantendo-se uma faixa de vegetação nativa ou de adubos verdes de cerca de 40 cm nas entrelinhas. Não deve-se fazer amontoa em pimentão pois favorece a doença do colo da planta. 

Tutoramento e amarrio: o tutoramento deve-se fazer quando as plantas atingem cerca de 30 cm de altura. O tutoramento mais utilizado é com estacas de bambu ou taquara, com 1,0 m de comprimento, fincadas lateralmente em cada planta, procedendo-se posteriormente o amarrio da planta. Outro sistema é o uso de cordões de nylon (fetilhos) fixados num fio de arame esticado sobre a linha de plantio à 1,5 m de altura; neste caso não há necessidade de amarrar as plantas, bastando enroscá-las periodicamente no fetilho, à medida que vão crescendo. 

Desbrota: a emissão de brotações secundárias, além das hastes principais da planta (duas a quatro), devem ser eliminadas periodicamente, para evitar esgotamento da planta, em detrimento da frutificação. 

Manejo de doenças e pragas: no cultivo orgânico, normalmente as doenças e pragas não são problemas. No entanto, o manejo incorreto da cultura, nutrição inadequada das plantas e os desequilíbrio ecológico podem favorecer as doenças e pragas. As viroses, a murcha bacteriana, a murcha de fitóftora, o oídio, a antracnose, os ácaros e tripes podem, associados às condições desfavoráveis de clima (quente e úmido), limitar a produtividade e causar prejuízos aos produtores. Dentre as recomendações para minimizar as doenças e pragas, destacam-se:

a) Escolha correta da área, evitando-se terrenos úmidos e onde já foi plantado espécies da mesma família botânica do pimentão (tomate, batata, pimenta, berinjela, jiló e outras plantas hospedeiras), especialmente se ocorreu murchadeira (bacteriose); 
b) Eliminar restos culturais, especialmente se for de espécies da mesma família botânica; 
c) Uso de sementes sadias de origem conhecida de variedades resistentes, especialmente à viroses; 
d) Adubação orgânica equilibrada, conforme análise do solo; 
e) Fazer plantios menos adensados, com o objetivo de facilitar a circulação de ar entre as plantas e evitar o acúmulo de umidade; 
f) Utilizar, preferencialmente a irrigação por gotejamento; 
g) Ocorrendo a antracnose, uma das doenças mais comum, recomenda-se a utilização de calda bordalesa; 
h) Para o manejo de ácaros, recomenda-se a calda sulfocálcica; 
i) Para o manejo de tripes, transmissor de viroses, recomenda-se o extrato de primavera (buganville); 
j) Rotação de culturas, evitando-se as espécies da mesma família botânica. 

Rotação e consorciação de culturas: A rotação de culturas é uma prática altamente recomendável para todas as hortaliças, especialmente para as espécies mais susceptíveis às pragas e doenças (famílias botânica das solanáceas, cucurbitáceas e brássicas). As doenças e pragas, em grande número, são comuns nas espécies pertencentes à mesma família botânica. Outra prática recomendável é a consorciação de culturas, pois possibilita que o agricultor aumente sua renda e que varie a oferta de produtos de qualidade, alcançando maior lucro do que teria em cultivos do tipo “solteiro”. Resultados de pesquisa mostraram que a produtividade do pimentão consorciado com feijão-vagem arbustivo (Figura 3) não difere da obtida em monocultivo e, além disso, não há aumento nos custos de produção. Devido ao ciclo curto do feijão-vagem (em torno de 60 a 70 dias), é possível que sejam feitos dois plantios seguidos dessa leguminosa em uma mesma lavoura de pimentão, pois este é colhido de quatro a cinco meses após seu plantio, o que pode resultar em renda extra e maior eficiência no uso da terra. Arranjos em que o feijão-vagem é semeado nas entrelinhas do pimentão, de forma alternada, são os mais indicados. O feijão-vagem é favorecido pela adubação orgânica do pimentão e contribui para o processo de fixação biológica de nitrogênio, aumentando a disponibilidade desse nutriente, em benefício de todas as plantas da lavoura.

Figura 3. Pimentão consorciado com feijão-vagem arbustivo 

Colheita: O início da colheita se dá em torno de 70 dias após o transplante, podendo se estender por mais dois a três meses, dependendo do estado nutricional das plantas.