google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 VIDA NATURAL

ANUCIOS

sábado, 7 de outubro de 2017

Cultivo Orgânico de Alface



 A alface (Lactuca sativa L.), hortaliça folhosa de maior aceitação pelo consumidor brasileiro, pertence à família botânica das asteraceae, assim como o almeirão ou radiche e chicória. Esta hortaliça é boa fonte de vitaminas e sais minerais, destacando-se a vitamina A, indispensável para a saúde dos olhos, da pele e dos dentes. A alface é altamente perecível. Por este motivo é produzida nos cinturões verdes dos grandes centros consumidores, constituindo-se para muitos produtores ótima fonte de renda e retorno rápido do investimento.        
  Por ser consumida crua, na forma de salada e apresentar rápido ciclo vegetativo (30 a 45 dias), o cultivo orgânico (sem agroquímicos) de alface é essencial para garantir a saúde do agricultor, do consumidor e, também preservar o meio ambiente. Pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, com 20 espécies de frutas e hortaliças em 26 estados no Brasil, revelou que, das 138 amostras coletadas de alface em 2009, nos maiores centros consumidores do país, 38,4% apresentaram resíduos de agrotóxicos, especialmente, os não autorizados para a cultura. Considerando que na alface, praticamente, não há problemas com pragas e doenças, estes resultados são muito preocupantes. Chama a atenção a quantidade de amostras contaminadas com metamidofós, que além de ser proibida em vários países, a substância está sendo reavaliada pela Anvisa, pois é um dos ingredientes ativos com alto grau de toxicidade aguda contribuindo para os problemas neurológicos, reprodutivos, de desregulação hormonal e até câncer. Mas os riscos ao meio ambiente e ao consumidor que causa o sistema de produção convencional de alface, não param por aí! Os adubos químicos mais utilizados no cultivo de alface são hidrossolúveis (altamente solúveis em água), especialmente quando utilizados em excesso como os nitrogenados (uréia e outros) e, em condições de chuvas intensas e freqüentes, vão parar nos rios, córregos, lagos e poços, contaminando-os. Além disso, os adubos químicos podem contaminar a alface, provocando o acúmulo de nitratos e nitritos nos tecidos das plantas. O nitrato ingerido passa a corrente sanguínea e reduz-se a nitritos que, combinado com aminas, forma as nitrosaminas, substâncias cancerígenas e mutagênicas.

Recomendações técnicas

.Escolha correta da área e análise do solo: áreas com boa drenagem e sem sombreamento, não cultivadas seguidamente com alface, almeirão e chicória. A análise do solo com antecedência é muito importante. 

.Épocas de plantio e cultivares: a alface é uma hortaliça tipicamente de inverno, mas foi adaptada para cultivo também no verão. 
Cultivo de outono/inverno - todas as cultivares, em geral, apresentam neste período bom desempenho. 
Cultivo de primavera/verão - é necessário utilizar cultivares adaptadas para produzir sob temperaturas elevadas. As cultivares indicadas para o outono/inverno florescem precocemente (pendoamento), se plantadas em clima quente, tornando o produto amargo e sem valor comercial. As principais cultivares recomendadas são: 
Cultivares lisas (grupo manteiga) - Brasil 303, Elisa, Glória, Aurora e Carolina AG 576 (formam cabeça/resistentes ao vírus do mosaico); Regina (Figura 1), Babá de Verão e Lívia (não formam cabeça/resistentes ao vírus do mosaico), dentre outras; 
Cultivares crespas (Figura 1) - Vanessa (não forma cabeça e é resistente ao vírus do mosaico); Verônica, Marisa AG 216 e Brisa (não formam cabeça e não são resistentes ao vírus do mosaico). 
Cultivares de folhas crocantes ou americana (possuem folhas grossas e formam cabeça) - Inajá, Mesa 659, Tainá, Lucy Brown e Raider. Resultados de pesquisa obtidos na Estação Experimental de Urussanga, com a cultivar Regina, revelaram que o cultivo orgânico de alface foi superior quanto a produtividade (41%) e qualidade das cabeças, quando comparado ao cultivo convencional. 

.Produção de mudas: fazer mudas sadias e vigorosas recomenda-se o uso de bandejas de isopor, utilizando-se substrato de boa qualidade, em abrigo protegido. Dormência das sementes:pode ocorrer quando a temperatura excede a 30ºC. Para evitar a dormência, recomenda-se baixar a temperatura do ambiente nas primeiras 24 horas, após a semeadura nas bandejas, com irrigação e o uso de sombrite.

.Adubação de plantio: as hortaliças folhosas respondem bem à adubação orgânica que deve ser aplicada com base na análise do solo. Fonte de macronutrientes (NPK, Ca e Mg) e micronutrientes, a adubação orgânica melhora a qualidade das hortaliças e a conservação do produto, além de manter a umidade do solo.

.Transplante: o transplante das mudas(4 a 6 folhas) deve ser em canteiros, previamente preparados e adubados, na profundidade que estavam na bandeja, espaçadas de 25 a 30 cm entre plantas e fileiras.

.Irrigação: a grande exigência da alface (93% do peso é água), aliado a baixa capacidade de extração de água do solo, torna pequenos períodos de estiagem em seca. Os sistemas de irrigação mais utilizados na alface são: aspersão convencional, micro aspersão e gotejamento. No verão deve-se irrigar pela manhã e no final da tarde. No inverno e no verão (desde que se utilize o sombrite), é suficiente uma irrigação pela manhã.

.Cobertura morta: havendo disponibilidade na região de cultivo, recomenda-se o emprego de cobertura morta dos canteiros com palha ou casca de arroz ou outro material vegetal de textura fina.
 
.Capinas e escarificação do solo: durante o desenvolvimento das plantas, são necessárias uma a duas capinas, quando se aproveita para fazer também o afofamento do canteiro (escarificação). 

.Cultivo protegido: melhora a produtividade e a qualidade da alface (folhas mais tenras e menos danificadas), além de melhorar a eficiência da mão-de-obra, quando são utilizados túneis altos. Em pleno verão o uso de sombrite (que deixa passar 30 a 50% de luz) protege as plantas nas horas mais quentes do dia e também de chuvas torrenciais (Figura 1). Nos períodos mais críticos, o manejo do sombrite, retirando-o no período mais fresco e, em dias nublados, é importante para atingir boa produtividade e qualidade do produto.

.Manejo de doenças e pragas: no cultivo de alface, não há maiores problemas com pragas e doenças. Caso ocorra deve-se utilizar medidas preventivas. 
Fase de produção de mudas - utilizar sempre sementes sadias em bandejas de isopor com substrato isento de doenças e, em abrigos protegidos. 
Canteiro definitivo: eliminar plantas hospedeiras (caruru, picão-preto, beldroega, serralha, maria-pretinha) de insetos tais como tripes que transmitem viroses; utilizar cultivares resistentes às viroses; fazer rotação de culturas com hortaliças-raízes ou hortaliças-frutos; eliminar restos de culturas anteriores; revolver o solo bem fundo para expor os fungos e pragas do solo à radiação solar; adubar e irrigar as plantas corretamente e utilizar cultivo protegido.

.Colheita, classificação e comercialização: 
Colheita: nas primeiras horas da manhã ou nas horas mais frescas, quando atingir o máximo de desenvolvimento, sem sinais de florescimento, normalmente a partir dos 30-45 dias após o transplante. 
Classificação: as folhas mais velhas, manchadas e danificadas são eliminadas, bem como as plantas consideradas refugos (miúdas, com início de florescimento e outros defeitos). As plantas devem ser embaladas em caixas, evitando-se o demasiado manuseio do produto. 
Comercialização: deve ser realizada o mais rapidamente possível e próximo ao local de produção, pois é um produto altamente perecível.


Figura 1. O cultivo orgânico e protegido de alface (cultivar Regina – tipo folhas lisas) no verão com sombrite (à direita), proporciona maior produtividade e qualidade de cabeças de alface (as folhas são mais tenras) e, o que é melhor, sem contaminação por adubos químicos e agrotóxicos. Cultivar de alface do tipo folhas crespas (à esquerda).














terça-feira, 3 de outubro de 2017

PRODUÇÃO DE MUDAS HORTÍCOLAS ECOLOGICAMENTE



Frequentemente o produtor de hortaliças tem seu planejamento prejudicado em relação a área a ser cultivada devido à falhas ocorridas na fase de produção de mudas. Problemas nesta fase serão evidenciados na planta adulta, quando dificilmente poderão ser corrigidos. O sucesso de uma cultura depende em mais de 50% da qualidade das mudas. Além disso, o investimento em insumos (adubos e tratamentos fitossanitários), que representam alto custo, não terão o retorno desejado quando são utilizadas mudas de baixa qualidade. A produção de mudas vigorosas e sadias depende da qualidade do substrato, do vigor da semente, do bom controle fitossanitário e da proteção da sementeira. A aquisição de mudas orgânicas de produtores especializados que produzem em bandejas de isopor sob abrigos de plástico e/ou sombrite é uma boa opção para obter-se mudas de qualidade e na quantidade necessária.

Escolha da semente: devem ser adquiridas em embalagens herméticas, dentro do prazo de validade, com alto padrão de sanidade, germinação e vigor, e de empresas com reconhecida idoneidade. É importante o produtor exigir a nota fiscal para que possa, se necessário, reclamar da baixa qualidade da semente comprada. Hoje já são encontradas sementes de hortaliças orgânicas nas casas agropecuárias e associações de produtores orgânicos.

Produção de mudas em copinhos (plástico e papel) e bandejas de isopor: as principais vantagens na produção de mudas em recipientes são: maior uniformidade, precocidade e sanidade das mudas, além de maior economia de sementes. Devido ao fato de não haver rompimento das raízes, evita-se ou diminui-se a incidência de certas doenças e aumenta-se o índice de pegamento no campo, por ocasião do transplante das mudas.

Recipientes utilizadosas bandejas de isopor são as mais utilizadas. Para a alface pode ser utilizado as bandejas com 288 e 200 células, enquanto que para o tomate, pimentão, beterraba e brássicas, as de 128 células são as mais adequadas. Para hortaliças da família das cucurbitáceas (melancia, moranga e pepino) recomenda-se preferencialmente os copinhos de papel ou de plástico, podendo ser utilizadas também bandejas de 128 células.

Confecção dos copinhos: corta-se uma folha de jornal, sem ser colorida, em cinco tiras, no sentido horizontal da página, com cerca de 11,5 cm de largura cada uma e enrola-se em torno de um cano de PVC (50mm) com 7 cm de comprimento. A extremidade do cilindro de papel é dobrada para dentro, de modo a formar o fundo do copinho e depois bate-se o fundo do cano para comprimir as dobras do fundo do molde. Posteriormente, enche-se o cano com o substrato e retira-se o mesmo para confecção de outros copinhos. 

Substratos: na produção de mudas é fundamental o uso de substrato de boa qualidade que permita servir de suporte as plantas e dar um ambiente favorável para o desenvolvimento das raízes quanto a nutrição e porosidade e, principalmente isento de contaminação por fungos e bactérias.Muitos substratos que estão a venda nas casas agropecuárias especializadas não preenchem estes requisitos, por isso é importante que o produtor teste, antes de adquirir grandes quantidades. Abaixo exemplos de formulação de substrato que o agricultor pode testar em sua propriedade:
a)substrato A: composto orgânico peneirado
b) substrato B: 2 latas de subsolo ou terra de mato + 1 lata de cama de aviário curtida + 1 lata de casca de arroz carbonizada
c)substrato C:2 latas de húmus + 2 latas de casca de arroz carbonizada ou 1 lata de areia lavada de rio
d) substrato D: 2 latas de composto orgânico + 1 lata de húmus de minhoca + 1 lata de terra de mato ou subsolo.Obs.: a terra não deve ser coletada em locais cultivados para evitar pragas, doenças e plantas espontâneas.

 Suporte e proteção das mudas : o suporte para as bandejas e os copinhos devem estar a uma altura de 80 cm para facilitar o trabalho do operador, durante semeadura, desbaste e eliminação de plantas espontâneas. As bandejas devem estar suspensas por arames fixados em palanques para permitir a poda seca das raízes. A estrutura do suporte deve ser bem rígida para suportar o peso das bandejas e mantê-las em nível. A finalidade da proteção é reduzir ao máximo as variações climáticas ou a força de impacto de certos fatores climáticos como vento, temperatura, luz, chuva, geada e etc. Os túneis altos cobertos com plástico que funcionam como um guarda-chuva, são os mais utilizados (Figura 1). No verão são auxiliados por sombrite que deixam passar 30 a 50 % da luz para reduzir o calor. No inverno são fechados. Nas laterais usa-se telas para evitar a entrada de pulgões e tripes, transmissores de viroses. Para a produção de pequenas quantidades de mudas reduz-se o tamanho do abrigo de mudas. O manejo é o mesmo, independente do tamanho.


 Figura 1. Produção de mudas em bandejas de isopor protegidas por um abrigo de plástico

Irrigação nas sementeiras (bandejas) : como as células das bandejas têm uma superfície pequena, a distribuição de água deve ser uniforme para que cada célula receba a mesma quantidade de água. Isso pode ser feito manualmente com regador de crivo fino ou através de microaspersores especiais como os nebulizadores. A irrigação ideal é a que permite umedecer o substrato sem gotejar abaixo das células para não perder nutrientes e água. A frequência das irrigações depende da temperatura e umidade do ar, podendo variar de uma vez por dia no inverno até cinco vezes no verão. Entre uma irrigação e outra, a superfície do substrato precisa secar. Durante a noite a parte aérea das mudas tem que permanecer seca. A água para irrigação deve ser potável e de baixa salinidade, podendo ser obtida do subsolo (poços) e nascentes. A água proveniente de rede pública de abastecimento deve ser evitada devido ao excesso de cloro. Os equipamentos usados para a irrigação são os mais variados que existe no mercado, desde um regador com crivo fino, mangueira de jardim com difusor, microaspersores do tipo "fogger" (nebulizadores), sprinkler, bailarina e etc...

Manejo fitossanitário as principais medidas visando o manejo fitossanitário são: a) evitar a colocação de abrigos em áreas que já apresentaram doenças e pragas, alta infestação de plantas espontâneas e perto de plantios definitivos da espécie; b) evitar água que passa por diversas propriedades ou que esteja próximo às culturas; c) não utilizar sementes contaminadas ou de origem desconhecida; d) evitar o excesso de água no ambiente; e) não permitir que as plantas se estressem com freqüência controlando a temperatura do ar e a irrigação, pois as plantas mal tratadas são mais susceptíveis ao ataque de pragas e doenças; f) evitar ferimentos nas plantas e g) não armazenar lixos ou restos de culturas próximo aos abrigos.

Adubaçãoquando o substrato e o manejo da irrigação são adequados, não haverá necessidade de adubação de cobertura. Se ocorrer deficiências, corrigir com, cinza e farinha de osso ou biofertilizantes ou ainda chorumes.

Transplante: um dia antes do transplante, diminuir a irrigação. No momento anterior ao transplante fazer uma boa irrigação nas bandejas para facilitar a retirada de muda com o torrão inteiro e permitir que a muda recupere a turgidez após o transplante. Enterrar apenas o torrão com raízes, não permitindo o contato de terra com a gema de crescimento da muda. Fazer uma irrigação no local do plantio definitivo antes ou logo que terminar a operação.






sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Cultivo Orgânico das Brássicas



 A família Brassicaceae é composta por várias espécies com destaque para o repolho (Brassica oleracea var. italica), a couve-flor (Brassica oleracea var. botrytis) , o brócolis (Brassica oleraceavar. capitata) e a couve ( Brassica oleracea var. acephala). Estas hortaliças possuem alto valor nutricional, sendo boa fonte de vitaminas B, C e K e ricas em sais minerais (cálcio e fósforo), essenciais para a formação dos ossos e dentes. Pesquisas recentes reforçam a tese de que o consumo de brássicas pode ajudar na prevenção e tratamento de doenças degenerativas. Estudo com 48 mil homens mostrou que o câncer de bexiga era menor no grupo que consumia mais brócolis, couve-flor e repolho. Por serem consumidas in natura, especialmente na forma de saladas, ou cozidas ligeiramente, é fundamental o cultivo orgânico (sem agroquímicos) para garantir a saúde do agricultor, do consumidor e também para preservar o meio ambiente e as futuras gerações. Pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, com 20 espécies de plantas, incluindo frutas e hortaliças no Brasil, revelou que, das 3.130 amostras coletadas em 2009, 29 % apresentaram resultados insatisfatórios, ou seja, com resíduos de agrotóxicos, especialmente, os não autorizados para a cultura. Dentre as brássicas, a couve e o repolho foram as mais contaminadas por agrotóxicos, apresentando 44,2% e 20,5% das amostras coletadas com resíduos de agrotóxicos.

Recomendações técnicas

.Escolha correta da área e análise do solo: recomenda-se evitar áreas sujeitas à encharcamento, muito declivosas, e, já cultivadas com outras espécies da mesma família (repolho, couve-flor, couve e brócolis).

.Épocas de plantio e cultivares: as brássicas, embora tipicamente de inverno,foram adaptadas para cultivo também no verão. A época de plantio está diretamente relacionada com a escolha da cultivar e/ou híbrido. O plantio na época inadequada pode levar ao fracasso da lavoura pela produção precoce de cabeças pequenas ou até nem mesmo ocorrer a formação. Resultados de pesquisa obtidos na Estação Experimental de Urussanga (Epagri), evidenciaram os seguintes híbridos relacionados a seguir como os mais promissores.

Cultivo de março a junho no Litoral: Repolho – Fuyutoyo, AF-528, Emblem e Sagittarius; Couve-flor – Júlia F1, Sharon F1, AF-1182 e AF-1169 ;Brócolis - AF-817 e Majestic Crown.
Cultivo de julho a setembro no Litoral: Repolho – Ombrios, Fuyutoyo, AF-528 e Emblem; Couve-flor– Barcelona Ag-324, Júlia F1, AF-919, Verona, AF-1182 e Sharon F; Brócolis – AF-817, Legacy e AF-649.

.Produção de mudas: o transplante de mudas sadias e vigorosas produzidas em bandejas de isopor, com substratos de qualidade, em abrigos, garante o sucesso das culturas de repolho, couve flor, brócolis e couve.
.Preparo do solo: recomenda-se adotar o plantio direto ou o cultivo mínimo do solo. Para o cultivo de brássicas nos meses de julho a setembro, no Litoral, o mais indicado é a semeadura de adubos verdes no outono, isoladamente, ou em consórcio, incluindo aveia preta, ervilhaca e nabo forrageiro e, a abertura de covas ou sulcos para o plantio das mudas de brássicas. Pode-se também utilizar as plantas espontâneas como cobertura nas entrelinhas. Quando necessário, deve-se roçá-las para não competir por luz e nutrientes com as brássicas. As plantas de cobertura (adubos verdes ou plantas espontâneas) protegem o solo das chuvas torrenciais, da compactação, da erosão, mantêm o solo mais úmido, além de aumentar o teor de matéria orgânica e reciclar nutrientes devido ao sistema radicular mais profundo destas espécies.

.Adubação de plantio: as brássicas respondem bem à adubação orgânica que deve ser aplicada, com base na análise do solo, feita com antecedência, e nos teores de nutrientes do adubo orgânico a ser aplicado.

.Plantio e espaçamento: o plantio das mudas deve ser feito quando estas atingem 3 a 4 semanas de idade (10 a 15cm de altura ou 4 a 7 folhas definitivas), na profundidade que estavam na bandeja de isopor. O espaçamento recomendado varia de 0,8 a 1,0m entre fileiras por 0,4 a 0,6m entre plantas.

.Capinas, adubação de cobertura e manejo de plantas espontâneas: o período crítico de competição com as plantas espontâneas é de até 30 dias após o transplante. As capinas são feitas somente nas linhas de plantio, mantendo-se as plantas de cobertura ou ainda as plantas espontâneas nas entrelinhas.Quando necessário, deve-se roçar nas entrelinhas para evitar competição com as brássicas. A cobertura morta, utilizando-se palhas de arroz ou de milho, é outra alternativa para o manejo de plantas espontâneas, além de conservar a umidade no solo.As adubações de cobertura, se necessário, são feitas 15 a 20 dias após o transplante e 20 dias após a 1ª. A cobertura morta com palhas (arroz, milho, capim-elefante e outras),é outra alternativa para o manejo de plantas espontâneas.

.Irrigação: a irrigação é essencial para o sucesso da lavoura. Em geral, as brássicas necessitam de 500 mm de água em um ciclo médio de 120 dias. Recomenda-se o uso da irrigação por aspersão ou por gotejamento.

.Manejo de doenças e pragas: em sistema de produção equilibrado, não ocorre ataque de pragas e doenças. As principais doenças são: a podridão-negra (Xanthomonas campestris pv.Campestris) causada por bactéria e a alternariose (Alternaria brassicae A. brassicicola)provocadas por fungos, ocorrem em condições de tempo quente e úmido. Para estas doenças, deve-se fazer o controle preventivo. Entre as medidas, destacam-se: 1) na produção de mudas utilizar sementes sadias, semeadas em bandejas de isopor com substrato isento de doenças; 2) utilizar cultivares e/ou híbridos resistentes; 3) rotação de culturas e 4) eliminar restos de culturas anteriores. No manejo das principais pragas, a traça (Plutella xylostella) e o curuquerê da couve(Ascia monuste orseis) recomenda-se, quando necessário, produtos à base de Bacillus thuringiensis, conhecido como dipel e o preparado de sálvia (planta medicinal e aromática). Modo de preparar a sálvia: derramar 1 L de água fervente sobre 2 colheres (sopa) de folhas secas de sálvia; tampar o recipiente e deixá-lo em repouso durante 10 minutos (infusão). Agitar bem, filtrar e pulverizar imediatamente sobre as plantas para repelir a borboleta branca que coloca os ovos nas folhas das plantas cultivadas, originando as lagartas que comem as folhas. Quando o ataque ocorre em apenas algumas plantas e, dependendo do tamanho da lavoura, a catação manual dos ovos e lagartas é uma prática eficiente. Para o manejo de pulgões, que surgem em condições de tempo seco e quente, recomenda-se os preparados à base de plantas (pimenta, alho, cebola, confrei , losna e coentro – ver matéria publicada em 1/7/2010). Modo de preparar a pimenta: bater60 g de pimenta vermelha no liquidificador com 0,5 L de água e, em seguida acrescentar mais 0,5 L de água. Deixar amolecer (macerar) num recipiente por 12 horas. Dissolver um pedaço de sabão (50g) em 1 L de água quente e após misturar à calda como produto adesivo. Coar e diluir 1L do macerado para 5 L de água. Pulverizar as plantas atacadas. Para evitar o odor da pimenta, pulverizar, no mínimo, até 12 dias antes da colheita. A irrigação por aspersão e os inimigos naturais (joaninha), reduzem a incidência de pulgões.

Colheita: recomenda-se deixar quatro a seis folhas para proteção durante o transporte e manipulação dos produtos. Repolho: a cabeça deve estar bem compacta, fechada, com as folhas internas bem unidas umas às outras e as folhas superiores iniciando a enrolar-se para trás. Se for colhido antes, o repolho murcha rapidamente. Couve-flor: as cabeças são colhidas quando atingem o seu máximo desenvolvimento, mas antes de iniciarem a formação de "pêlos" e a emissão dos botões florais. Brócolis: a colheita deve ser feita quando as hastes, botões e cabeças apresentam cor verde-intenso. Os botões florais devem estar bem fechados, sem aparecer as pétalas amarelas das flores.





quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Plantio Orgânico da Cenoura



A cenoura (Daucus carota), pertence a família das apiaceae, assim como o coentro, aipo, salsão, salsa e batata-salsa. A importância nutricional da cenoura é atribuída, principalmente, ao alto teor de vitamina A (vitamina da beleza), essencial para a saúde dos olhos, pele, dentes e cabelos, atuando sobre o crescimento e aumentando a resistência do organismo às doenças. Outras vitaminas como B1, B2, B5 e vitamina C também são encontradas nas cenouras, além de teores consideráveis de sais minerais (cálcio, fósforo e ferro). O consumo regular de cenoura é eficiente no combate à anemia e falta de vitaminas.    
   Por ser consumida na forma de salada crua e também cozida, o cultivo orgânico de cenoura (sem agroquímicos) é essencial para garantir a saúde do agricultor, consumidor e meio ambiente. Pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, com 21 espécies de frutas e hortaliças em 26 estados no Brasil, revelou que, das 3.130 amostras coletadas em 2009, 29% apresentaram resíduos de agrotóxicos, especialmente, os não autorizados para as culturas. A cenoura foi uma das mais contaminadas, apresentando 24,8% das amostras com resíduos de agrotóxicos. Considerando que na cenoura, praticamente, não há prejuízos com pragas e doenças e, por isso, não necessita de agrotóxicos, estes resultados são muito preocupantes. Chama a atenção a quantidade de amostras contaminadas com acefato. Além de ser proibida em vários países, a substância está sendo reavaliada pela Anvisa, pois é um dos ingredientes ativos com alto grau de toxicidade aguda contribuindo para os problemas neurológicos, reprodutivos, de desregulação hormonal e até câncer.

Recomendações técnicas

.Escolha correta da área e análise do solo: na escolha da área deve-se evitar terrenos úmidos e/ou sombreados. A cenoura produz melhor em solos leves e soltos (areno-argilosos,franco arenosos e turfosos).

.Épocas de semeadura e cultivares: o cultivo pode ser feito durante o ano todo. Mas, para cada época deve-se escolher a cultivar correta. As cultivares de inverno não podem ser semeadas no verão devido à susceptibilidade às doenças foliares. Por outro lado, as cultivares de verão semeadas no inverno, florescem, em detrimento da qualidade das raízes. Para cultivo no outono e início de inverno no Litoral, recomenda-se cultivares do grupo Nantes (Nantes, Meia comprida de Nantes,Nantes Superior e outras). No final de inverno, primavera e verão são indicadas as cultivares do grupo Brasília (Brasília, Brasília RL, Brasília Irecê, Brasília Calibrada G, Brasília Alta Seleção e Brazlândia). Pesquisa na Estação Experimental de Urussanga, na semeadura de agosto, revelou a superioridade do cultivo orgânico em relação ao sistema convencional. 

.Preparo do solo e do canteiro: as sementes, por serem pequenas, exigem bom preparo do solo para que ocorra boa emergência das plantas. No preparo do canteiro, recomenda-se: correção da acidez, revolvimento do solo, manualmente (pá de corte ou enxadão) ou mecanizado (aração profunda e gradagens cruzadas), espalhar na área o adubo orgânico curtido sete a dez dias, antes da semeadura, e construção dos canteiros com auxílio de um roto-encanteirador ou rotativa de microtrator. Os canteiros devem ter em torno de 1,10 m de largura e 15 cm de altura e comprimento variável. Após o nivelamento e retirada dos torrões marca-se os sulcos de semeadura (1 a 2 cm de profundidade), espaçados de 30 em 30 cm, utilizando-se um riscador.

.Adubação de plantio: a adubação orgânica deve ser feita com base na análise do solo e nos teores de nutrientes do adubo orgânico. Plantas bem nutridas são mais resistentes às pragas e doenças.
 
.Semeadura, cobertura do solo e manejo de plantas espontâneas: semeia-se diretamente em sulcos, manualmente ou com semeadora de tração mecânica ou manual, 0,5  a 1g de sementes por m2. O uso de cobertura após a semeadura é recomendado, especialmente no verão, quando as temperaturas são elevadas e as precipitações freqüentes. Pesquisa da Epagri revelou maior emergência de plantas ao utilizar sombrite, pó-de-serra ou casca de arroz (2 cm) como cobertura, em comparação ao solo descoberto. A cobertura protege as sementes do sol direto no verão, da erosão provocada pela irrigação ou chuvas e, impede a formação de uma crosta dura no solo que impede a emergência das plantas.O período mais crítico de competição com as plantas espontâneas é na emergência da cenoura, até os 25 dias subsequentes. Após, as plantas espontâneas não reduzem a produção e, ainda favorecem o equilíbrio ecológico. Para retardar as plantas espontâneas, uma boa opção é a cobertura do canteiro com jornal (preto e branco); cobre-se todo o canteiro utilizando-se uma folha de jornal e, sobre esta, aplica-se 2cm de composto orgânico peneirado. Depois, procede-se a abertura dos sulcos, a semeadura e cobertura das sementes e, irrigação do canteiro. 

.Desbaste e adubação de cobertura: após três semanas da emergência da cenoura, efetuar o desbaste (eliminação do excesso de plantas). Recomenda-se deixar 10 a 15 plantas por metro linear, ou seja, 7 a 10 cm entre plantas. Aos 25 dias após a semeadura, quando necessário, faz-se uma adubação em cobertura. 

.Irrigação: o sistema de irrigação por aspersão é o mais utilizado. O solo deve ser mantido úmido, sem encharcar, durante todo o ciclo da cultura. A falta d'água no solo, seguidos de irrigação excessiva, podem provocar rachaduras nas raízes que pode ser agravado com a deficiência de boro e/ou cálcio. Por isso, recomenda-se irrigações diárias leves até a emergência da cenoura (até os 40 dias após a semeadura). 

.Manejo de doenças e pragas: é resistente às pragas. As principais doenças são: queima das folhas e podridão mole. 
.A Queima das folhas é causada por dois fungos e uma bactéria que aparecem com umidade relativa do ar alta e temperatura entre 24 e 28 ºC. 
Manejo: usar cultivares resistentes (grupo Brasília); plantio em locais enxutos e ventilados e rotação de culturas. 
A Podridão mole é causada por uma bactéria ainda na lavoura. As raízes apresentam pequenas áreas encharcadas e sob condições de altas umidade e temperatura, aumentam rapidamente, tornando o tecido mole e pegajoso e com cheiro desagradável, ocasionando o amarelecimento das folhas, a seca e morte da planta. 
Manejofazer canteiros altos; rotação de culturas; evitar terrenos encharcados; evitar ferimentos nas raízes, por ocasião dos tratos culturais e colheita.

.Colheita : a colheita é realizada entre 85 e 110 dias após a semeadura. Não retardar a colheita para evitar que tornem-se muito grossas e fibrosas, sujeitas à rachaduras. O consumidor prefere raízes mais novas. As cenouras são arrancadas manualmente, após uma irrigação prévia para evitar danos. Após as folhas são cortadas rente às raízes e colocadas em caixas plásticas. Ainda no campo, faz-se a separação das raízes comerciais daquelas do tipo descarte (raízes laterais, bifurcadas, apodrecidas, rachadas e danificadas). As raízes são lavadas, manualmente, com água corrente. Em seguida, faz-se nova seleção, eliminando-se as raízes danificadas por doenças e/ou pragas e as defeituosas.  
   As cenouras são lavadas e secas o mais rápido possível. Em seguidas são classificadas conforme o comprimento e o diâmetro das raízes. Em ambiente natural, as raízes se conservam com qualidade adequada, no máximo até 7 dias.










sábado, 23 de setembro de 2017

Produção da Batata-Doce Orgânica



A batata-doce (Ipomoea batatas), pertencente à família botânica convolvulaceae, é uma hortaliça tuberosa (raiz) popular, rústica, de ampla adaptação, alta tolerância à seca e de fácil cultivo. Além disso, é uma das plantas com maior capacidade de produzir energia por unidade de área e tempo. Fonte de energia, minerais e vitaminas, a batata-doce pode ser consumida cozida, assada ou frita, ou no preparo de doces. As batatas e as ramas também podem ser destinadas à alimentação animal, principalmente de bovinos e suínos, seja na forma "in natura" ou na forma de silagem (ramas). Resultados de pesquisa obtidos na Estação Experimental de Urussanga, revelaram que o cultivo orgânico de batata-doce foi superior quanto a produtividade (30%) e qualidade das raízes, quando comparado ao sistema de produção convencional (com uso de agroquímicos).

Recomendações técnicas

.Escolha correta da área e análise do solo: recomenda-se áreas não cultivadas com batata-doce nos últimos anos. Preferencialmente, deve-se utilizar solos leves, soltos, bem estruturados e drenados. A análise do solo deve ser feita com antecedência para conhecimento da fertilidade do solo.
.Épocas de plantio e cultivares: o plantio é nas épocas de temperaturas mais elevadas; além de não tolerar geadas, o crescimento vegetativo e produtividade de raízes de batata-doce são prejudicados em temperaturas menores que 10ºC. 

Épocas: agosto a janeiro nas regiões mais quentes (Litoral). Cultivares: é comum encontrar-se uma cultivar com nomes diferentes ou diferentes cultivares com o mesmo nome. As batatas podem apresentar polpa branca, creme, amarelo-clara e até laranja e roxa, sendo a película externa branca, rosada ou roxa. As cultivares Brazlândia Rosada (ciclo médio de 4 a 5 meses), Brazlândia Roxa e Princesa (ciclo tardio - mais de 5 meses) são indicadas para plantio em Santa Catarina. A Estação Experimental de Urussanga possui uma pequena coleção das principais cultivares indicadas.

.Produção de ramas em viveiro: fazer um viveiro em local que nunca tenha sido cultivado com batata-doce. Utiliza-se para o plantio batatas (80 a 150 g) de plantas produtivas e sadias, plantadas no espaçamento de 80 cm entre linhas por 10 cm entre plantas. As ramas selecionadas(8 a 10 entrenós),devem ser retiradas de viveiros a partir de 60 até 90 dias após o plantio. Para 1 hectare é suficiente enviveirar 70 a 100 kg de batatas.
.Adubação de plantio: é pouco exigente em nutrientes. A adubação deve ser realizada com base na análise do solo e nos teores de nutrientes do adubo orgânico. Caso seja plantada em rotação ou sucessão com espécies já adubadas, pode-se dispensar a adubação. É importante ressaltar que o excesso de matéria orgânica provoca crescimento exagerado da folhagem, reduzindo a produtividade e qualidade das raízes.

.Plantio e espaçamento: O plantio das ramas deve ser feito no alto das leiras ou camalhões (30 a 40 cm de altura) com o solo úmido, utilizando-se uma bengala com a ponta em "U" invertido; as ramas selecionadas (8 a 10 entrenós) são colocadas atravessadas e com a ponta da bengala se enterra a ponta da rama (3 a 4 entrenós). Deve-se deixar as ramas murchar à sombra por 1 a 2 dias antes do plantio, para evitar que se quebrem ao serem enterradas.O espaçamento varia de 70 a 120cm entre leiras e de 25 a 40 cm entre plantas.

.Práticas culturais: Capinas: com enxada ou cultivador na fase inicial de desenvolvimento da cultura (até 45 dias após o plantio). 

Chegamento de terra : após a capina refazer os camalhões, manualmente ou com sulcadores, para evitar rachaduras do solo e assim, reduzir a entrada de insetos do solo e a formação de manchas nas raízes devido à insolação. 

Controle da soqueira: em pouco tempo os restos de batata, raízes e ramas brotam rapidamente, de forma desuniforme e prolongada. A melhor fase para eliminação da soqueira, é no início da tuberização (formação das raízes).

.Manejo de doenças e pragas: é conhecida pela rusticidade e, por isso, não apresenta problemas com pragas e doenças. Eventuais danos podem ser manejados pelas práticas preventivas. Dentre estas destacam-se: plantar ramas sadias e selecionadas de viveiro, eliminando as doentes; retirar as ramas da parte do meio para a ponta das ramas, evitando aquelas próximas ao colo (base) da planta-mãe; uso de cultivares resistentes e adaptadas à região. A Brazlândia Roxa (Figura 1) resiste aos danos causados por insetos de solo, enquanto que a Princesa (Figura 1) tolera o mal-do-pé, doença causada pelo fungo Plenodomus destruens; não plantar em locais encharcados e mal drenados; adubar de acordo com a análise do solo; bom chegamento de terra reduz danos por insetos de solo; colher na época certa para evitar os danos causados por insetos de solo e roedores; evitar lavar as batatas colhidas; caso os restos culturais não sejam utilizados para alimentação de animais, deve-se aproveitá-los na compostagem; rotação de culturas com outras hortaliças por 2 a 3 anos e eliminar as soqueiras; evitar armazenar batata em condições naturais, por período superior a 30 dias.

.Rotação de culturas: plantios sucessivos de batata-doce, em um mesmo local e na mesma estação do ano, favorecem às pragas e doenças e, promovem o desequilíbrio nutricional do solo. Período de rotação: deve ser feita por dois ou três anos com outras hortaliças com diferentes necessidades nutricionais e sistemas radiculares. Evitar o plantio de batata-doce após as leguminosas, pois o excesso de nitrogênio provoca desenvolvimento vegetativo exagerado prejudicando a produção de raízes. Resultados de pesquisa obtidos na Estação Experimental de Urussanga mostraram a eficiência da rotação de culturas no aumento do rendimento e qualidade de raízes de batata-doce; quando foi feita rotação de culturas por dois anos, a produtividade de raízes aumentou em 40%, ao ser comparada com o sistema sem rotação. Por ser uma espécie com bom sistema radicular (60 a 120 cm), portanto eficiente como recicladora de nutrientes que estão em camadas do solo mais profundas e, também pela rapidez na cobertura do solo no verão, a batata-doce é excelente para ser utilizada em esquemas de rotação de culturas para outras hortaliças.

.Colheita, classificação e comercialização: 
Colheita: com enxada ou com auxílio de arado ou sulcador, após o corte das ramas, quando as raízes atingirem o tamanho ideal exigido pelo mercado. 
Pré-cura: após a colheita as batatas são expostas ao sol para secar,no mínimo 30 minutos, evitando-se as horas mais quentes. 
Classificação: as raízes devem ser selecionadas, eliminando-se aquelas com defeitos (rachadas, esverdeadas, manchadas, danos mecânicos e de insetos) e classificadas de acordo com o peso: Extra A –301 a 400 g; Extra B –201 a 300 g; Especial –151 a 200 g e Diversos – 80 a 150 g ou maiores que 400g. 
Comercialização: nos principais mercados é comercializada lavada, prática que deve ser evitada, porque prejudica a conservação e aumenta as perdas por doenças.O ideal é escová-las para retirar a terra aderida. As raízes são comercializadas em caixas de madeira tipo K (23-25kg), limpas e desinfectadas ou em sacos.


Figura 1. Cultivo orgânico de batata-doce na Estação Experimental de Urussanga: além de ser uma boa alternativa de renda para os produtores, é uma ótima opção para ser incluída em esquemas de rotação de outros cultivos, pois protege o solo no verão e possui grande capacidade de reciclar nutrientes devido ao sistema radicular profundo. As cultivares indicadas Brazlândia roxa (película roxa) e Princesa (película branca) são resistentes aos insetos que perfuram as raízes e à doença mal-do-pé, respectivamente.