google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 VIDA NATURAL: Produção da Batata-Doce Orgânica

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sábado, 23 de setembro de 2017

Produção da Batata-Doce Orgânica



A batata-doce (Ipomoea batatas), pertencente à família botânica convolvulaceae, é uma hortaliça tuberosa (raiz) popular, rústica, de ampla adaptação, alta tolerância à seca e de fácil cultivo. Além disso, é uma das plantas com maior capacidade de produzir energia por unidade de área e tempo. Fonte de energia, minerais e vitaminas, a batata-doce pode ser consumida cozida, assada ou frita, ou no preparo de doces. As batatas e as ramas também podem ser destinadas à alimentação animal, principalmente de bovinos e suínos, seja na forma "in natura" ou na forma de silagem (ramas). Resultados de pesquisa obtidos na Estação Experimental de Urussanga, revelaram que o cultivo orgânico de batata-doce foi superior quanto a produtividade (30%) e qualidade das raízes, quando comparado ao sistema de produção convencional (com uso de agroquímicos).

Recomendações técnicas

.Escolha correta da área e análise do solo: recomenda-se áreas não cultivadas com batata-doce nos últimos anos. Preferencialmente, deve-se utilizar solos leves, soltos, bem estruturados e drenados. A análise do solo deve ser feita com antecedência para conhecimento da fertilidade do solo.
.Épocas de plantio e cultivares: o plantio é nas épocas de temperaturas mais elevadas; além de não tolerar geadas, o crescimento vegetativo e produtividade de raízes de batata-doce são prejudicados em temperaturas menores que 10ºC. 

Épocas: agosto a janeiro nas regiões mais quentes (Litoral). Cultivares: é comum encontrar-se uma cultivar com nomes diferentes ou diferentes cultivares com o mesmo nome. As batatas podem apresentar polpa branca, creme, amarelo-clara e até laranja e roxa, sendo a película externa branca, rosada ou roxa. As cultivares Brazlândia Rosada (ciclo médio de 4 a 5 meses), Brazlândia Roxa e Princesa (ciclo tardio - mais de 5 meses) são indicadas para plantio em Santa Catarina. A Estação Experimental de Urussanga possui uma pequena coleção das principais cultivares indicadas.

.Produção de ramas em viveiro: fazer um viveiro em local que nunca tenha sido cultivado com batata-doce. Utiliza-se para o plantio batatas (80 a 150 g) de plantas produtivas e sadias, plantadas no espaçamento de 80 cm entre linhas por 10 cm entre plantas. As ramas selecionadas(8 a 10 entrenós),devem ser retiradas de viveiros a partir de 60 até 90 dias após o plantio. Para 1 hectare é suficiente enviveirar 70 a 100 kg de batatas.
.Adubação de plantio: é pouco exigente em nutrientes. A adubação deve ser realizada com base na análise do solo e nos teores de nutrientes do adubo orgânico. Caso seja plantada em rotação ou sucessão com espécies já adubadas, pode-se dispensar a adubação. É importante ressaltar que o excesso de matéria orgânica provoca crescimento exagerado da folhagem, reduzindo a produtividade e qualidade das raízes.

.Plantio e espaçamento: O plantio das ramas deve ser feito no alto das leiras ou camalhões (30 a 40 cm de altura) com o solo úmido, utilizando-se uma bengala com a ponta em "U" invertido; as ramas selecionadas (8 a 10 entrenós) são colocadas atravessadas e com a ponta da bengala se enterra a ponta da rama (3 a 4 entrenós). Deve-se deixar as ramas murchar à sombra por 1 a 2 dias antes do plantio, para evitar que se quebrem ao serem enterradas.O espaçamento varia de 70 a 120cm entre leiras e de 25 a 40 cm entre plantas.

.Práticas culturais: Capinas: com enxada ou cultivador na fase inicial de desenvolvimento da cultura (até 45 dias após o plantio). 

Chegamento de terra : após a capina refazer os camalhões, manualmente ou com sulcadores, para evitar rachaduras do solo e assim, reduzir a entrada de insetos do solo e a formação de manchas nas raízes devido à insolação. 

Controle da soqueira: em pouco tempo os restos de batata, raízes e ramas brotam rapidamente, de forma desuniforme e prolongada. A melhor fase para eliminação da soqueira, é no início da tuberização (formação das raízes).

.Manejo de doenças e pragas: é conhecida pela rusticidade e, por isso, não apresenta problemas com pragas e doenças. Eventuais danos podem ser manejados pelas práticas preventivas. Dentre estas destacam-se: plantar ramas sadias e selecionadas de viveiro, eliminando as doentes; retirar as ramas da parte do meio para a ponta das ramas, evitando aquelas próximas ao colo (base) da planta-mãe; uso de cultivares resistentes e adaptadas à região. A Brazlândia Roxa (Figura 1) resiste aos danos causados por insetos de solo, enquanto que a Princesa (Figura 1) tolera o mal-do-pé, doença causada pelo fungo Plenodomus destruens; não plantar em locais encharcados e mal drenados; adubar de acordo com a análise do solo; bom chegamento de terra reduz danos por insetos de solo; colher na época certa para evitar os danos causados por insetos de solo e roedores; evitar lavar as batatas colhidas; caso os restos culturais não sejam utilizados para alimentação de animais, deve-se aproveitá-los na compostagem; rotação de culturas com outras hortaliças por 2 a 3 anos e eliminar as soqueiras; evitar armazenar batata em condições naturais, por período superior a 30 dias.

.Rotação de culturas: plantios sucessivos de batata-doce, em um mesmo local e na mesma estação do ano, favorecem às pragas e doenças e, promovem o desequilíbrio nutricional do solo. Período de rotação: deve ser feita por dois ou três anos com outras hortaliças com diferentes necessidades nutricionais e sistemas radiculares. Evitar o plantio de batata-doce após as leguminosas, pois o excesso de nitrogênio provoca desenvolvimento vegetativo exagerado prejudicando a produção de raízes. Resultados de pesquisa obtidos na Estação Experimental de Urussanga mostraram a eficiência da rotação de culturas no aumento do rendimento e qualidade de raízes de batata-doce; quando foi feita rotação de culturas por dois anos, a produtividade de raízes aumentou em 40%, ao ser comparada com o sistema sem rotação. Por ser uma espécie com bom sistema radicular (60 a 120 cm), portanto eficiente como recicladora de nutrientes que estão em camadas do solo mais profundas e, também pela rapidez na cobertura do solo no verão, a batata-doce é excelente para ser utilizada em esquemas de rotação de culturas para outras hortaliças.

.Colheita, classificação e comercialização: 
Colheita: com enxada ou com auxílio de arado ou sulcador, após o corte das ramas, quando as raízes atingirem o tamanho ideal exigido pelo mercado. 
Pré-cura: após a colheita as batatas são expostas ao sol para secar,no mínimo 30 minutos, evitando-se as horas mais quentes. 
Classificação: as raízes devem ser selecionadas, eliminando-se aquelas com defeitos (rachadas, esverdeadas, manchadas, danos mecânicos e de insetos) e classificadas de acordo com o peso: Extra A –301 a 400 g; Extra B –201 a 300 g; Especial –151 a 200 g e Diversos – 80 a 150 g ou maiores que 400g. 
Comercialização: nos principais mercados é comercializada lavada, prática que deve ser evitada, porque prejudica a conservação e aumenta as perdas por doenças.O ideal é escová-las para retirar a terra aderida. As raízes são comercializadas em caixas de madeira tipo K (23-25kg), limpas e desinfectadas ou em sacos.


Figura 1. Cultivo orgânico de batata-doce na Estação Experimental de Urussanga: além de ser uma boa alternativa de renda para os produtores, é uma ótima opção para ser incluída em esquemas de rotação de outros cultivos, pois protege o solo no verão e possui grande capacidade de reciclar nutrientes devido ao sistema radicular profundo. As cultivares indicadas Brazlândia roxa (película roxa) e Princesa (película branca) são resistentes aos insetos que perfuram as raízes e à doença mal-do-pé, respectivamente.






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