google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 VIDA NATURAL: dezembro 2017

ANUCIOS

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Amendoeira, As plantas curam


Amygdalus communis

Descrição : Planta da família das Rosaceae, também conhecida como amêndoa doce.
Possui flores brancas ou roxas. As sementes são cobertas de uma película castanho amarelada ou vermelha; sabor doce e sem odor.

Origem : Originária da África e bem adaptada nos Estados do Sul.

Parte utilizada: Amêndoas, óleo das amêndoas.

Indicações: Inflamações da pele, calmante da tosse.

Propriedades medicinais: antiespasmódica, emoliente, laxante, purgativa.

Contraindicações/cuidados: consultar seu médico, visto serem as amêndoas laxativas.

Modo de usar:
- Decocção de dez amêndoas doces (sem cascas). Mergulhá-las em água fervente por 30 segundos, esmagá-las em um pilão. Colocar em uma xícara de leite e ferver por um minuto. Filtrar e adoçar com mel. Beber em seguida. Repetir a dose duas vezes ao dia: brônquios (catarro, inflamações), pulmões (inflamações), tosse e bexiga (inflamações);
- leite de amêndoas: esmagar em pilão 100 g de amêndoas doces, sem casca, com algumas gotas de água e uma colher de açúcar, até ficar uma pasta homogênea. Colocar num tecido e torcer coletando o líquido. Adicionar um litro e meio de água, 100 g de açúcar, algumas gotas de flor de laranjeira. Tomar duas ou três colheres de sopa durante o dia: brônquios (catarro, inflamações), pulmões (inflamações), tosse e bexiga (inflamações);
- Pó para lavagem : 150 g de farinha de amêndoas doces, 100 g de pó de sabão branco, 15 g de borato de sódio, 75 g de alúmen em pó, 60 g de farinha de mostarda, 50 g de tanino. Misturar e amassar bem. Colocar uma pitada de pó em uma bacia com água quente e massageando bastante a pele: curar ou prevenir frieiras;
- 60 g de óleo de amêndoas doces: beber: intestinos (prisão de ventre), laxativo.

Nota: para crianças e idosos ou pessoas delicada, reduzir a dose à metade;
- emulsão ao ovo: uma gema de ovo, 50 g de óleo de amêndoas doces. Bater com um garfo, por cerca de dez minutos. Adicionar, 50 g xarope de alteia (vendido em farmácias) e 10 g de água de flor de laranjeiras. Ingerir em pequenos goles, durante uma hora: rouquidão;
- Infuso das amêndoas a 5% dose máxima diária: 50 ml;
- Óleo de amêndoa : aplicação sobre o local da inflamação.
- emulsão de óleo de amêndoa, gema de um ovo, açúcar e água: peitoral para infecções pulmonares, tosses antigas. Tomar entre uma colher de chá a uma colher de sopa 3 vezes ao dia.


quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

AMEIXEIRA PRETA, As plantas curam



Prunus domestica

Descrição : Planta da família das Rosaceae. Pequena árvore ou arbusto, de folhas alternas, flores branco esverdeadas.

O fruto e drupa violácea, roxo escura, amarelada ou amarela, seu peso é de aproximadamente 0,777 a 0,886.

Esta pequena árvore é cultivada há muitos séculos em virtude de produzir fruto carnoso, saboroso e suculento ("ameixa", "prince", dos franceses); dela existe hoje numerosas variedades hortícolas, algumas de fruto bastante doce e mais próprio para ser comido cru (mais de 10% de matérias pépticas), principalmente as denominadas Ketcher, Mirabela e Rainha Cláudia, que são as mais comumente cultivadas no Brasil.

Origem : Originário do Cáucaso

Citemos ainda Ledeb: "pequena árvore da mesma família, originária do Cáucaso; a ameixeira-de-Porto Natal (Carissa carandas, L.), grande arbusto da família das Apocináceas, originário da índia, Java e Timor; a ameixeira-do-Brasil (Ximenia americana, L.), arbusto da família das Alcáceas, cultivada em quase todos os Estados; a ameixeira-do-Japão (Prunus trijlora, Roxb.), árvore da família das Rosáceas, originária da China e da Birmânia, e que apresenta diversas variedades hortícolas, entre as quais podemos enumerar as seguintes: Abundance, Botan, Burbank, Chabot, Doris, Jedo, Kanawa, Kelsey, Mihodo, Nagassaki, Satauma, Wicsson, etc.".

Parte utilizada : Fruto.

Plantio : Multiplicação: reproduz-se por sementes; A ameixeira presta-se às mais caprichosas formas, de modo que seus cultivadores conseguem simultaneamente torná-la uma árvore elegantíssima e muito produtiva." (Pio Correia.)

A ameixeira exige climas temperados sofrendo bastante com os ventos frios, na época primaveril. Multiplica-se por enxerto, de borbulha ou garfo, férteis e profundos.

Cultivo: Plantio de setembro a outubro em solos férteis, compactos e permeáveis, em climas frios e em locais altos;

Colheita: colhem-se as folhas após o 3o ano, o ano todo, principalmente as folhas mais velhas, devendo-se retirar os pelos da parte inferior da folha. Os frutos são colhidos de julho a setembro e retiradas as sementes (4 a 5) que são ricas em princípio ativo. As folhas, depois de secas à sombra, são acondicionadas em vasilhames na ausência de ar.

Habitat: É comum no Sul e nas regiões altas e de clima ameno do Sudeste.

História: Trazida por colonizadores europeus e asiáticos, bem adaptada a regiões altas e de climas amenos brasileiros, hoje é encontrada facilmente no comércio e cultivada em larga escala.

Propriedades medicinais: Esses frutos encerram uns 20% de nitrogênio e são laxativos quando ingeridos em maior quantidade, pelo que não convém às pessoas que sofrem de afecções intestinais; eles prestam-se especialmente para marmeladas, compotas e passas ("ameixa passada" — "Pruneau" dos franceses), e, assim preparados (44% de glucose e 13,43% de matérias extrativas não azotadas) têm consumo mundial relativamente enorme, entrando também nas confecções de numerosos pratos de sobremesa.

Indicações: resfriado, rouquidão, vermes, tosses, como expectorante; prisão de ventre, como laxante; em carências nutricionais, como nutritivo, aperiente e repositor mineral e vitamínico; constipação intestinal: como laxante.

Os árabes empregavam-na como laxativo. E. J. Roques recomenda a compota de ameixa ao hemorroidário e ao hipocondríaco. "Por seu teor em açúcar e hidrates de carbono torna-se a ameixa um auxiliar alimentício que substitui os azotados, quando forem contraindicados.

Deste modo, a ameixa pode ser desassombradamente usada pelo reumático, pelo gotoso, pelo arterioscleroso, etc., empregada nos casos de medicamentos diuréticos." (Eurico Teixeira.)

Princípios ativos: Açúcares; Mucilagens; Pectina; Ácidos orgânicos; Sais minerais; Vitaminas. A análise química dessa fruta, quando fresca, revelou isto: água, 82; açúcar, 3,5; hidrates de carbono, 4,5; albuminoides, 0,5; ácidos, 1,5; cinzas, 0,6; celulose, 5. Frisemos que a ameixeira silvestre, muito conhecida no Ceará, planta rica em tânico, e empregada para lavagem de feridas, ainda não foi estudada pelos botânicos.

Contraindicações/cuidados: Em pacientes com história de diarreia frequente.

Efeitos colaterais: Aumento do número de evacuações ou diarreia pastosa em intestinos com tendência à diarreia.

Posologia:

Adultos: 1 a 2 frutas frescas (repositor) 30 minutos antes das principais refeições ou 3 frutas secas maceradas em água por 12hs e fervidas por 3 minutos, tomadas em jejum (laxante). Xarope frio: 3 frutas secas fervidas em 250ml de água por 3 minutos, acrescidas de 1 colher de sopa de mel. Tomar 1 colher de sopa de 6 em 6 horas.

Crianças acima de 6 anos tomam metade da dose.

CHÁ DA AMEIXA

Modo de preparar

Colocar três ameixas, sem sementes, em um copo de água.

Amassar bem as ameixas.

Deixar em maceração durante a noite.

De manhã ferver por três minutos.

Deixar esfriar.

Quando e como usar

Indicação: Prisão de ventre ocasional.

Modo de usar:

Depois de frio, tomar o macerado em jejum e comer as ameixas.

contraindicação

Não consta da literatura consultada. Porém, não se deve ultrapassar a dosagem.

Forma do Chá : Maceração

Forma de Uso : Oral

Partes Usadas : Fruta



sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Plantas de cobertura do solo



Como o nome já diz, as plantas de cobertura têm a finalidade de cobrir o solo, protegendo-o contra processos erosivos e a lixiviação de nutrientes, porém não se limitando a isso, já que muitas são usadas para pastoreio, produção de grãos e sementes, silagem, feno e como fornecedoras de palha para o sistema de plantio direto. Tão importante quanto a parte aérea das plantas de cobertura, são as raízes das mesmas. Os efeitos das raízes na produtividade agrícola, ainda são pouco reconhecidos, embora seja sabido sobre sua importância na construção do perfil do solo.
Algumas espécies de plantas de cobertura como o milheto e as braquiárias possuem a capacidade de reciclar nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento das plantas que serão cultivadas em sucessão e, no caso da maioria das leguminosas, como fixadoras do nitrogênio atmosférico. Estas características das plantas de cobertura podem contribuir para reduzir custos de produção, especialmente com fertilizantes químicos, que além de impactarem o custo de produção das culturas cultivadas para produção de grãos, fibras e energia, tratam-se de recursos naturais não renováveis.
As plantas de cobertura quando adequadamente utilizadas se constituem em estratégia para melhoria dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo. Além do mais, são essenciais para incrementos de matéria orgânica do solo, que é essencial na dinâmica desses atributos supracitados que compõem a fertilidade do solo. Isso ganha mais importância em solos tropicais e intensamente intemperizados. 
A capacidade produtiva do solo é altamente dependente do teor de matéria orgânica. Em geral, em áreas com altos rendimentos são observados elevados teores de matéria orgânica. A matéria orgânica é importante para a maior retenção de água no solo, pela disponibilidade de nutrientes para as plantas e pela estruturação do solo.
Além de contribuírem para a melhoria dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo, as espécies vegetais utilizadas como cobertura do solo auxiliam no controle de plantas daninhas, de doenças, de nematoides e de pragas, beneficiando diretamente as culturas sucessoras.
As plantas de cobertura constituem importantes aliadas no manejo de plantas daninhas. O efeito das plantas de cobertura no manejo de plantas daninhas se dá de várias maneiras, podendo-se destacar: a-) efeito alopático - as plantas de cobertura interferem na germinação, emergência e no crescimento das plantas daninhas, quer por exsudados eliminados pelas suas raízes ou por substâncias liberadas quando da decomposição da parte aérea, impedindo ou dificultando a emergência e/ou germinação das plantas daninhas; b-) cobertura do solo - a cobertura proporcionada pelas plantas de cobertura se constitui numa barreira física, que impede a emergência das plantas daninhas e limita a presença de luz, o que impede a emergência de algumas plantas daninhas, inclusive aquelas de difícil controle como é o caso da Buva. A Brachiaria ruziziensis, é exemplo de uma espécie de planta de cobertura muito eficiente no controle de plantas daninhas.
As plantas de cobertura também auxiliam no manejo de nematoides, um grave entrave da agricultura moderna. Crotalaria spectabilis e Crotalaria ochroleuca, são exemplos de plantas de cobertura que auxiliam no manejo dos principais nematoides que causam dano econômico às espécies cultivadas para produção de grãos e fibras.
As plantas de cobertura também se constituem em importante estratégia para manejo de doenças e pragas. As braquiárias, são excelentes no manejo do mofo branco, doença que está se tornando cada vez mais grave em várias regiões, causando danos às culturas de feijão e algodão. Crotalaria spectabilis é exemplo de uma planta de cobertura que auxilia no manejo do percevejo castanho – Scaptocoris castanea.
A espécie de planta de cobertura a ser cultivada deve apresentar algumas características: ser de fácil estabelecimento; apresentar crescimento rápido; proporcionar boa cobertura do solo; não ser hospedeira preferencial de doenças, pragas e nematoides; permitir a colheita de grãos ou o pastejo animal no período de entressafra, apresentar sistema radicular vigoroso e profundo e produzir matéria seca em quantidade suficiente para a semeadura direta.
Não existe uma espécie de planta de cobertura que se adeque a toda e qualquer condição ecológica. Para cada ambiente e dependendo da cultura sucessora, deverá haver um conjunto de espécies mais adequadas. Um diagnóstico adequado das limitações atuais do seu sistema de produção também é estratégico para auxiliar na escolha das espécies com maior potencial em agregarem benefícios para o sistema.
Como toda espécie vegetal, as utilizadas como plantas de cobertura exigem condições ambientais adequadas para seu crescimento e desenvolvimento. Por exemplo, quando cultivada fora da época indicada, por ser sensível a duração do fotoperíodo, a Crotalaria spectabilis, tem o seu crescimento vegetativo reduzido, iniciando o período de frutificação quando as plantas ainda estão com altura reduzida, diminuindo a produção de matéria seca e aumentando as condições favoráveis à incidência de mofo-branco.
A tomada de decisão sobre o cultivo de uma espécie como planta de cobertura deve ser precedida de um profundo conhecimento acerca da espécie em questão para evitar qualquer tipo de frustração em termos de produção e benefícios e até mesmo a disseminação de pragas, doenças e nematoides.
O cultivo de espécies de plantas de cobertura pode ser feito utilizando-se uma única espécie, duas ou mais espécies semeadas ao mesmo tempo na mesma área. A semeadura simultânea de mais de uma espécie sobre o ponto de vista de melhoria da biodiversidade do sistema é inquestionável. No entanto, tudo irá depender do propósito que se tem com o cultivo da planta de cobertura e das espécies consorciadas.
É fato que o uso de plantas de cobertura tem uma certa “restrição” de boa parte do setor produtivo, já que não resulta em retorno financeiro direto e imediato. No entanto, os reflexos e entraves dos sistemas de produção atuais, baseados em sucessão de cultivos (ex.: soja/milho), indicam de forma clara o papel dessas espécies na diversificação e viabilidade dos sistemas de produção. 
Respondendo diretamente ao questionamento proposto no título desse artigo, podemos dizer que plantas de cobertura são espécies cultivadas visando em última análise a melhoria do ambiente de produção. O cultivo dessas deve ser precedido de cuidados agronômicos e também deve ser considerada a espécie a ser cultivada na sequência.

Em regiões de clima tropical e subtropical, predominantes no Brasil, o preparo do solo com arado, grade e outros equipamentos e, principalmente com rotativa, acelera a decomposição (quebra em partes menores pelos microrganismos do solo) da matéria orgânica em quantidades maiores do que a reposição, proporcionando, em conseqüência, a diminuição dos rendimentos das culturas ao longo do tempo. Além disso, a intensidade e freqüência de chuvas predominante nestes climas, associada aos declives dos terrenos, causam perdas de solo (erosão) das camadas mais férteis, maiores do que a regeneração natural, resultando em degradação química (nutrientes utilizados pelas plantas), física e biológica. Em outras palavras, o arado e outros implementos utilizados no preparo do solo não combinam com o uso sustentável da terra no Brasil. O manejo inadequado do solo torna as lavouras cada vez mais exigentes em insumos e, em geral menos produtivas e, o que é pior, com alto custo de produção, pois a maioria dos agroquímicos são importados. As causas da degradação do solo, em geral, estão relacionadas aos prejuízos que causam aos organismos vivos. Tanto a degradação quanto a regeneração do solo são processos lentos que ocorrem no decorrer de alguns anos. Dentre as opções para a regeneração da fertilidade e da vida do solo destacam-se: adubação orgânica, adubação verde, cultivo e manejo de plantas de cobertura (viva ou morta), rotação e consorciação de culturas, plantio direto, cultivo mínimo (Figura 1 e 2) e outras práticas que previnem a erosão do solo.

O que é adubação verde e como utilizá-las em consórcio com as hortaliças?

   Adubação verde, uma das maneiras de cultivar e tratar bem o solo, é uma técnica agrícola que consiste no cultivo de espécies de plantas com elevado potencial de produção de massa vegetal, semeadas em rotação, sucessão e até em consórcio com culturas de interesse econômico. No cultivo em rotação, o adubo verde pode ser incorporado ao solo após a roçada para posterior plantio da cultura de interesse econômico, ou mantido em cobertura sobre a superfície do terreno, fazendo-se o plantio direto da cultura na palhada. A manutenção da palhada na superfície retarda a germinação das sementes de plantas espontâneas (inços), ao passo que a sua incorporação ao solo tende a fornecer os nutrientes mais rapidamente para a cultura em sucessão. A principal desvantagem da adubação verde ocorre em pequenas propriedades, pois torna-se difícil manter o terreno coberto por um longo período de tempo com estas espécies no lugar das culturas econômicas. Neste caso, uma boa opção é utilizá-las em consórcio com as culturas econômicas. Por exemplo: cultivo mínimo (abertura do sulco e plantio/semeadura) de repolho (Figura 1), couve flor,tomate tutorado (Figura 2), milho e outras no final do inverno, em área semeada com aveia, ervilhaca ou nabo forrageiro, em plantio solteiro ou consorciado, no outono. A retirada das plantas de adubos verdes que competiam com as culturas é realizada apenas na linha de plantio, sendo as entrelinhas mantidas com os adubos verdes ou quando necessário é feito a roçada. As plantas espontâneas ("inços" ou "mato"), com excessão de algumas muito agressivas, também podem ser utilizadas como adubos verdes e cobertura do solo, em consorciação com as culturas.


Figura 1. Cultivo mínimo (abertura do sulco) de repolho no final do inverno, em área semeada com consórcio de adubos verdes (aveia + ervilhaca + nabo forrageiro), no outono. A retirada das plantas de adubos verdes que estavam competindo com o repolho é realizada apenas na linha de plantio (faixa de 20cm), sendo as entrelinhas mantidas com os adubos verdes.




Figura 2. Cultivo mínimo (abertura do sulco) de tomate tutorado no final do inverno, em área semeada com consórcio de adubos verdes (aveia + ervilhaca + nabo forrageiro), no outono. A retirada das plantas de adubos verdes que estavam competindo com o tomate é realizada apenas na linha de plantio, sendo as entrelinhas mantidas com os adubos verdes.

. Manejo de plantas espontâneas ("mato")

As plantas de cobertura do solo, tradicionalmente, têm sido utilizadas para conservação do solo e suprimento de nitrogênio, através das leguminosas. Atualmente estas plantas tem despertado interesse também no manejo de plantas espontâneas. Áreas infestadas por tiririca ou junca (Cyperus rotundus) , planta indicadora de solo ácido, compactado e com carência em magnésio (Mg) podem ser melhoradas com o cultivo de plantas de cobertura tais como feijão miúdo, feijão de porco e mucuna preta. As plantas de cobertura exercem importante papel na conservação do solo, no suprimento de nutrientes como o nitrogênio, no equilíbrio das propriedades do solo e no manejo de plantas espontâneas. As plantas de cobertura afetam diretamente a germinação das sementes e o crescimento das plantas espontâneas, podendo, quando a cobertura do solo estiver acima de 90% reduzir o número de plantas espontâneas em até 75%.
Especificamente para o manejo de plantas espontâneas, não existe uma espécie ideal. Cada espécie se adapta dentro de determinado sistema de manejo. No entanto, existem alguns critérios básicos relacionados a seguir, que devem ser levados em consideração quando da escolha da espécie. As plantas de cobertura, especialmente para o manejo de plantas espontâneas, devem apresentar as seguintes características: apresentar rápido crescimento inicial e eficiente cobertura do solo; produção de elevada quantidade de massa verde e massa seca; facilidade de implantação e condução a campo; resistência às pragas e doenças, não comportando-se como planta hospedeira; apresentar sistema radicular profundo e bem desenvolvido; as espécies devem ser de fácil manejo (acamamento) para implantação dos cultivos de sucessão; não devem comportar-se como invasoras, dificultando o cultivo de culturas de sucessão.

Principais benefícios das plantas de cobertura do solo: proteção contra a erosão (perda do solo), e, diminuição da lixiviação (lavagem) de nutrientes; melhoria do solo, com maior infiltração e retenção de água; promove acréscimos de matéria verde e seca, mantendo ou até mesmo elevando o teor de matéria orgânica do solo; reduz as oscilações de temperaturas das camadas superficiais do solo e diminui a evaporação, aumentando a disponibilidade de água para as culturas; pela grande produção de raízes, rompe camadas compactadas e promove a aeração beneficiando os organismos benéficos do solo; promove mobilização e reciclagem de nutrientes devido ao sistema radicular profundo e ramificado, retirando nutrientes de camadas mais profundas do solo, não aproveitados pelos cultivos; reduz a população de plantas espontâneas, em função do crescimento rápido e agressivo dos adubos verdes; aumento da disponibilidade de macro e micronutrientes e ainda diminui a acidez do solo. As vantagens das plantas de cobertura do solo não param por aí! também reduzem pragas e doenças nos cultivos quando utilizada em rotação de culturas, e, em consorciação, podem servir de abrigo para os inimigos naturais dos insetos-pragas que atacam os cultivos.




segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Alho (Allium sativum) as plantas curam




Allium sativum

Além das propriedades nutricionais, o Alho é um poderoso antibiótico natural, essa planta de cultivo milenar veio da Europa, trazida pelos colonizadores da América e é consumido em grande escala na culinária brasileira. Sendo considerado por médicos e profissionais de saúde uma das plantas medicinais mais versáteis e eficazes.

Descrição : Da família Liliaceae, também conhecido como alho-comum, alho-da-horta, alho hortense, alho manso.

Herbácea com raiz constituída de pequenos dentes ou bulbilhos, de flores brancas, amarelas ou vermelhas, aroma forte, folhas estreitas e raízes profundas.

O alho é uma planta perene, com um caule florido, ereto e alto que pode chegar a quase 1 metro de altura.

A planta produz flores de cores rosa clara até a roxa, que florescem no início do verão.

O bulbo do alho é composto por folhas escamiformes (os 'dentes' de alho) que contém o odor característico do alho e é a parte comestível da planta.

Uma das plantas medicinais mais importantes do mundo, o alho é também uma das mais investigadas, havendo mais de 1000 documentos publicados sobre a sua atividade terapêutica.

Parte utilizada : Bulbo.

Habitat e origem : Originário da Ásia ocidental e Europa.

História: Há cerca de 5,000 anos o alho tem sido usado medicinalmente, sendo considerado por médicos e profissionais de saúde uma das plantas medicinais mais versáteis e eficazes.

O nome 'Allium' vem da palavra celta 'ali', que significa picante ou acre.

O alho era considerado um artigo de troca valioso no Egito antigo, seu uso, para dar vigor e resistência contra doenças aos construtores das pirâmides, foi descrito nas inscrições da grande pirâmide de Quéops.

Na índia era utilizado no tratamento de mordeduras de serpentes e para tumores abdominais.

Todos os grandes físicos clássicos tais como Aristófanes, Dioscorides, Hipócrates e Galeno prescreveram Allium sativum L contra doenças que iam desde desordens intestinais até ao envelhecimento e degeneração prematura.

O historiador romano Plínio enumera sessenta e uma doenças contra as quais o alho tinha ótimos efeitos tais como asma, distensões e dores de dentes.

Os usos populares do alho são variados já usado para o tratamento da lepra em seres humanos e até para o controle de desordens de coagulação em cavalos.

Na idade média, os médicos prescreviam a erva para curar a surdez, era crença popular que o alho protege contra o diabo e os vampiros, o que atesta o seu poder enquanto medicamento, sobretudo contra infecções.

Os índios americanos usaram o alho como um remédio para dores de ouvido, flatulência e o escorbuto. Durante a 1a. Guerra Mundial, era o antibiótico do exército inglês.

Plantio

O seu plantio deve ocorrer nos meses de março e abril.

Multiplicação: reproduz-se por dentes (parte do bulbo); Cultivo: plantio em canteiros com bastante húmus, com espaçamento de 0,25 X 0,25 m. Faz-se o uso de cobertura morta para conservação da umidade. Irriga-se diariamente por infiltração;

Colheita: Conserve-os em local seco, arejado e com pouca luz. A colheita é feita quando as folhas começam a ficar amareladas, feita no final do verão.

Modo de Conservar : A planta toda deve ser arrancada, as hastes amarradas em feixes e colocadas para secar ao sol. A cabeça deve ser armazenada em ambiente seco e arejado, ao abrigo da luz solar.

Propriedades : Amebicida, antiagregante plaquetário, antiasmática, antibiótico, antifúngica, antigripal, anti-hipertensiva, anti-inflamatório, antimicrobiana, antirreumática, antisséptica, antitóxica intestinal, antitrombóbita, antiviral, digestiva, bactericida, bactericida intestinal, carminativa, depurativo do sangue; desinfetante, digestiva, diurética, emoliente, estimulante, excitante da mucosa estomacal, expectorante, febrífugo, hepatoprotetora, hipoglucemiante, hipolipemiante (inibe a síntese de colesterol e triglicerídeos), hipoviscosizante (reduz a viscosidade plasmática); odontálgica, rubefasciente enérgico, sudorífera, vasodilatadora periférica, vermífuga (solitária e ameba).

Princípios Ativos: ácido alfa-aminoacrílico; ácido fosfórico livre; ácidos sulfúrico; ajoeno (produzido por condensação da alicina); açúcares (fructose, glucose); alil; alil-propil; aliína (que se converte em alicina); aliinase; aminoácidos (ácido glutamínico, argenina, ácido aspártico, leucina, lisina, valina); citral; desoxialiina; dissulfeto de dialila; dissulfeto de dietila; felandreno; galantamina; geraniol; heterosídeos sulfurados; insulina; inulina; linalol; minerais (manganês, potássio, cálcio, fósforo, magnésio, selênio, sódio, ferro, zinco, cobre); nicotinamida; óleo essencial (muitos componentes sulfurosos, dentre eles: disolfuro de alil, trisolfuro de alil, tetrasolfuro de alil); óxido dialildissulfeto; polissulfeto de dialila; prostaglandinas A, B e F; proteínas; quercetina; sulfetos de vinil; trissulfeto de alila; vitaminas (A, B6, C, ácido fólico, pantotênico, niacina). 100 g de alho contém aproximadamente: Água: 59 g; Calorias: 149 kcal; Lipídios: 0.5 g; Carboidratos: 33.07 g; Fibra: 2.1 g; Manganês: 1672 mg; Potássio: 401 mg; Enxofre: 70 mg Cálcio: 181 mg ; Fósforo: 153 mg; Magnésio: 25 mg; Sódio: 17 mg; Vitamina B-6: 1235 mg; Vitamina C: 31 mg; Ácido glutamínico: 0,805 g; Argenina: 0,634 g; Ácido aspártico: 0,489 g; Leucina: 0,308 g; Lisina: 0,273 g;

Indicações : Acne, afecções da pele, afecções nervosa e histérica, ácido úrico, afecções genitourinárias (cistite, ureterite, uretrite, pielonefrite, urolitíase), afecções respiratórias (abscessos pulmonares, asma, bronquite, coqueluche, defluxo, enfisema, faringite, gripe, pneumonia, resfriado, tuberculose), angina, arteriopatias, arteriosclerose, artrite, calcificação das artérias, cálculo na bexiga, calos, caspa, catarro, coadjuvante em tratamentos de diabetes, cólera, colesterol alto, dermatomicoses, diabetes, diarreia, difteria, distúrbios intestinais, doenças cardíacas, dores de cabeça, dores de dente, dores de ouvido (+surdez), edemas; enfermidades do fígado, dos rins e da bexiga, enxaqueca, escorbuto, esgotamento, estimulação do sistema imunológico, falta de apetite, febre, ferimentos (prego enferrujado, espinho, madeiras, vidros e materiais plásticos), gangrena pulmonar, gota, hemoptise, hemorróidas, herpes, hidropisia, hiperglicemia, hiperlipidemias, hiperqueratose, hiperuricemia, hipocondria, histeria, impingem, impurezas na pele, infecções bacterianas, infecções fúngicas, insônia, intoxicação nicotínica, manchas da pele, melancolia, menopausa, micose, nefrite, nervosismo, obesidade, palpitações cardíacas, paralisação do fígado e do baço, parasitose intestinal, paludismo, parodontopatias, picadas de insetos (coceira e dor), pressão alta, pressão baixa, prevenção de disenterias amebianas, prevenção de tromboembolismos, prisão de ventre, problemas circulatórios, retinopatia, reumatismo, rouquidão, sarda, sarnas, sensação de medo, sífilis, sinusite, tifo, tinha, tosse, triglicerídeos altos, tumores, úlceras, varizes, vermes, verrugas.

Modo de Usar :

Tempero de carnes, peixes, verduras, legumes; como ingrediente de sopas, suflês, bolos salgados;

Unguentos: misturar a polpa do alho amassado em óleo de oliva. Este unguento de ser aplicado sobre o local, protegendo-o com gaze para os calos.

Cataplasma: espremer alguns dentes de alho, colocando sobre uma lã quente. Aplicar sobre a região afetada: reumatismo, tumores. Colocado ao longo da coluna espinhal e em cima do tórax de crianças, é muito útil em pneumonia; colocado em cima da região da bexiga, tem demonstrado eficácia na descarga de urina quando a retenção é devido a bexiga paralisada; Colocar sobre verrugas por 12 noites consecutivas para eliminá-los.

Decocção :

Inflamação na garganta: um dente de alho batido, sumo de limão e uma colher de mel de abelha. Mistura-se e aplica-se na região interna da garganta;

Óleo e infusão:

Insônia, hipertensão, tuberculose, resfriados, tosse, bronquite, feridas infecciosas, reduz o colesterol ruim. maceração de um ou dois dentes de alho amassado em um copo com água. Tomar um copo três vezes ao dia: gripe, resfriado, tosse, rouquidão;

Tintura: moer uma xícara (cafezinho) de alho dentro de um recipiente contendo 5 xícara de álcool 92º GL, deixar em maceração por 10 dias, coar. Tomar 10 gotas em meio copo de água três vezes ao dia, para problemas do aparelho respiratório (gripes, etc.). Para hipertensão utilizar uma colher de chá da tintura em meio copo de água três vezes ao dia ou comer dois dentes de alho pela manhã;

Vermífugo: comer três dentes de alho pela manhã em jejum durante sete dias ou em infusão, com leite. Toma-se três ou quatro vezes ao dia. Amassar um dente de alho em uma colher de sobremesa de azeite de oliva morno.

Dores de ouvido: pingar três gotas no ouvido e tampar com algodão. Bebido combate a prisão de ventre, estimula a secreção dos sucos gástricos e intestinais, favorecendo a digestão.

Arteriosclerose: comer na alimentação 3 dentes de alho crus picados, 3 vezes por semana, durante 3 meses.

- um dente de alho grande, pica-se e coloca-se no liquidificador com um copo duplo de leite desnatado. Deixar de molho 10 minutos para então bater. Após bater, deixar repousar por alguns minutos e depois colocar no copo e tomar.

Fazer isso todos os dias de preferência em jejum ou antes de dormir. Pode-se usar em lugar do leite suco de limão.

- alho assado colocado em dente cariado detém a dor;

- alho cru: 1 a 4 dentes ao dia;

- misturar partes iguais de suco de alho, óleo de amêndoas doces, glicerina. Pingado no conduto auditivo cura vários casos de surdez;

- maceração de 100 gramas de alho em 400 gramas de álcool. Tomar uma colher de média antes de dormir: problemas circulatórios;

- sarna: esfregar a parte afetada com alho triturado em azeite de oliva;

- problemas circulatórios: 10 g de tintura, três vezes ao dia; - tomar 6 gotas ao dia de extrato fluído. Diurético: elimina líquidos corporais, em casos de reumatismo, hidropisia, edemas, e problemas na bexiga;

- tomar 7 gotas de óleo essencial ao dia: processos infecciosos do aparelho respiratório e digestivo (estimula o fígado, a vesícula e o pâncreas);

Desinfetante de mordeduras ou picaduras de animais, insetos e afecções da pele: molhar a zona afetada com uma gaze molhada em tintura de alho (doze noites consecutivas);

Receitas especiais : A) xarope expectorante de alho e gengibre: . Faça uma mistura de 250 ml de gengibre ralado e 250 ml de alho amassado e coloque em um litro de vidro bem limpo, ocupando aproximadamente metade do espaço; . Adicione 100 ml de pinga, uísque ou conhaque; . Complete com mel de abelhas deixando apenas o espaço para a rolha. Lacre a rolha com cera, resina ou breu e guarde em um armário escuro por cerca de seis meses. . Tomar uma colher de sopa duas a três vezes ao dia; B) Extrato para todos os males relacionados, especialmente para os aparelhos circulatório e respiratório e para desintoxicação: Bater no liquidificador 350 g de alho descascado com 250 ml de aguardente alemã; . Colocar na geladeira, em um vidro bem tampado, por 12 dias; Coar em um tecido fino, espremer bem; Colocar em um vidro escuro ou protegido contra a luz com papel alumínio e conservar na geladeira; Após mais dois dias, colocar parte em um recipiente conta-gotas de mais ou menos 50 ml (conservar também na geladeira. Ao acabar o conteúdo do conta-gotas, higienizá-lo e enchê-lo novamente, repetindo este procedimento até acabar todo o produto);

Toxicologia : Contra indicado para pessoas com problemas estomacais e de úlceras. Inconveniente para recém-nascidos e mães em amamentação e, ainda em pessoas com dermatites. Em doses elevadas pode provocar a dor de cabeça, de estomago, dos rins e até tonturas.

Efeitos colaterais e precauções: Em altas doses, pode causar irritação gástrica, náuseas e odor no hálito e na pele. Embora o alho seja usado extensivamente para finalidades culinárias com essencialmente nenhum efeito colateral, a segurança do uso de extratos concentrados por um período prolongado é desconhecida. A ingestão de uma dose única de 25 ml do extrato fresco.

Não há nenhum estudo que tenha avaliado o efeito do alho e seus extratos em pessoas que requerem um controle restrito da glicose no sangue, mas o potencial para interações sérias deve ser lembrado.

Posologia: Dosar o alho é complicado devido a sua volatilidade e a instabilidade dos componentes importantes e por causa de produtos como "alho desodorizado," extratos "envelhecidos", e óleos destilados.

As doses de bulbos frescos usados nos ensaios clínicos para o hiperiipidemia ou aterosclerose variam entre 2 a 4 g/dia e o consumo diário de 2 a 12 mg também foi proposto. Porque o alho é um gênero alimentício extensamente consumido, sua dosagem permanecerá uma questão de tolerância pessoal. Óleo de alho: 0,03 a 0,12ml até 3 vezes ao dia. Extrato seco: 100 a 250 mg por supositório para oxiúros. Tintura: 2 a 4ml até 3 vezes ao dia diluídos em água. 2 a 3 dentes em infuso até 3 vezes ao dia. Crianças tomam de 1 /6 a 1 /3 das doses de acordo com a idade.

Alho

Interação medicamentosa: Não interfere com o Alprazolam, Dextrometorfan e Rrionavir. Saquinavir, reduz a concentração plasmática do saquinavir.

A coadministração de suplementos de alho diminui a área sob acurva de concentração plasmática versus tempo do saquinavir em 51 %, e reduz em 49% o nível de vale do saquinavir (8 horas após a administração do saquinavir), e também diminuiu a concentração plasmática máxima da droga em 54%;

Varfarina: Nenhum estudo relatou uma interação entre a administração da varfarina e ingestão do alho. Há relatos de inibição da agregação das plaquetas em indivíduos que consomem o alho, esta ação pode aumentar o risco de sangramento quando combinada com a varfarina.

Relatos de casos de indivíduos que ingeriram alho foram associados com o hematoma espinal epidural espontâneo, prolongação do tempo de coagulação com aumento do sangramento e hemorragia.

Em contraste, um estudo duplo-cego e placebo controlado em 14 homens, não encontrou nenhum efeito do alho na agregação das plaquetas do alho causou queimação na boca, esôfago e o estômago, náusea, transpiração, e tontura.

A segurança de múltiplas doses desta quantidade não foi definida. Raramente, a ingestão pode também causar uma reação anafilática.

A exposição tópica a dentes de alho esmagados, crus por 3 a 5 minutos resultou em uma dermatite de contato tóxica .

Adicionalmente, a exposição repetida à poeira do alho pode induzir reações asmáticas.

A alergia à poeira do alho, apresentada pela tosse, dificuldade em respirar, pressão torácica, obstrução e produção de secreção nasal, espirros, coceira nos olhos e olhos lacrimejantes, é relativamente rara.

Farmacologia :

Infecções Antes dos antibióticos modernos, o alho era um dos remédios mais usados para tratar infecções. Na Primeira Guerra Mundial, foi usado nos curativos dos ferimentos. Embora hoje tenhamos antibióticos muito mais potentes, o alho ainda tem lugar no tratamento de infecções. É excelente para todos os tipos de infecções respiratórias, incluindo sinusite, constipações, gripe, dores de garganta e tosse, e um remédio específico para a bronquite. Engolido inteiro (um dente pequeno), comido picado com outros alimentos ou tomado em comprimidos, reforça a capacidade do corpo para combater infecções e acelera a recuperação.

Há um remédio simples, eficaz para constipações, dores de garganta e tosse, que é fácil de fazer misturando um dente de alho picado com o sumo de um limão acabado de espremer, 1-2 colheres de chá de mel e uma pitada de pó de gengibre (gingiber offinalis] seco ou, de preferência, um pedacinho de raiz de gengibre fresca triturada. Ponha numa caneca, junte água quente e mexa.

Beba até três chávenas por dia. O alho pode ser tomado juntamente com antibióticos, podendo complementá-los e prevenindo possíveis efeitos secundários, ajudando a proteger as bactérias intestinais benéficas e reduzindo o risco de candidíase. Aplicado 

Extrato hidroalcoólico do alho

Planta medicinal: Alho (Allium sativum)

Material utilizado: O bulbo do alho, álcool de cereais e água.

Modo de preparar o extrato aquoso hidroalcoólico do alho:

Colocar três bulbos de alho em uma xícara das de café com água.
Deixar em maceração durante uma noite.
Colocar em uma vasilha apropriada e acrescentar uma xícara das de café de álcool de cereais.
Fazer uma boa mistura.
Coar e espremer o resíduo.
Colocar em um frasco limpo e fechado.
Quando e como usar o extrato hidroalcoólico do alho:

Indicação: Pressão alta leve ou moderada.

Modo de usar: Tomar uma colher e meia das de café do extrato hidroalcoólico, diluído em meio copo d'água, duas vezes ao dia. Repetir o tratamento pelo tempo necessário ao alívio.

Contraindicações: Para gestantes, lactantes, crianças em geral, pessoas que sofram de gastrite, debilidades estomacais, gastroduodenais ou hepatopatias e sensíveis à substância presente no alho. Em dose alta, pode provocar dor de cabeça, de estômago, dos rins, mau hálito, vômitos, diarreia e tonturas. O alho tem uma ação tóxica sobre o fígado; em função disso é recomendável reforçar, durante o período de tratamento, o suprimento alimentar com vitamina C.

Formulação caseira do alho e limão com mel

Plantas medicinais: Alho (Allium sativum) e limão (Citrus limonum)

Material utilizado: Alho, limão e mel.

Modo de preparar a formulação caseira do alho e limão com mel: Bater no liquidificador um alho médio, o suco de um limão e uma xícara das de chá de mel. Quando e como usar a formulação caseira do alho e limão com mel:

Indicações: Bronquite, gripe. Modo de usar: Tomar duas colheres das de sopa, três a quatro vezes ao dia. Repetir o tratamento pelo tempo necessário à cura.

Contraindicações: Para gestantes, lactantes, crianças menores de quatro anos, diabéticos, pessoas que sofram de gastrite, debilidades estomacais, gastroduodenais ou hepatopatias e de pessoas sensíveis à substância presente em alguma planta incluída na formulação caseira.


CHÁ DO ALHO COM LIMÃO

Modo de preparar

Colocar um bulbo de alho descascado e esmagado em uma xícara das de chá.

Adicionar água fervente.

Tampar e deixar amornar.

Misturar com o suco de um limão.

Coar.

Quando e como usar

Indicação: Gripe.

Modo de usar:

Tomar uma ou duas xícaras de chá no decorrer do dia. O chá deve ser tomado morno.

contraindicação :

O chá não é recomendado para pessoas que sofram de gastrite, debilidades estomacais, gastroduodenais e hepatopatias.

Forma do Chá : Composto

Forma de Uso : Oral

Partes Usadas : Bulbo e Fruto

ASSEPSIA COM O CHÁ DO ALHO

Modo de preparar

Fazer o chá por infusão, usando cinco bulbos em um litro de água.

Abafar.

Coar.

Quando e como usar

Indicação: Feridas.

Modo de usar:Lavar as feridas com o chá, três vezes ao dia. Repetir o tratamento até a cicatrização.

Forma do Chá : Infusão

Forma de Uso : Assepsia

Partes Usadas : Bulbo





sábado, 9 de dezembro de 2017

ALHO PORÓ, as plantas curam



Allium porrum

Essa hortaliça muito usada na culinária francesa é uma boa fonte de vitaminas e sais minerais, é usada medicinalmente para prevenir a pressão alta e a arteriosclerose.

Descrição : Planta da família das Liliacea, também conhecida como porró, alho francês.

É uma herbácea anual que pertence a mesma família das cebolas e dos alhos.

Cresce de 40 a 60 cm, com diâmetro de 3 a 6 cm.

Folhas largas que se sobrepõem até formar um talo redondo, que no contato com a terra torna-se bojudo.

O caule é um bulbo alongado, de cuja base muito Intumescida saem às folhas alternas, compridas, invaginantes, de cor verde escuro.

Flores róseas, lilases ou brancas que surgem em uma haste e são envolvidas por uma espata.

O fruto é uma cápsula triangular com 3 divisões, contendo 2 sementes escuras, achatadas e enrugadas, cada, possui odor picante.

Partes utilizadas : Bulbo.

Indicações: Reduz pressão alta e previne arteriosclerose. Auxilia a dissolução de cálculos renais. Tem efeito tônico sobre pessoas enfraquecidas. Previne gripes e resfriados, poderoso desinfetante, ajuda na expulsão dos vermes.

Plantio : Reproduz-se por sementes. São geralmente semeados em canteiros, em estufas, dos quais se retiram as mudas. Existe um conjunto de variedades particularmente adaptadas ao frio e que se mantêm prontas para consumo durante o inverno. É mais resistente à geada que a cebola. A planta adapta-se facilmente a qualquer tipo de solo, ainda que prefira solos pouco ácidos ou sensivelmente neutros. É aconselhável também que o solo seja bem drenado.

Habitat: Originário da Europa e Ásia, é comumente encontrado no sudeste do Brasil em feiras livres e supermercados.

História: Uso pela população europeia tradicionalmente para várias afecções. O alho-porro era já utilizado pelos antigos Egípcios, Gregos e romanos que depois levaram o vegetal a diversas partes da Europa.

É um dos símbolos nacionais do País de Gales, fazendo parte dos rituais do dia de São David, altura em que é tradição os galeses envergarem a planta. De acordo com a mitologia do País de Gales, São David ordenou aos seus soldados galeses que envergassem a planta nos seus elmos numa batalha contra os Saxões que teria ocorrido num campo de alhos-porros.

Plantio : É cultivado em áreas temperadas para frias, em solo de baixa acidez, areno-argiloso, fofo e fértil. Também conhecido como.

Alho Porró

Princípios ativos: Mucilagens; Sais minerais: ferro, enxofre cobre; Vitamina C, B1 e E; Celulose: Proteínas: açúcares; Pectina Alicina, officinalis; Ácidos orgânicos: esteárico, linoleico, palmítico.

Dosagem: Infuso: 5 gramas em 1 copo de água fervente por 5 minutos. Adultos: 1 bulbo fatiado em infuso até 3 vezes ao dia, com intervalos menores que 12hs.

Modo de usar: conservas, cozidos vegetais, suflês, sopas, sopas desidratadas, misturas condimentares em pó, prato principal com molhos especiais;

- Infusão de 5 gramas em 1 copo de água fervente por 5 minutos.

- Decocção de um bulbo em 250 ml de água fervente por 10 minutos: diurético (evita cálculos renais).

Contras indicações/cuidados: pessoas com úlceras gastroduodenais, gastrite e fraqueza estomacal; nutrizes pois impregna o leite e pode causar cólicas nos bebês. As sementes podem provocar hemólise.

Sinônimos botânicos: Allium ampeloprasum L., Allium ampeloprasum var. porrum (L.) J. Gay.
Outros nomes populares: porró, alho francês; leek, garden leek (inglês); poireau (francês); ajo porro, puerro e pulantu (espanhol); dungali, kânda e pyaz (hindu); san-chiu e tsun g (chinês).
Constituintes químicos: ácido esteárico, ácido linoléico, ácido palmítico, açúcares, alicina, alisulfito, celulose, enxofre, mucilagem, pectina, proteínas, sais minerais (ferro), vitaminas C, B1, E.
Propriedades medicinais: desinfetante, detersiva, digestiva, diurética, emoliente, estimulante, expectorante, laxante, nutritiva, resolutiva.
Indicações: má digestão, mau funcionamento dos rins e intestinos, reduzir pressão alta, previnir arteriosclerose, auxiliar a dissolução de cálculos renais, pessoas enfraquecidas, previnir gripes e resfriados, ajudar expulsão de vermes; ajudar baixar a taxa de colesterol e descongestionar as vias respiratórias (em pequena escala).
Parte utilizada: folhas, sementes, talos.
Contra-indicações/cuidados: pessoas com úlceras gastroduodenais, gastrite e fraqueza estomacal; nutrizes pois impregna o leite e pode causar cólicas nos bebês.
As sememtes podem provocar hemólise.
Modo de usar: conservas, cozidos vegetais, suflês, sopas, sopas desidratadas, misturas condimentares em pó, prato principal com molhos especiais;
- infusão de 5 gramas em 1 copo de água fervente por 5 minutos.
- decocção de um bulbo em 250 ml de água fervente por 10 minutos: diurético (evita cálculos renais)



domingo, 3 de dezembro de 2017

Algodão, as plantas curam (Gossypium herbaceum)



Gossypium herbaceum

É uma planta da família das malvaceae, sendo que suas sementes pousem propriedades medicinais, produzindo um óleo que pode combater várias enfermidades como catarro e diarreia.



Descrição : Herbácea de flores vistosas, de cor amarela ou branca.

O fruto é uma cápsula ovoide que contém várias sementes coberta por uma fibra branca.

Plantio :

Multiplicação: por sementes, para plantio direto ou para produção de mudas.

Cultivo: Plantio em terrenos áridos, de fertilidade mediana, neutros, com espaçamento de 1,0 m por 2 m.

Colheita: Colhe-se a casca da raiz para uso no mesmo dia.

Os caroços quando maduros ou frutos ainda verdes para combater piolhos e outros ectoparasitas com o sumo destes. Seque as sementes ao ar livre sobre sacos de pano, após retirar as fibras esbranquiçadas.

Indicações : Catarro, desinteiras, diarreia, dismenorreia, distúrbios do climatério, dores musculares, estancar hemorragias, ferida, furúnculo, hemorragia, inchaço, infecções renais, inflamação, menorragia, metrorragia, queimadura, queimaduras, restaurar o fluxo menstrual, síndrome pré-menstrual, trabalho de parto.

Dosagem : Combate o catarro brônquico, disenteria, provoca e ajuda a menstruação e reduz o colesterol. Protege a pele e desinflama os brônquios.

Princípios Ativos : Ácidos graxos polinsaturados e mucilagens.

Modo de usar:

Restaurar o fluxo menstrual, estancar hemorragias, síndrome pré-menstrual, distúrbios do climatério, afecções das vias urinárias, digestão, doenças da pele (espinhas, cravos, dartros e boubas), amenorreias, dismenorreias, hemorragias do pós-parto, inflamações e dores do útero e do ovário, retenção de placenta, provocar contrações uterinas, hemoptises - Decocção de cascas das raízes:

Hemorragias, dismenorreias, hemorragias do útero. - Sementes, por infusão.

Catarro, disenteria, diarreia, enterite - Folhas e flores, por infusão.

Massagem de articulações e músculos para aliviar dores, furúnculo, ferida da pele - óleo, extraído das sementes:

Queimaduras, inflamações, inchaço. Ingerido: disenterias. cataplasma das folhas machucadas: alívio imediato para as queimaduras.- sumo das folhas, aplicado topicamente:

Asma : extrato fluído das sementes.



sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Plantio da Batata Orgânica



Originária da América do Sul, a batata (Solanum tuberosum L.) está disseminada na maioria dos países do mundo; pertence à família das solanáceas, assim como o tomate, pimentão, berinjela e fumo e, caracteriza-se pela formação de caule subterrâneo intumescido, onde se acumulam reservas, denominado tubérculo (parte comestível). A batata, denominada erroneamente de "batata-inglesa", é um dos poucos alimentos capazes de nutrir a crescente população mundial, não apenas como energético, mas também como fonte de proteínas, vitaminas e sais minerais. É boa fonte de vitamina C e do complexo B, além de ser rica em potássio, com bons teores de fósforo e magnésio e razoável fonte de ferro. O baixo conteúdo de sódio a credencia para dietas que exigem baixo teor de sal. As diversas formas de apresentação tornam a batata um dos produtos mais utilizados na cozinha em todo o mundo, como fritas, saladas, purê, cozidas e assadas. A praticidade e a versatilidade culinária da batata evidenciam também a potencialidade para o investimento e desenvolvimento de produtos industrializados, com níveis de produção e consumo ainda muito baixos no Brasil, mas com boas perspectivas de mercado. A cultura apresenta maior destaque no Sudeste e Sul do país, em função das condições de clima mais favoráveis e do hábito alimentar dos habitantes, em sua maioria descendentes de europeus.
   O cultivo orgânico é uma boa opção de renda aos produtores, pois além de agregar maior valor aos produtos através do sistema de produção, reduz o custo de produção com insumos que podem ser preparados na propriedade, proporcionando maior autonomia do produtor que, por sua vez, não fica dependente de insumos importados cada vez mais caros. É importante destacar que no período de 12 meses (junho/2007 a maio/2008), os fertilizantes e os agrotóxicos que o Brasil importa em sua grande maioria (cerca de 70%), tiveram um aumento de 120 e 70%, respectivamente. Por ser uma das hortaliças que mais utiliza agrotóxicos, o cultivo orgânico é essencial para garantir a saúde do produtor, consumidor e meio ambiente.

Recomendações técnicas

.Escolha correta da área e análise do solo: sempre que possível escolher áreas não cultivadas nos últimos três anos com batata e outras espécies da mesma família botânica. Solos contaminados com murchadeira e fusariose, doenças causadas por bactéria e fungo, respectivamente, não devem ser utilizados. Solos mal drenados, argilosos, pouco ensolarados e locais sujeitos a neblinas devem ser evitados. A análise do solo com antecedência é essencial para se fazer a recomendação adequada de adubação e correção da acidez. O excesso de calcário eleva o pH do solo que favorece a sarna comum, doença que contamina os tubérculos e o solo. O excesso ou a deficiência nutricional favorecem as doenças foliares e afeta a qualidade dos tubérculos.

.Uso de batata-semente de boa qualidade: o emprego de "semente" contaminada por viroses (doenças que causam a degeneração), sem brotação ou com brotação excessiva e/ou esgotada, leva ao fracasso da lavoura. O plantio de batata-semente em dormência, origina lavoura desuniformes e de fraco desenvolvimento. A aquisição da "semente" com antecedência, caso não esteja brotada, guardando-a em local protegido de pulgões para que a brotação ocorra naturalmente, é o ideal. A aquisição de algumas caixas de batata-semente de boa qualidade (certificada, registrada ou básica), multiplicando-a em área isolada sem problemas de doenças, no plantio de inverno/primavera, visando a produção de "semente" própria para o plantio de batata consumo no outono, no Litoral Catarinense, é uma boa alternativa para reduzir o alto custo deste insumo.

.Uso de cultivares adaptadas: no cultivo de batata orgânica é fundamental o uso de cultivar resistente às doenças foliares. Dentre as cultivares, a Epagri 361Catucha e SCS 365 Cota (Figura 1) são as que mais se destacam pela alta resistência à requeima e pinta-preta, principais doenças foliares da batata . Além da maior adaptação ao cultivo orgânico, estas cultivares possibilitam maior renda ao produtor, pois os tubérculos produzidos possuem alto teor de matéria seca, um dos principais requisitos para a industrialização na forma de "chips" batata palha e pré-fritas (palitos). A Epagri, através da Estação Experimental de São Joaquim, está multiplicando batata-semente de boa qualidade, das cultivares Catucha e SCS 365 Cota. 

.Preparo adequado do solo: recomenda-se uma lavração profunda, com antecedência mínima de 30 dias e outra próximo ao plantio, quando houver condições adequadas de umidade do solo. Por ocasião do plantio da "semente", gradear o solo uma a duas vezes. O solo bem preparado, associado a amontoa (chegamento de terra) bem feita (cerca de 20 cm), sem torrões, reduz as pragas de solo como a larva-alfinete(Figura 2 – B) e larva-arame que ao perfurarem os tubérculos depreciam comercialmente os tubérculos colhidos (Figura 2 – C). 

.Adubação equilibrada: para uma adubação equilibrada, recomenda-se a análise do solo e dos teores de nutrientes do adubo orgânico, com antecedência. Plantas bem nutridas são mais resistentes às doenças e pragas, produzindo tubérculos de melhor qualidade. O desequilíbrio nutricional aumenta a suscetibilidade às doenças da folhagem e à sarna dos tubérculos e, pode afetar a qualidade culinária e industrial da batata. 

.Plantio na época recomendada: a batateira não tolera geadas e excesso de umidade. Temperaturas noturnas elevadas, na época de tuberização, prejudicam e até impedem a formação de tubérculos. Plantio de outono e de inverno (março/abril) – em regiões onde não ocorrem geadas (Litoral). Plantio de primavera (setembro/outubro) – em regiões onde ocorrem geadas. Plantio de verão (dez./janeiro) - onde as temperaturas são amenas no verão (Planalto). 

.Irrigação: a batata, embora seja uma das hortaliças mais exigentes em água (consome de 300 a 500 mm de água durante todo o ciclo), é também prejudicada pelo excesso, pois reduz a aeração do solo, aumenta a lixiviação de nutrientes e, ainda, favorece às doenças. O sistema de irrigação por aspersão, embora seja o mais utilizado, favorece a ocorrência de doenças foliares (requeima e pinta-preta). Para diminuir este problema, recomenda-se sempre que possível, a irrigação pela manhã para evitar que a folhagem permaneça com umidade durante a noite. A fase do início da tuberização ao início da senescência (maturação)que vai de 45 a 55 dias após a emergência, é a mais crítica quanto à deficiência hídrica, podendo haver decréscimo da produtividade e o aparecimento da sarna-comum. Irrigações excessivas neste período podem favorecer o aparecimento das doenças de solo e da folhagem. A alternância de excesso e falta de água pode causar defeitos morfo-fisiológicos tais como embonecamento, rachaduras e outras deformações nos tubérculos. 

.Amontoa: consiste em chegar terra junto às plantas, para melhorar sua fixação ao solo e, ainda para evitar que os tubérculos se desenvolvam fora da terra, favorecendo o esverdeamento. Uma boa amontoa em ambos os lados da fileira formando um camalhão com cerca de 20 cm de altura, quando as plantas estão com 25 a 30 cm de altura, reduz os danos de insetos que perfuram e depreciam comercialmente os tubérculos.

.Manejo de doenças e pragas: é possível prevenir o aparecimento e o desenvolvimento de grande parte delas com as seguintes medidas preventivas: 
a) escolha correta da área; 
b) uso de tubérculos-sementes sadios e protegidos dos pulgões; 
c) utilizar cultivares resistentes; 
d) arar o solo com três meses de antecedência para expor as pragas de solo e os patógenos ao dessecamento; 
e) plantio na época recomendada; 
f) evitar escalonamentos de plantios e o uso de "semente" de tamanhos diferentes na mesma área pois as plantas mais velhas são mais suscetíveis à pinta-preta, disseminando-a para as mais jovens; 
g) nutrição e correção da acidez conforme análise do solo; 
h) um bom preparo de solo (sem torrões) e a amontoa adequada (em torno de 20 cm) reduz os danos (perfurações nos tubérculos) causados pela larva-alfinete; 
i) destruição dos restos de culturas, refugos de tubérculos, plantas hospedeiras e plantas voluntárias das proximidades da lavoura; 
j) pulverização preventiva com calda bordalesa ( 0,5%), a cada 7 a 10 dias, a partir da emergência das plantas, visando o manejo de doenças e pragas da parte aérea; 
k) pulverização com urina de vaca a 1%, visando o manejo da pinta-preta após a amontoa e 
l) rotação de culturas com gramíneas. 

.Colheita, classificação e armazenamento: a batata consumo deve ser colhida em dias secos, amenos e com baixa umidade no solo para evitar a contaminação dos tubérculos por doenças. As hastes devem estarem secas e os tubérculos com a película firme. A colheita deve ser feita 10 a 15 dias mais tarde para que a película dos tubérculos não se solte. Iniciar a seleção dos tubérculos durante a colheita, após a secagem externa deles, eliminando-se os podres e com defeitos. A classificação deve ser feita por tamanho. Após a embalagem em sacos, deve-se guardar as batatas em locais limpos, ventilados e escuros para evitar o esverdeamento. Recomenda-se apenas a escovação dos tubérculos, evitando-se a lavagem dos mesmos.

Figura 1. A escolha de variedades resistentes às doenças da folhagem é uma maneira de prevenir a ocorrência de doenças em batata. Na foto, a variedade de batata SCS 365 – Cota (à esquerda) lançada pela Epagri em 2008 para o cultivo orgânico, na Estação Experimental de Urussanga, é muito mais resistente ao sapeco da folhagem (requeima) quando comparada com a variedade Ágata (à direita), totalmente destruída, apesar de ser a mais cultivada no Brasil.

 
Figura 2. O preparo adequado do solo, associado à um bom chegamento de terra (amontoa), sem torrões, evita o ataque da larva-alfinete que perfura os tubérculos depreciando-os (C). Os furos nas batatas ocorre porque a vaquinha (A) - adulto, também chamada de patriota (coloração verde com pontinhos amarelo), ao pôr os ovos na batateira, estes vão cair no solo e, se estiver com torrões, os ovos, que darão origem a larva-alfinete (B) – fase larval da vaquinha, irão se alojar junto aos tubérculos em formação no fundo do camalhão.


A batata, juntamente com o tomate e o morango, vem sendo duramente atacada pela mídia pelo uso exagerado de defensivos agrícolas.
Quando falamos em produzir batata orgânica, logo se pensa em algo impossível ou fraudulento. Mas, é possível produzir batata orgânica com boas qualidades de tubérculos e com uma produtividade acima de 25 toneladas por hectare. O cultivo orgânico, seja ele de batata ou qualquer outro produto, requer conhecimento e tecnologias, muitas vezes acima dos níveis dos cultivos tradicionais (químicos).
Antes de iniciar o processo de produção, é indispensável que se entre em contato com algum órgão fiscalizador, como o Instituto de Biodinâmica (IBD), para que o produto receba um selo de garantia. Também é necessário que todos os passos sejam dados de acordo com as normas estabelecidas pelo órgão certificador sobre como e o que podemos usar, quanto tempo o solo deve ser deixado sem cultivo químico, entre outros detalhes no aspecto de produção. Ter um contato para comercialização também é de extrema importância, pois sem isto, o produtor pode ficar com suas batatas sem ter para quem vendê-las.
Assim como a batata convencional, a comercialização dos produtos orgânicos é um grande desafio. Os preços pagos aos produtores são bem diferentes daqueles pagos pelos consumidores. Este fenômeno pode ser atribuído aos seguintes fatos: um caminho longo do produtor ao consumidor, especulação de preços por parte dos supermercados, que colocam uma margem exagerada para produtos orgânicos, a própria lei da oferta e procura também pode influenciar nesta discrepância.
Nos países europeus, a produção e o consumo de produtos orgânicos crescem ano a ano. É possível encontrar nas prateleiras dos supermercados desde batata fresca até produtos processados, como chips e batata palito congelada, todos devidamente embalados e com identificação e informações ao consumidor, que possibilitem a rastreabilidade destes produtos. Também por parte das empresas que desenvolvem novos cultivares de batata, trabalham com grande quantidade de novos clones que atendem às necessidades tanto dos produtores orgânicos (qualidades agronômicas) como dos consumidores (qualidades culinárias).
Para a produção de batata orgânica devemos estar atentos aos seguintes pontos:
Variedade

É de extrema importância que tenhamos uma variedade que reúna algumas qualidades. A variedade deve ter um bom nível de resistência às principais doenças, como a requeima (Phytophtora infestans) e pinta preta (Alternaria solani).

Deve ter capacidade de extração de nutrientes do solo. Não seria recomendado, por exemplo, um cultivo orgânico de uma variedade como a Bintje; todos bataticultores sabem que é uma variedade que produz bem em condições de alta fertilidade.
Fato recente na Europa é que os órgãos fiscalizadores de produtos orgânicos estão exigindo o uso de batatas- semente orgânica, ou seja, outra característica que deve ser incorporada aos materiais seria a resistência a vírus para possibilitar a produção de batata -semente no sistema orgânico.

Qualidades culinárias também devem ser levadas em consideração, pois os consumidores de produtos orgânicos procuram por produtos que tenham um bom sabor e, se possível, bom aspecto visual.
Das variedades testadas, até o momento, a que melhor se comportou foi a Itararé do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), com tubérculos graúdos, bom aspecto e com qualidades culinárias semelhantes às variedades mais plantadas, como Monalisa, e alta resistência à requeima. Também vale ressaltar que a precocidade da Itararé é bastante interessante para o cultivo orgânico, pois por volta de 70 dias, já temos uma produção razoável, não sendo influenciada por doenças característica de final de ciclo, que caso contrário, poderia levar à perda de produção. O uso de batata semente de tamanho maior, tipo 1 ou florão, apresenta melhor desempenho que sementes menores.

Solo e Adubação

O solo deve estar corrigido para que a fertilidade natural seja explorada.
A calagem é permitida, bem como, a utilização de pó de rochas como o granito e mármore, cuja função principal seria a correção do pH, bem como, o fornecimento de cálcio e magnésio como nutrientes. Para suplementação de Nitrogênio, podemos aplicar húmus e torta de mamona. O fósforo é suplementado com fosfatos naturais (fosfato de Araxá) ou com termofosfatos (Yorin)


Tratos Culturais

O sistema orgânico, praticamente, não difere do cultivo convencional, como plantio, amontoa e colheita. No caso da amontoa, devemos fazê-la o mais cedo possível, para que, nesta operação, grande parte das ervas sejam eliminadas e que possam ser evitadas lesões nas raízes, que seria uma porta para a entrada de bactérias (Erwina sp). No caso de aparecimento de novas sementeiras, podemos usar um lança chamas ou maçarico para queimar estas plantinhas. Em uma cultura bem vigorosa, não teremos problemas com o mato até a colheita.

O uso de calda Bordaleza e Sulfocáustica é utilizado para o controle preventivo de doenças de folha. Para insetos, o ácido pirolenhoso e extrato de Nim Indiano(Azadirachta indica) são aplicados também como repelente. No entanto, em uma lavoura bem conduzida, o ataque de pragas e doenças está sempre em equilíbrio. Mesmo pragas agressivas como a mosca minadora (Liriomyza sp) tem a população controlada por vespas, ou mesmo sendo eliminada por outros tipos de insetos predadores, o que não se observa nos campos que se fazem tratamentos químicos.

Outros pontos a ser observados em tratos culturais seriam:

– O plantio de sementes de idade fisiológica ideal, ou seja, não estar com brotação excessiva (esgotada) e também não estar sem brotos (cega).
– Procurar época de plantio para a região que ofereça boas condições climáticas para o desenvolvimento da cultura.
– Irrigar a lavoura com o máximo de critério, como quantidade de água aplicada, turno de rega, evitar vazamentos, etc.
– Se possível, instalar o campo próximo a reservas com matas. Estes locais são abrigos para várias espécies de inimigos naturais de pragas.

Analisando superficialmente o cultivo da batata orgânica, pode-se afirmar que, mesmo em nossas condições, é possível atingir boas produções. Cabe também a oportunidade para refletirmos sobre como estamos trabalhando nossas lavouras com relação a fertilizantes e agroquímicos. Estamos respeitando o período de carência? Não estaríamos exagerando na aplicação de fertilizantes? Usamos os defensivos seguindo as orientações dos fabricantes? Temos receio de consumir o que produzimos?