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ANUCIOS

quarta-feira, 28 de março de 2018

Cultivo de Hortaliças Orgânicas (parte 5)



Uma planta bem alimentada e manejada considerando todas as suas necessidades, é mais resistente às pragas e doenças. Por isso, pode-se trocar o nome de "pragas e doenças" para "indicadores de mau manejo". A ocorrência de insetos, ácaros, nematóides, fungos, bactérias e de vírus são a conseqüência e não a causa do problema.
   Através da teoria da trofobiose (trofo=alimento e biose= existência de vida) aprende-se que: todo e qualquer ser vivo só sobrevive se houver alimento adequado disponível para ele . Em outras palavras, a planta ou a parte da planta cultivada só será atacada por insetos e doenças quando houver na seiva, exatamente o alimento que eles precisam. Esse alimento é constituído, principalmente, por aminoácidos, açúcares redutores, esteróis, vitaminas e outras substâncias simples livres e solúveis. Os insetos e os fungos possuem poucas enzimas e essas apenas conseguem digerir substâncias simples presentes na seiva da planta. Para que a planta tenha uma quantidade maior de aminoácidos (substâncias simples), basta tratá-la de maneira errada: adubações desequilibradas com substâncias de alta solubilidade, aplicações de agrotóxicos, estresses e outros.
   Na agricultura orgânica, as plantas espontâneas, as pragas e as doenças surgem como um sinal de desequilíbrio que são as verdadeiras causas dos problemas. O controle dos efeitos, mesmo com métodos naturais, causa desarmonia, pois, além de exterminar as pragas, elimina também seu inimigos naturais e outros insetos benéficos (abelha, mamangaba ou mamangava, minhocas, entre outros). Por isso, em agricultura orgânica, trata-se as causas para que os resultados sejam os mais duradouros e equilibrados possíveis.

. Manejo das principais doenças, pragas e plantas espontâneas
   Para manejo de doenças, pragas e plantas espontâneas recomenda-se diversas práticas descritas a seguir.

. Práticas preventivas
  A prevenção é a maneira mais fácil de se manejar as doenças, as pragas e as plantas espontâneas que ocorrem na horta, pois prevenir é melhor que remediar. Dentre essas, destacam-se:
-escolha correta do local para a horta - a área deve ser bem drenada e ensolarada, pois os raios solares auxiliam no manejo de doenças e pragas;
-correção e adubação correta do solo, pois as plantas bem nutridas são mais resistentes. Preferencialmente, deve-se usar adubação orgânica, pois além de fornecer nutrientes, melhora o solo;
-uso de variedades resistentes às doenças (Figura 1) e às pragas, semeadas/plantadas na época correta;
-utilizar sistema de semeadura/plantio adequado; usar espaçamentos maiores para espécies com muitos problemas de doenças e pragas como o tomate, empregando o tutoramento vertical, sempre no sentido norte-sul;
-eliminação e destruição (enterrando ou fazendo compostagem) de restos de culturas e plantas espontâneas, pois essas podem ser hospedeiras de doenças e pragas, aumentando a sua incidência na próxima safra;
-irrigação sem excessos;
-em áreas ainda não infestadas de plantas espontâneas fazer o manejo preventivo cuidando para não deixar sementar, arrancando-as inteiras e retirando-as da área. Evitar a incorporação de esterco não curtido, pois dissemina inços através de sementes;
-fazer rotação e consorciação de culturas (Figura 2);
-o uso de abrigos e cobertura morta, além de proteger as plantas das adversidades do clima (chuvas torrenciais, temperaturas elevadas e frio), desfavorece o aparecimento de pragas e doenças;
-a cobertura do solo ao reduzir o contraste entre a cor verde da planta e a cor do solo (palha seca, casca de arroz e serragem) diminui a incidência de pulgões.

Figura 1. A escolha de variedades resistentes às doenças da folhagem é uma maneira de prevenir a ocorrência de doenças em batata. 


Na foto, a variedade de batata SCS 365 – Cota (à esquerda) lançada pela Epagri em 2008 para o cultivo orgânico, na Estação Experimental de Urussanga, é muito mais resistente ao sapeco da folhagem (requeima) quando comparada com a variedade Ágata (à direita), totalmente destruída, apesar de ser a mais cultivada no Brasil.


 Figura 2. Rotação de culturas com milho-verde (gramínea) consorciado com mucuna (leguminosa) reduz doenças e pragas, inibe a presença de plantas espontâneas (ex.: tiririca, picão preto e branco, capim carrapicho e capim paulista), protege o solo contra a erosão, melhora a fertilidade do solo e, ainda recicla nutrientes devido ao sistema radicular profundo da mucuna

. Controle mecânico
Consiste na destruição de focos de doenças, pragas e plantas espontâneas através de meios mecânicos e algumas práticas culturais. Dentre essas destacam-se:
-eliminar e destruir (enterrio ou uso em compostagem) através de visita diária a horta, plantas doentes (ramos, folhas e frutos doentes) e/ou atacadas por pragas, evitando-se a disseminação rápida de doenças e pragas;
-catação manual e destruição de larvas, insetos adultos e ovos depositados nas folhas. A lagarta rosca se esconde no solo durante o dia, próximo à planta cortada; para encontrá-la e destruí-la basta cavar o solo ao redor da planta cortada à cerca de 10 cm de profundidade;
-através da irrigação, utilizando-se jatos fortes de água, pode-se reduzir a ocorrência de pulgões, ácaros, tripes e lagartas do cartucho do milho, pragas que aparecem mais em condições de estiagem;
-a colocação de sacos de aniagem, umedecidos com leite, entre os caminhos da horta, no final do dia, atrai lesmas e caracóis. Deve-se fazer o recolhimento pela manhã, combatendo-os com cal virgem ou sal. A aplicação de cal virgem em faixas ao redor dos canteiros é outra opção de manejo (Figura 3);
-destruição de plantas espontâneas – capinas superficiais de algumas plantas espontâneas como a tiririca ou junça e grama seda tem pouco efeito. Em áreas pequenas, deve-se arrancar as plantas inteiras, usando-se ferramentas apropriadas;
-manejo das plantas espontâneas pela alelopatia – alelopatia é a influência benéfica ou prejudicial de uma planta sobre outra. Certas plantas produzem substâncias denominadas de aleloquímicos e são lançados no solo ou no ar que podem interferir na germinação, crescimento e no desenvolvimento da planta afetada. A mucuna, utilizada como adubo verde e também em sistemas de rotação de culturas, é um exemplo de planta cultivada que afeta várias plantas espontâneas. O feijão de porco (Figura 4), a exemplo da mucuna, também utilizado como adubo verde, é outro exemplo de planta cultivada que afeta a tiririca. A palha de aveia-preta prejudica o desenvolvimento do papuã (capim doce, capim marmelada) e do milhã (capim pé-de-galinha). O nabo forrageiro inibe o capim papuã. O sufocamento das plantas espontâneas através de cobertura mortas sobre o solo ou mesmo adubação verde, dificultando a emergência das mesmas, é uma prática eficiente.
-manejo de plantas espontâneas em canteiros com folhas de papel - após o preparo do canteiro, cobre-se o mesmo com jornal (1 folha apenas) ou papel pardo em toda a extensão e sobre esta aplica-se 1 a 2cm de composto orgânico peneirado. Faz-se a semeadura a lanço ou no sulco e cobre-se as sementes com 1 a 2cm de composto peneirado em malha grossa ou uma camada de 1 a 1,5cm de serragem ou ainda casca de arroz. Recomenda-se este sistema especialmente para as culturas que possuem sementes pequenas e germinação mais demorada, como a cenoura e salsa, e que são semeadas diretamente no canteiro, com objetivo de atrasar a emergência das plantas espontâneas na fase mais crítica (até 25 a 30 dias após a semeadura).

 Figura 3. Controle de lesmas com cal virgem(Foto: José Maria Milanez)



 Figura 4. Feijão de porco, além de melhorar a fertilidade do solo, é uma opção de manejo da tiririca através da alelopatia

. Cultivo protegido
- Ensacamento de frutos: os frutos de tomate são atacados por brocas (grande e pequena) e traças, depreciando-os comercialmente. O ensacamento dos frutos surge como alternativa (Figura 5). As inflorescências são ensacadas quando apresentam em torno de seis flores. As embalagens podem ser de papel glassine opaco e impermeável, de polipropileno perfurado e de TNT (tecido-não-tecido) encontradas em lojas comerciais.


 Figura 5. Ensacamento de pencas de tomate com sacos de TNT para proteger os frutos das brocas, traças e outros insetos e, das adversidades climáticas

. Manejo cultural
   Consiste no manejo de pragas, doenças e plantas espontâneas através do cultivo de outras espécies que as atraem ou repelem.
-Broca das cucurbitáceas e vaquinha - o cultivo de abobrinha caserta - abobrinha de moita (Figura 6) atrai estas pragas, devendo-se tomar o cuidado de eliminá-la quando muito atacada pela broca para não haver disseminação. O porongo verde (planta trepadeira com folhas parecidas com as de abóbora), cortado ao meio, e a raiz de tajujá ou tayuyá (planta trepadeira com folhas parecidas com melancia), cortada em fatias (10cm), espalhadas na horta também atraem a vaquinha. A seiva ou o líquido existente na raiz do tajujá atrai a vaquinha, fazendo com que não ataquem a planta cultivada. Tanto no caso do porongo como na raiz de tajujá, usadas como iscas, deve-se renová-las regularmente;
-Borboleta da couve - a hortelã e o alecrim repele a borboleta da couve que põe os ovos dando origem às lagartas que comem as folhas;
-Insetos e nematóides - o cravo-de-defunto ou tagetes, devido às suas glândulas aromáticas, repele muitos insetos e mantém o solo livre de nematóides;
-Ratos e formigas - a hortelã, quando plantada na bordadura dos canteiros e em volta da casa e/ou paióis, repele essas pragas. Um bom método natural para espantar as formigas é espalhar sementes de gergelim em torno dos canteiros. Para as formigas cortadeiras recomenda-se cortar e distribuir folhas de gergelim em locais de passagem das mesmas, próximos aos olheiros do formigueiro; as formigas carregam as folhas para o formigueiro e intoxicam os fungos que servem de alimento para elas. Em quatro a cinco dias cessam suas atividades;
-Insetos em geral - alho, manjerona, camomila e mal-me-quer plantados no meio da horta inibem a presença de insetos;
-Moscas brancas – o uso de plantas repelentes como tagetes ou cravo-de-defunto, hortelã e arruda, quando o ataque é pequeno, tem boa eficiência;
-Plantas espontâneas - o feijão de porco, a aveia-preta e a mucuna diminuem a presença de plantas espontâneas que ocorrem na horta.


Figura 6. Abobrinha italiana (cv. caserta) atrai a broca das cucurbitáceas e vaquinha

-Plantas de cobertura do solo – são espécies que exercem importante papel na conservação do solo, no suprimento de nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio, no equilíbrio das propriedades do solo e no manejo de plantas espontâneas. As plantas das espécies de cobertura (ex.: aveia e mucuna) afetam diretamente a emergência das sementes e o crescimento das plantas espontâneas, podendo, quando a cobertura do solo estiver acima de 90%, reduzir o número de plantas espontâneas em até 75%.

 . Manejo de pragas com auxílio dos inimigos naturais
  Os inimigos naturais são insetos, fungos, bactérias, vírus, nematóides, répteis, aves e mamíferos pequenos. Os animais que comem insetos na forma larval e adulta, não são poucos.
    Todas as pragas das culturas têm seus inimigos naturais que as devoram ou destroem. Daí a importância de diversificar os cultivos (rotação, sucessão e consorciação de culturas) e preservar refúgios naturais como matas, cercas vivas e capoeiras para manter a diversidade natural da fauna (ácaros predadores, aranhas, insetos, anfíbios, répteis, aves e mamíferos). Todos fazem parte do grande conjunto natural e cada um contribui para manutenção do equilíbrio na natureza.
    Entre as espécies de plantas que servem de refúgio dos inimigos naturais, destacam-se: o menstrato (Ageratum conyzoides), a beldroega (Portulaca oleracea), o caruru (Amaranthus viridis), o nabo forrageiro (Raphanus raphanistrum) e o sorgo granífero (Sorghum bicolor). No caso do sorgo, suas panículas em flor favorecem o abrigo e a reprodução de insetos como percevejo Orius insidiosus que é predador de lagartas, ácaros e tripes da cebola. Há no entanto, plantas que são desfavoráveis à preservação e ao aumento de inimigos naturais das pragas, como: mamona, capim, grama seda, capim amargoso, guanxuma, tiririca, picão branco e carrapicho carneiro.
Entre os insetos, os inimigos naturais mais conhecidos são as joaninhas (Figura 7) e as vespinhas que parasitam especialmente pulgões, cochonilhas e lagartas.

Figura 7 . Joaninha: inimigo natural de pulgões

    Outros exemplos de inimigos naturais e os principais depredados ou destruídos são:
. percevejos - lagartas e seus ovos;. moscas - lagartas, seus ovos e outras pragas;. coleópteros : lagartas e percevejos;. louva-a-Deus, joaninha e vespinhas - pulgões;. peixes – larvas de pernilongos;. fungos – larvas e nematóides;. garças – moluscos e insetos;. pica-pau – insetos;. tamanduá – formigas e cupins;
. outros animais que se alimentam de insetos – galinha d'angola, morcegos, lagartas, sapos, rãs, tatus e pássaros (andorinhas, anus, bem-te-vis, corruíras, beija-flor, e tesouras).

 . Manejo de pragas pela eliminação de hospedeiros naturais
    Muitas pragas são facilmente controladas desde que se elimine nas redondezas da culturas, as plantas que são seus hospedeiros naturais. Esses hospedeiros mantém e multiplicam as pragas durante todo o ano, mantendo o seu ciclo de vida. Uma vez eliminados os hospedeiros naturais, seu ciclo é quebrado e as pragas desaparecem. É o princípio de "matar o inseto-praga de fome".

 . Controle biológico
   Toda a praga possui inimigos naturais que dela se alimentam. O controle biológico usa inimigos naturais que possam causar a mortalidade da praga, ao ponto de controlá-la, e que possam, ao mesmo tempo ser manipulados pelo homem. Como exemplo pode ser citada a bactéria Bacillus thuringiensis que atua sobre várias larvas e lagartas, especialmente a broca das cucurbitáceas, a broca do fruto do abacaxi, a lagarta do maracujá, a broca grande, a broca pequena e a traça do tomateiro, o curuquerê da couve, a traça das crucíferas e a broca-das-figueiras. As bactérias atuam como "veneno estomacal" para as lagartas, inicialmente deixando de se alimentar para posteriormente morrerem. Entre os produtos vendidos comercialmente nas lojas agropecuárias, destaca-se o dipel.

 . Manejo de pragas e doenças com "inseticidas" e "fungicidas" caseiros
    Um dos princípios básicos da produção agroecológica de alimentos é a não dependência de insumos externos que, na sua grande maioria, são importados e custam caro. Daí a importância dos preparados caseiros à base de plantas, facilmente elaborados na propriedade.
  É importante ressaltar, no entanto, que plantas saudáveis produzidas em ambientes equilibrados, normalmente são menos atacadas por pragas e doenças. Por isso, recomenda-se utilizar esses produtos naturais, somente quando realmente for necessário. A maior parte das pragas ataca geralmente na primavera, estação do ano de fertilidade e de grande atividade na natureza. Elas causam vários danos nas plantas, além de favorecerem o surgimento de doenças, principalmente as fúngicas.
  Em matérias antigas já postadas neste blog em 13 e 22/12/2010, estão descritos os diversos produtos alternativos que podem serem preparados na propriedade.

Figura 8. Cavalinha-do-campo e urtiga: plantas medicinais utilizadas para a nutrição de plantas e que estimulam a resistência às doenças e pragas

 Figura 9. Camomila: planta medicinal usada no manejo de doenças fúngicas

Figura 10. Buganville, primavera ou maravilha: planta ornamental utilizada para o manejo do vírus vira-cabeça em tomateiro






quarta-feira, 21 de março de 2018

Aspargo as plantas curam (Asparagus officinalis)



Asparagus officinalis
Conheça o aspargo, uma hostaliça muito consumida em forma de conservas, na culinária mundial, possui excelentes benefícos para a saúde.

Descrição : Planta da família das Liliaceae, também conhecida como espargo, melindre, aspargo-hortense.

O aspargo já era cultivado pelos romanos e gregos na antiguidade, acreditando-se que os egípcios já o conheciam.

É uma planta vivaz de rizoma horizontal escamos, cilindráceo e carnoso, emitindo numerosas raízes adventícias fasciculadas, filiformes, cilíndricas, carnosas, brancas, de onde partem vários caules eretos, também cilíndricos, até glabros e ligeiramente glaucos.

A raiz é amarga, aperitiva, diurética, entrando ainda na composição do famoso xarope das cinco raízes.

Partes utilizadas : Sementes, raízes e brotos.

Origem : Nativo da maioria dos países europeus, norte da África e parte ocidental da Ásia, atualmente é encontrado em quase todos os países.

Indicações:

Gerais. acalmar palpitações, acne, afecções do coração, asma, baço, cicatrizar pequenos ferimentos, distúrbio cardíaco, estimular o crescimento dos cabelos, estômago, evitar vômito, fígado, hidropsia, hipertrofia do coração, icterícia, inchaços do fígado e do baço, mau funcionamento dos rins, obstruções das vísceras abdominais, palpitações.

Específicas. O folato encontrado no aspargo é importante para a prevenção de defeitos no tubo neural em mulheres grávidas, tais como espinha bífida no feto. Também diminui os níveis de homocisteína no sangue, um componente vinculado a doenças cardíacas, infartos e demência. Os antioxidantes podem proteger contra moléstias cardiovasculares e câncer.

Um estudo indicou a redução de riscos de degeneração macular na presença de dietas ricas em luteína. Esse estudo também sugere que os fruto oligossacarídeos são altamente benéficos, podem ajudar a diminuir a concentração de lipídios no sangue, tais como colesterol e triglicerídeos e também pode atuar como probiótico, um substância que promove o crescimento de bactérias saudáveis nos intestinos.

Princípios Ativos Gerais : Ácido ascórbico, ácido aspártico, ácido glutâmico, ácido linoleico, alanina, asparagina, asparagosídeo, asparasaponinas, cholina, coniferina, diosgenina, fenol, fitosterol, jamogenina, kaempferol, prolina, quercetina, rutina, sarsapogenina, tiamina, tocoferol, folato, riboflavina, zeaxantina, cálcio, ferro, fósforo, potássio, sódio, cobre, enxofre, iodo, magnésio, manganês e zinco.

O aspargo branco possui um conteúdo menor de betacaroteno e luteína do que a variedade verde.

Princípios Ativos por Partes :

- planta: alfa-caroteno, asparasaponins, luteína, sinistrin, água, zeaxanthin;

- rizoma: alfa-aminodimethyl-gama-butyrothetin, colina, frutose, mannan, pseudoasparagose, sacarose;

- raiz: inulina, kaempferol, officinalisin-ii, quercetin, rutina; - semente: alanina;

- parte aérea: 22-spirostan-3beta-ol, 4-vinylguaiacol, 4-vinylphenol, ácido alfa-linolenic, alumínio, arginina, arsênico, ácido ascórbico, cinzas, asparagina, asparagosides, asparagusic-acid, ácido aspártico, bário, beta-caroteno, cádmio, cálcio, carboidrato, cromo, cobalto, coniferin, cobre, cyanidin-3,5-diglucoside, cyanidin-3-monoglucoside, cyanidin-3-rhamnosylglucoside,cyanidin-3-rhamnosylglucosylglucoside, cystine, diosgenin, gordura, fibra, filicinins “A” e “B”, glicose, glutamic-acid, glicina, filicinosides “C” e “D”, ácido fólico, guaiacol, histidina, inositol, ferro, isoleucina, jamogenin, kilocalorias, ácido láurico, chumbo, leucina, ácido linoleico, lítio, lisina, m-cresol, magnésio, manganês, mercúrio, metionina, molibdênio, mufa, ácido miristico, niacina, níquel, o-cresol, ácido oleico, p-cresol, paeonidin-3-glucosylrhamnosylglucoside, paeonidinrhamnosylglucoside, ácido palmítico, ácido palmitoleico, pantothenic-acid, pentosans, penol, penilalanina, philothion, fósforo, fitosterol, potássio, prolina, proteína, pufa, rhamnose, vitamina B1 e B12, sarsapogenin, selênio, serina, sfa, prata, sódio, ácido esteárico, estrôncio, ácido sucínico, açúcar, enxofre, treonina, titânio, vitamina E, triptofano, tirosina, valina, vanádio, zinco, zircônio.

Propriedades medicinais: O aspargo é uma excelente fonte de vitaminas A, C, e K, bem como de folato, riboflavina e tiamina, ele é rico em fibras e nos minerais de manganês, cobre e potássio. Um porção de aspargo representa uma grande fonte de antioxidante, pois contém tanto betacaroteno e luteína. O aspargo também é rico em componentes conhecidos como fruto oligossacarídeos, um tipo de fibra solúvel.

Contraindicações/cuidados: Não empregado quando de inflamação das vias urinárias, pois irrita as membranas da mucosa; deve ser evitado por pessoas que sofrem de Blenorragia , de afecções das vias urinárias, exceto em casos de cálculos urinários, gota, litíase e reumatismo; pessoas com histeria, pois pode causar agitação e insônia; não ingerir os frutos pois contém grande concentração de saponinas tóxicas. Pode precipitar uma crise de gota; as brotações, se comidas cruas, podem desencadear reações alérgicas em pessoas sensíveis.


Aspargo

Modo de usar:

- raiz: obstruções das vísceras abdominais, mau funcionamento dos rins e icterícia;

- sementes: inchaços do fígado e do baço e para evitar vômito;

- decocto das raízes: diuréticas e sedativas, doenças do fígado, do baço e do estômago, hidropisias, distúrbios cardíacos, hipertrofia do coração, acalmar palpitações;

- extrato: 1 a 4 g por dia: diurético;

- xarope: moer uma porção de pontas de aspargo frescas e decantar o sumo, filtrar em papel adequado.

Adicionar um quilo e meio de açúcar para cada quilo de sumo, deixar cozinhar em banho-maria até adquirir a consistência de xarope.

Conservar em garrafas hermeticamente fechadas, tomando 5 colheres, das de sopa, pela manhã e à noite: diurético;

- decocção de 50 g de raízes de aspargo em um litro de água, deixar em repouso até esfriar. Tomar três cálices por dia, entre as refeições principais, sem adoçar: doenças do coração;

- decocção de 40 g de raízes de aspargo em três quartos de litro de água. Beber pela manhã, em jejum, e durante todo o dia: hidropisia, obesidade, pessoas nervosas e excitáveis, diurético, sedativo; afecções do fígado, estômago e rins; palpitações cardíacas.

Contraindicações/cuidados: Inflamação das vias urinárias.

Efeitos colaterais: Pode precipitar uma crise de gota; podem desencadear reações pessoas sensíveis. A ingestão de talos produz um odor pungente característico na indivíduos dentro de poucas horas.

quinta-feira, 15 de março de 2018

Cultivo de Hortaliças Orgânicas (parte 4)



 O manejo adequado do solo através das matérias postadas recentemente neste blog (parte I, II e III) proporciona o aumento da resistência das culturas às pragas e doenças e às mudanças impostas por adversidades climáticas (ex.:estiagens e chuvas intensas). Normalmente, quando se considera o solo como um "organismo vivo" e tratando-o com métodos ecologicamente corretos, associados ao uso de práticas preventivas, não ocorrem doenças e pragas. Estas quando surgem, são um sinal de desequilíbrio e indicam problemas no manejo do solo. A ocorrência de insetos-pragas e doenças são a conseqüência e não a causa do problema. Por isso, em agricultura orgânica tratam-se as causas para que os resultados sejam os mais duradouros e equilibrados possíveis. Por outro lado, quando se pratica a agricultura moderna que prioriza o uso da monocultura (cultivo de apenas uma espécie), o uso intensivo de mecanização, adubos químicos e agrotóxicos em solos desequilibrados, favorecem o surgimento de inúmeras pragas e doenças que, se não forem controladas, podem prejudicar parcialmente ou totalmente a produção de alimentos e, o que é pior, contaminam o solo, rios, lagos, córregos, e ainda trazem sérias consequências à saúde do agricultor e consumidor.

.Reconhecimento das principais doenças, pragas e plantas espontâneas
Normalmente, quando se considera o solo como organismo vivo, realizando-se práticas ecologicamente corretas associadas ao uso de cultivares resistentes e ao manejo preventivo, não ocorrem maiores problemas com doenças, pragas e plantas espontâneas.
Em solos desequilibrados nos aspectos químicos, físicos e biológicos podem ocorrer, eventualmente, durante o ciclo das hortaliças (desde a emergência até à colheita), doenças, pragas e plantas espontâneas que prejudicam o crescimento das plantas e a qualidade do produto. Para se fazer o manejo correto das doenças, pragas e plantas espontâneas é muito importante, em primeiro lugar reconhecê-las. As principais doenças são:
.Fungos (Figuras 1 e 2) e bactérias (Figura 3): provocam o aparecimento de pintas ou manchas nas folhas, hastes e frutos, podendo causar o secamento, apodrecimento, murchamento e morte das plantas.
.Vírus (Figura 4): transmitidos por sementes e insetos, causam o amarelecimento, encrespamento, engruvinhamento e deformação de folhas, afetando o desenvolvimento das plantas.
.Nematóides: são pequenos vermes, invisíveis a olho nú, que provocam a formação de nódulos nas raízes, amarelecimento e murchamento das plantas.

Figura 1. Tomateiro com requeima: doença causada por fungo
 Figura 2. Oídio: doença do feijão-de-vagem e cucurbitáceas causada por fungo
 Figura 3. Podridão negra: doença das brássicas causada por bactéria
 Figura 4. Tomateiro com virose (vira-cabeça) transmitida por tripes

    As pragas, a exemplo das doenças, também se tornam um problema mais sério quando há um desequilíbrio ecológico no sistema onde a planta está inserida. Outras situações que podem favorecer o seu surgimento, são os desequilíbrios térmicos, excesso ou escassez de adubos e água e insolação inadequada. A maior parte das pragas ataca geralmente na primavera e no verão. Elas causam vários danos nas plantas, além de favorecer o surgimento de doenças, principalmente as fúngicas. 

    As principais pragas são:
. Lagarta rosca: corta as hastes das plantinhas rente ao solo. São escuras, com 3 a 5cm de comprimento, enroscam-se quando tocadas e, durante o dia, ficam escondidas no solo próximo à planta cortada.
. Lagarta das folhas: comem as folhas (Figura 5). Em geral, são esverdeadas e apresentam listas pretas no dorso com 3- 5cm de comprimento.
. Brocas: os adultos são pequenas borboletas que põem os ovos nas plantas (tomate – Figura 6, pepino – Figura 7 e abóbora), originando, depois de três dias, pequenas lagartas que se introduzem nos frutos em formação.
. Traças: os adultos são pequenas borboletas que põem os ovos nas plantas originando lagartas medindo em torno de 7 mm. Perfuram os brotos terminais e formam galerias nas folhas (tomate), perfuram os frutos (tomate) e os tubérculos (batata).
. Pulgões (Figura 8): sugam a seiva, provocam o engruvinhamento das folhas e transmitem doenças viróticas. São pequenos insetos (2 a 4mm) marrons, cinzas, esverdeados ou pretos que vivem em colônias,especialmente nas brotações novas, nas folhas mais tenras e nos caules, sugando a seiva e deixando as folhas amareladas e enrugadas. Os períodos mais favoráveis ao surgimento dos pulgões, que se multiplicam com rapidez, são a primavera, o verão e o início do outono. Precisam ser controlados logo que notados, pois multiplicam-se com rapidez.
. Ácaros: sugam a seiva e provocam o encarquilhamento e descoloração das folhas. São invisíveis a olho nu e vivem em colônias no lado inferior das folhas novas. O ataque é notado pela presença de teias.
. Vaquinhas: na fase adulta (Figura 9) são pequenos besouros de cores variadas, alaranjados ou verdes com manchas amarelas que comem as folhas e causam maiores prejuízos no início do desenvolvimento das plantas. A fase de larva (Figura 9) causa também graves prejuízos tombando as plantinhas recém emergidas e furando raízes e tubérculos.
. Tripes: raspam as folhas, deixando pequenas manchas brancas. São insetos pequenos (3 mm de comprimento) que vivem em colônias nas folhas novas ou nos locais mais escondidos.
. Cochonilhas: são insetos minúsculos, geralmente marrons ou amarelos, que alojam-se principalmente na parte inferior das folhas e nas fendas. Além de sugar a seiva da planta, liberam uma substância pegajosa que facilita o ataque de fungos.
. Minadores (Figura 10): minam as folhas, hastes e frutos formando galerias. São pequenas larvas de diversas espécies de insetos. Os adultos são pequenas moscas (1 mm de comprimento).
. Moscas brancas: são insetos pequenos e, como diz o nome, de coloração branca. A presença é fácil de notar, pois diante de uma planta infestada se observa uma pequena revoada de minúsculos insetos brancos. Costumam localizar-se na parte inferior das folhas, onde liberam um líquido pegajoso que deixa a folhagem viscosa e favorece o ataque de fungos. Alimentam-se da seiva da planta. As larvas desse inseto, praticamente imperceptíveis, também alojam-se na parte inferior das folhas e, em pouco tempo, causam grande infestação.
. Lesmas e caracóis: danificam as folhas e as raízes de plantas tenras. Preferem terrenos úmidos e atacam, principalmente, à noite e em dias chuvosos.
. Formigas: as formigas cortadeiras são as que mais causam estragos. Elas cortam as folhas para levá-las ao formigueiro, onde servem de nutrição para os fungos, os verdadeiros alimentos das formigas.
. Grilos: cortam as plantinhas ainda pequenas à noite e se escondem em tocas profundas no solo, especialmente quando esse não é revolvido a cada cultivo (plantio direto).



Figura 5. Danos de lagartas em repolho
Figura 6. Broca pequena do tomateiro (Foto: Juarez José Vanni Muller)
Figura 7. Danos da broca das cucurbitáceas em pepino (Foto: Áurea Teresa Schmitt)
 Figura 8. Ataque intenso de pulgões em repolho
 Figura 9. Vaquinha (patriota): fase adulta e de larva (Foto:José Maria Milanez)
 Figura 10. Larva minadora atacando folhas de feijão-de-vagem (Foto:Honório Francisco Prando)

    Nem todos os insetos são pragas das hortaliças. Existem insetos que são benéficos às plantas, pois agem como inimigos naturais dos insetos-pragas. A joaninha, inimigo natural de pulgões e cochonilhas, é um dos exemplos mais conhecido de inseto benéfico para as plantas. Além das aves, as pequenas vespas são inimigas naturais das lagartas em geral.
    As plantas espontâneas ou indicadoras, chamadas de plantas "daninhas", no cultivo convencional, são consideradas plantas "amigas" no sistema de produção orgânico, depois do período crítico de competição (fase inicial de desenvolvimento dos cultivos), pois além de cobrirem o solo e reduzir a erosão indicam problemas no solo.
     As plantas espontâneas de maior dificuldade de manejo são aquelas que se propagam por rizomas, raízes, tubérculos e bulbos. Para essas, as capinas têm pouco efeito, uma vez que ao cortá-las, deixa-se no solo, justamente o meio de propagação e disseminação da planta espontânea (exemplo:a cebolinha da tiririca).
Clique na imagem para visualizar em tamanho maior.
Tabela 1. Algumas espécies de vegetação espontânea consideradas como plantas
"indicadoras" ou plantas "amigas".




quarta-feira, 7 de março de 2018

ARTEMÍSIA, As plantas curam (Artemísia vulgaris)



Artemísia vulgaris

Essa planta nativa das regiões de clima temperado da Europa,, tem seu nome dedicado a deusa Artêmis, possui muitas propriedade medicinais.

Descrição : Planta da família das asteraceae, também conhecida como camomila-do-campo, artemija, artemísia-verdadeira, erva-de-são-joão e Matricária.

Herbácea cuja altura varia entre 60 e 120 cm, de folhas verde claras, penadas e de flores amarelados que brotam do caule, de cor avermelhada.

É uma planta pubescente e anual, de até 1,20 m de altura.

Folhas alternas, de cor verde na parte de cima e prateada em baixo, profundamente divididas.

Flores em capítulos pequenos amarelados, todas tubulosas e glanulosas.

Habitat: Europa, Norte da África e Ásia Central. Todo o Brasil menos Amazônia.

História: Faz parte das farmacopeias chinesa e homeopática.

É usada para a preparação de lã na técnica de Moxabustão.

Origem : Europa, norte da África e Ásia Central. Dá-se bem no Brasil todo, com exceção da Amazônia.

Modo de conservar : A planta toda deve ser seca à sombra, em lugar arejado e sem umidade, e após guardada em sacos de papel ou de pano.

Plantio :

Multiplicação: por estacas ou ramos e estolões com gemas;

Cultivo: planta de origem europeia de adaptação cosmopolita. Planta-se no início do período chuvoso até o outono. Não exige solos, mas desenvolve-se melhor em solos adubados, arejados e com irrigação;

Colheita: colhem-se as folhas no período da floração, as raízes o ano todo.

Propriedades medicinais : emenagoga, aperitiva, colagoga, vermífuga, analgésica, antiespasmódica e anticonvulsivante.

Indicações : É muito conhecida e usada nos problemas menstruais, em casos de dispepsia, astenia, epilepsia, Parasitas do couro cabeludo; Escaras; Verminoses: lombrigas e oxiúros; Broncodilatadora nas amas e expectorantes.

Princípios Ativos : ácido antêmico, ácido fórmico, 0ácido isobutírico, ácido isovalérico, ácido málico, ácido succínico, ácido tânico, adenina, aldeído cumínico, aromadendrino, artemisina, artemose, borneol, cadineno, canfeno, cânfora, cimeno, cineol, colina, cumarina, estigmosterol, estragole, fechona, felandreno, fenol, fernerol, inositol, lamirina, limoneno, linalol, pineno, princípios amargos, quebrachitol, rutina, sabineno, sacarídeos, santonina, saponinas, sitosterol, taninos , tauremisina, terpineno, terpinoleno, terpineol, tujonabutiraldeído, tuiona.

Modo de Usar :

- pó: misturar em 20 m g de pó de raiz seca, um pouco de açúcar. Fazer de hora em hora, aumentando a dose até 100 mg: convulsões;

- pó: misturar 150 m g de pó de raiz seca em 30 g de açúcar. Tomar 4 vezes ao dia: epilepsia;

- infusão de 30 g de flores e folhas secas, em 1 litro de água fervente. Adoçar e beber em jejum 1 xícara pela manhã, nos 4 a 5 dias que antecede a menstruação: menstruação difícil. Beber 3 xícaras ao dia da infusão acima descrita, durante o período menstrual: menstruação dolorosa. Dose máxima diária: 200 ml.;

- infusão de 15 g de folhas e/ou flores em um litro de água. Utilizar 2 a 4 xícaras por dia;

- infusão de 1 colher das de sopa em 1 litro de água quente. Cobrir e deixar macerar por 10 minutos. Tomar 1 xícara de chá após as refeições: digestivo;

- infusão de 1 colher das de chá de folhas em 1 xícara das de chá de água quente. Cobrir e deixar macerar por 5 minutos. Tomar 2 a 3 xícaras das de café ao dia: cólicas menstruais;

- decocção de 2 colheres das de sopa de flores em ½ litro de água. Ferver por 1 minuto. Deixar macerar por 15 minutos. Tomar 2 xícaras das de chá ao dia, ao levantar e ao deitar: tônico circulatório;

- decocção uma colher das de sopa de raízes em ½ litro de água. Ferver durante 15 minutos. Tomar ½ xícara, 4 vezes ao dia: calmante e antiespasmódico; Uso externo:

- decocção sobre forma de compressas quentes, 1 a 3 vezes ao dia;

- suco fresco, sob forma de fricções locais, 1 a 3 vezes ao dia;

- extrato fluido: dose máxima diária: 5 ml;

- compressa: utilizar o decocto ou o suco das folhas e/ou raízes, externamente, no reumatismo;

- repelente: os raminhos secos são colocados em armários e estantes como repelentes de traças.

Toxicologia : Suprime a lactação de lactantes.

Precauções: Não deve ser usada durante o período menstrual

Efeitos colaterais: Raros casos de dermatite de contato foram relatados

Posologia: 3g de folhas frescas ou 1,5g de planta seca (1 colher de chá para cada xícara de água) em infuso ou decocto leve em uso interno, 1 vez ao dia pela manhã para distúrbios menstruais durante 1 semana antes do período menstrual; 5ml de tintura diluída em água 2x ao dia antes das principais refeições;

O mesmo chá poderá ser usado como tônico estomacal 2x ao dia 30 min antes das principais refeições;

O vinagre medicinal preparado com 10g de rizomas frescos (2 colheres de sopa para cada 200ml de vinagre branco) pode ser usado como enxágue dos cabelos ou como compressa em escaras;

O sumo das folhas pode ser usado em fricções sobre articulações afetadas por dores e reumatismos; Com a planta seca prepara-se o bastão e a lã de Moxa - usados em Acupuntura - para a fumigação sobre os pontos meridianos e áreas dolorosas.

CHÁ DA ARTEMÍSIA

Modo de preparar

Colocar 10 a 15 folhas em uma xícara das de chá.

Adicionar água fervente.

Cobrir.

Deixar esfriar.

Coar.

Quando e corno usar

Indicação: Dores de estômago, dores menstruais.

Modo de usar: Tomar uma xícara de chá duas ou três vezes ao dia.

contraindicação

O chá deve ser evitado na gravidez ou lactação.

EXTRATO ALCÓOLICO DA ARTEMISIA

Planta medicinal: Artemísia (Artemísia vulgaris)

Material utilizado : As folhas e flores secas da artemísia e álcool de cereais a 70%.

Modo de preparar o extrato alcoólico da artemísia:

1)  Colocar em um recipiente apropriado, com tampa hermética, duas colheres das de sopa de folhas e flores secas picadas da artemísia.

2)  Adicionar uma xícara das de chá de álcool de cereais a 70%.

3)  Deixar em maceração por no mínimo uma semana.

4)  Filtrar em coador de papel.

5)   Armazenar em um vidro escuro, ao abrigo de luz solar.

Quando e como usar o extrato alcoólico da artemísia

Indicação: Cólicas menstruais.

Modo de usar: Tomar uma colher das de café do extrato; coólico, diluído em meio copo d'água, duas a três vezes; dia. Repetir o tratamento pelo tempo necessário ao alívio

Indicações : Gases estomacais, flatulência.

Modo de usar: Tomar uma colher das de café do extrato; alcoólico, diluído em meio copo d'água, duas a três vezes ao dia. Repetir o tratamento pelo tempo necessário à cura,

Indicação: Má digestão.

Modo de usar: Tomar uma colher das de café do extrato alcoólico, diluído em meio copo d'água, após as principais refeições. Repetir o tratamento pelo tempo necessário à cura.

Contraindicações : Na gravidez, na lactação, para cria em geral e pessoas sensíveis às substâncias presentes na artemísia. Em altas doses pode provocar tremores, vertigens e sonolência.


sábado, 24 de fevereiro de 2018

Cultivo de Hortaliças Orgânicas (Parte 3)



Além das recomendações gerais para o sucesso no cultivo de hortaliças orgânicas já abordadas em matérias recentes postadas neste blog (Parte I e II), trataremos a seguir de outras também muito importantes tais como, irrigação e inúmeras outras práticas culturais.

. Irrigação ou rega
  O cultivo de hortaliças sem complementação de água de boa qualidade, através da irrigação, é praticamente, impossível. As hortaliças, por terem ciclo curto, sofrem mais que outras espécies com pequenos períodos de estiagem. Embora ocorram precipitações pluviais mensais consideradas suficientes para desenvolvimento das hortaliças, essas são irregulares, especialmente no Sul do Brasil. Além disso, a maioria das hortaliças são exigentes, pois apresentam em sua composição mais de 85% de água.
  A qualidade da água é muito importante, pois grande parte das hortaliças são consumidas cruas. Caso não seja água potável, recomenda-se fazer a análise da mesma, mesmo sendo oriunda de uma fonte natural, pois pode estar contaminada com alto teor de coliformes fecais.
  A frequência, o tipo de irrigação e a quantidade de água a aplicar dependem basicamente da espécie cultivada, do tipo de solo, do clima, das práticas culturais e do estádio de desenvolvimento das plantas. 
O sistema de irrigação mais usado numa horta doméstica, comunitária ou escolar é através da aspersão. Havendo reservatório de água, pode-se utilizar mangueiras com jatos finos ou adaptadas a microaspersores. 
   O ideal é utilizar sistema de irrigação que produz gotas pequenas, formando uma espécie de neblina, evitando-se assim que, as plantinhas recém emergidas ou transplantadas sofram danos, além de evitar a formação de uma crosta endurecida no solo. Outra forma muito prática e barata de irrigar é através do sistema "santeno" (Figura 1) que consiste numa mangueira de plástico, perfurada com raios laser e resistente à exposição ao sol. A mangueira deverá ser conectada à uma mangueira comum e essa a uma torneira, produzindo uma neblina fina, resultando em irrigação ideal. Com essa mangueira, encontrada em lojas especializadas, deve-se evitar a irrigação quando houver ventos.


Figura 1. Microaspersão com a mangueira "santeno II": ideal para pequenas hortas, especialmente para hortaliças-folhosas e plantas no início de desenvolvimento

   Em geral, logo após a semeadura e o transplante são necessárias irrigações diárias tomando-se o cuidado de utilizar regadores ou mangueira com esguichos finos para não enterrar demais as sementes ou as mudas. A terra deve ser molhada até à profundidade em que se encontra a maioria das raízes. A maior parte das raízes das hortaliças em pleno desenvolvimento alcança a profundidade de 15-20 cm.
    Para hortaliças-folhosas é aconselhável irrigar diariamente, caso não chova, durante todo o ciclo das plantas para se obter folhas tenras.
   Para hortaliças-frutos, à medida que as plantas forem crescendo, a irrigação pode ser espaçada de três em três dias até o final da colheita, caso não chova o suficiente; o mesmo intervalo de irrigação pode ser utilizado para as hortaliças-raízes, dispensando-a quando já estiverem em condições de serem colhidas.
   Sempre que possível, para as espécies pertencentes à família das solanáceas, que têm maiores problemas de doenças, deve-se evitar que a folhagem das plantas passem a noite molhada, preferindo-se a irrigação pela manhã, quando o sistema for por aspersão. A irrigação por sulcos (Figura 2) e por gotejamento são ideais para essas espécies.


Figura 2. Irrigação por sulcos: método adequado para o tomateiro

   Uma indicação prática, aproximada, da necessidade de irrigação pode ser obtida quando um punhado de terra apertado na palma da mão formar um conjunto coeso e úmido ("bolo"), o que significa que ela apresenta boas condições de umidade. É importante após a irrigação, esperar um pouco para que a água se infiltre, observando-se, depois, a profundidade atingida pela mesma.

. Desbaste ou raleamento
   Consiste na eliminação do excesso de plantas semeadas diretamente no canteiro, nas covas e nos recipientes. Na semeadura direta em canteiro, recomenda-se o desbaste quando as plantinhas estiverem com 5 a 8cm de altura, deixando-se as mais vigorosas, no espaçamento adequado. Para algumas espécies, como a beterraba, pode-se aproveitar as melhores mudas descartadas durante o desbaste para transplantar em outro canteiro.

. Capinas e escarificações
  As plantas espontâneas competem com as espécies cultivadas por luz, água e nutrientes, especialmente nos primeiros 30 dias. Por isso, é muito importante a retirada das mesmas ainda pequenas com a enxada, sacho ou, manualmente. Após o período crítico, as plantas espontâneas nas entrelinhas são consideradas "plantas amigas" pois ajudam a manter a umidade no solo e evitam a erosão do solo.

  Cobertura do canteiro com papel (Figura 3): para retardar a emergência das plantas espontâneas, logo após a semeadura das hortaliças, recomenda-se após o preparo do canteiro, a cobertura com folhas de papel jornal (sem impressão colorida) ou papel pardo e sobre esse 2 cm de composto orgânico peneirado. Posteriormente, procede-se abertura do sulco, a semeadura e a cobertura das sementes.


Figura 3. Uso de jornal no manejo de plantas espontâneas (à esquerda, cenoura cultivada com jornal ; à direita, sem jornal )

   Mesmo que não haja plantas espontâneas, recomenda-se o uso de enxada ou sacho nas linhas de cultivo para escarificar (revolvimento superficial do solo), com objetivo de evitar a formação de crosta na superfície, especialmente após chuvas torrenciais. A camada de solo superficial endurecida, além de impedir a penetração da água da chuva ou da irrigação, favorece a erosão do solo. A escarificação deve ser feita quando as plantas estiverem no início do desenvolvimento vegetativo e com o solo úmido para não danificar as raízes. Quando as plantas espontâneas das entrelinhas estiverem competindo por luz com as plantas cultivadas, recomenda-se roçar com foice ou roçadeira manual, ou simplesmente tombá-las.
  A cobertura morta, prática de colocar capim ou palha seca nas entrelinhas, reduz a freqüência de capinas, escarificações e irrigação.

. Adubação de cobertura
  Em solos com baixa teor de matéria orgânica (menos de 2%) é muito importante essa prática, especialmente nas hortaliças folhosas. No entanto, deve-se evitar o uso exagerado de adubos nitrogenados tais como estercos de animais não curtidos, pois podem salinizar o solo e prejudicar a qualidade das hortaliças. Quando aplicados em excesso, podem causar a metahemoglobinemia em crianças, moléstia resultante da ingestão de nitritos (produzidos a partir de nitratos) que reagem com a hemoglobina, reduzindo a sua capacidade de carregar oxigênio. Além disso, os nitritos participam de reações formadoras de compostos cancerígenos.
   Recomenda-se como fonte de macronutrientes e micronutrientes o composto orgânico (ver como preparar o composto orgânico em matéria antiga postada neste blog), esterco de animais curtido, biofertilizantes caseiros, chorumes de estercos e de composto orgânico e outros produtos facilmente elaborados na propriedade.
Esterco de animais curtido
   O esterco proveniente de gado sobre pastagem onde se aplicou herbicidas não pode ser utilizado na produção de hortaliças. O esterco de aves, especialmente quando utilizado em excesso, têm efeito negativo sobre as características físicas do solo (desagrega e compacta). Por ter muito ácido úrico, têm um efeito semelhante a uréia, reduzindo a resistência das plantas e até queimando as mesmas (caso não esteja curtido), além de acidificar o solo. Deve ser utilizado em pequenas quantidades por aplicação e bem incorporado ao solo(no máximo 0,5 kg/m2 ).
Biofertilizantes/chorumes
   Como o nome já diz, é um fertilizante vivo, cheio de microorganismos, responsáveis pela decomposição da matéria orgânica, pela produção de gás e pela liberação de antibióticos e hormônios. Pode-se fazer biofertilizantes somente com esterco e água (chorume) ou ainda com qualquer tipo de material verde fermentado na água. Pode-se enriquecê-lo com alguns minerais (fosfato natural), com calcário e/ou cinzas, leite, caldo de cana ou melado. Os biofertilizantes são líquidos e podem ser usados no solo, com auxílio de regadores, ou em tratamentos foliares, utilizando-se o pulverizador, com objetivo de complementar a nutrição das plantas.
   O biofertilizante, além de alimentar, protege a planta agindo como defensivo. Esta "defesa" pode ser ocasionada por diversos fatores: a) Se a planta é bem nutrida, tem mais resistência e mais condições de se defender de algum ataque de insetos, fungos, bactérias, etc. b) Como o biofertilizante é um produto vivo, os microorganismos podem reduzirem a atuação do que está atacando a planta e repelir e/ou destruir ou paralisar a ação desses elementos.
   A seguir serão descritos o modo de elaborar alguns dos biofertilizantes mais simples, bem como a dosagem de uso dos mesmos. São os mais fáceis de elaborar, de baixo custo, que fornecem nitrogênio. São utilizados especialmente para fertilizar mudas em bandejas ou plantas recém transplantadas ou plântulas em estádios iniciais de crescimento, cujas raízes ainda não possuem bom desenvolvimento.
Chorume de composto orgânico

   Modo de preparar: deve-se deixá-lo secar à sombra e peneirá-lo. Deve ser colocado em saco permeável amarrando a boca do mesmo, para evitar entupimento do regador ou do pulverizador. O composto orgânico (33 l) deve ser colocado em um tonel de 200 l completando com 67 l de água. Sacudir bem o saco e deixar descansar por 10 minutos. Pode ser utilizado puro sobre as plantas ou no solo com regador ou pulverizador (Fonte: Souza, 2003).

Chorume de esterco fresco de animais
Modo de preparar: deve-se colocar no tonel de 200 l, um saco de esterco de aves ou de gado na proporção de 1:2 e 1:1, respectivamente, amarrando-se a boca e completando com água, deixando de molho por quatro a sete dias. É um adubo líquido fermentado. Para aplicação, deve-se diluí-lo em água utilizando-se um (esterco de aves) ou dois litros (esterco de gado) de chorume por regador, completando-se com água para regar o solo.

 Biofertilizante 1
   Modo de preparar: 1/3 de esterco fresco de gado para 2/3 de água, 5 kg de cinzas e 5 kg de fosfato natural para 200 l. Para melhorar a fermentação pode ser adicionado garapa, leite, melaço ou açúcar mascavo na quantidade de 1 a 5 kg ou litros. Deixar curtir uma semana e diluir na proporção de 1 litro de chorume para 10 l de água na hora de aplicar, o que deve ser feito na terra e não nas folhas, com mangueira ou regador, uma vez por mês e de preferência no final da tarde.
Biofertilizante 2 (uréia natural)

   Modo de preparar: colocar 40 kg de esterco de bovino fresco, 3 a 4 litros de leite fresco ou colostro,10 a 15 litros de caldo de cana ou 4 a 5 litros de melado, 200 litros de água e 4 kg de fosfato natural numa caixa de água, misturando-os bem. Deixar fermentar durante 15 dias, mexendo uma vez ao dia. Depois de pronto, diluir 1 litro do biofertilizante em 3 litros de água para regar a planta e o solo.
Obs.: essa receita após misturada em água, proporciona 800 litros de adubo líquido.
Água de cinza e cal (fertiprotetor de plantas): é um produto ecológico obtido pela mistura de água, cinza e cal (para preparar, ver matéria postada neste blog em 22/12/2010). Essa mistura contém expressivos teores de macro (Ca, Mg e K) e micronutrientes, atuando como adubo foliar em cobertura e estimulando a resistência das plantas às doenças fúngicas e bacterianas. (Fonte: Claro, 2001).
Manipueira: é um líquido de aspecto leitoso e de cor amarelo-claro que escorre de raízes carnosas da mandioca, por ocasião da prensagem das mesmas, para obtenção da fécula ou da farinha. É, portanto, um subproduto da mandioca que fisicamente se apresenta na forma de suspensão aquosa e, quimicamente, como uma miscelânea de compostos que podem servir como adubo antes da semeadura/plantio e em pulverizações foliares. Além de ser utilizada como inseticida, acaricida, nematicida, fungicida e bactericida, a manipueira contém todos os macro e micronutrientes, com exceção do molibdênio, necessários à nutrição das plantas.
   Na fertilização do solo, utilizar manipueira (1:1), aplicando na linha de cultivo, com auxílio de regador, 2 a 4 litros da diluição por metro de sulco. A aplicação deve ser antes da semeadura/plantio, devendo o solo ficar em repouso por oito ou mais dias e, posteriormente revolver levemente o solo que compõe e margeia a linha de cultivo, antes de proceder a semeadura/plantio. Na fertilização foliar, as diluições mais apropriadas são 1:6 e 1:8.

.Tutoramento ou estaqueamento é feito com bambu para algumas hortaliças como ervilha torta, tomate, feijão-de-vagem, pepino, maxixe, pimentão e chuchu, para evitar o crescimento em contato com a terra, facilitar a aeração e a insolação e evitar a quebra de ramos. No tutoramento tradicional do tomateiro é muito utilizado o sistema cruzado ou em "V" invertido que tem como desvantagem a formação de um túnel úmido que favorece a ocorrência de doenças foliares e de pragas e dificulta os tratamentos fitossanitários. Em função disso, o tutoramento vertical em que as plantas são conduzidas perpendicularmente ao solo, é o mais recomendado para o tomateiro (Figura 4), pois além de melhorar a distribuição solar e a aeração, aumenta a eficiência dos tratamentos fitossanitários através da pulverização dos dois lados das plantas.


Figura 4. Tutoramento vertical: sistema de condução de plantas mais indicado para o tomateiro


Figura 5. Tutoramento em ziguezague: sistema alternativo para o tomateiro que melhora a ventilação das plantas, facilita os tratos culturais e reduz a ocorrência de doenças


 Figura 6. Tutoramento na cultura do chuchu (sistema latada)

. Amarrio consiste em amarrar as plantas nas estacas, sem estrangular, para seu melhor apoio, prática indispensável para a cultura do tomate.

. Desbrota é a eliminação dos brotos que saem das axilas das folhas ou da haste de algumas espécies como o tomate.


Figura 7. Desbrota em tomateiro

. Amontoa (Figura 8) consiste em chegar terra junto às plantas, para melhorar sua fixação ao solo e, no caso da batata, serve ainda para evitar que os tubérculos se desenvolvam fora da terra, favorecendo o seu esverdeamento (Figura 9). Uma boa amontoa (cerca de 20cm de altura) reduz os danos de insetos que perfuram e depreciam os tubérculos.


Figura 8. Amontoa na cultura da batatinha


Figura 9. Batatas esverdeadas: resultado da amontoa inadequada