Introdução
É a nossa "blueberry" da mata Atlântica.
Os frutos são ricos em antocianinas, um poderoso antioxidante.
Características
As plantas de L. australis são arbustos pequenos, comuns em beira de estradas, caminhos e trilhas, e possuem folhas ovais com uma coloração verde escura característica, e venação basal ou curtamente suprabasal. As inflorescências possuem indumento vermelho escuro a nigrescente, e flores com corola alva e estames amarelos. Pode ser confundida com L. xanthocoma, que difere pelos estames maiores (anteras com até 5,0 mm compr.) e ovário com 4 lóculos (CAMARGO, 2008, p. 43).
Porte
0,5-3,0 m alt.
Caule
Ramos jovens cilíndricos, com indumento estrigoso a hirsuto, tricomas 3,0-4,5 mm compr., e estrelado, ambos moderado a denso.
Folhas
Folhas com pecíolos 0,8-2,4 cm compr.; lâmina 6,510,5 X 3,0-6,0 cm, membranácea, oval, ápice agudo a acuminado, margem denticulada, base obtusa, nervuras 5 a 5+2 basais a curtamente suprabasais; face adaxial com indumento estrigoso, moderado a denso, tricomas 2,0-3,3 mm compr., face abaxial com indumento pubescente, esparso a moderado, tricomas 1,5-2,0 mm compr., e estrelado, moderadamente denso. Panículas 10,516,5 X 4,5-8,5 cm; brácteas 2,0-4,3 X 0,61,0 mm, lineares a lanceoladas, ápice aristado; bractéolas 0,81,5 X 0,4-0,6 mm, oblongas a lanceoladas, ápice aristado (CAMARGO, 2008, p. 42).
Flores
Flores 5-meras, hipanto 3,5-4,3 X 2,0-3,0 mm, campanulado, indumento hirsuto, moderado, e estrelado, esparso; cálice com tubo 0,3-0,5 mm compr., lacínias internas 1,01,5 mm compr., triangulares, ápice agudo, lacínias externas 2,3-3,0 mm compr., lineares, ápice aristado; pétalas 3,3-4,3 X 1,01,4 mm; estames 10, com conectivo 2,5-3,8 mm compr., dorsalmente espessado, inapendiculado; antera 2,5-3,8 mm compr., amarela; ovário 1,8-2,6 X 1,31,7 mm, 3-locular, ápice glabro, estilete 7,010,0 mm compr., glabro (CAMARGO, 2008, p. 42).
Frutos
Frutos 5,0-6,0 X 4,0-4,5 mm, 150-300 sementes, 1,01,2 X 0,5-0,7 mm, piramidais a reniformes (CAMARGO, 2008, p. 42).
Frutas pilosas, cremosas, micro sementes quase invisíveis. Pura, é doce doce, sem nenhuma acidez, com gosto de açúcar.
Cultivo
Na sombra fica densa e produz pouco, no sol fica desgalhada e produz muito, muito.
Colheita
As frutas amadurecem de um dia para o outro.
Partes utilizadas
Frutos
Armazenamento
Tem boa duração pós-colheita, não murcha nem embolora, apenas fica meio opaca por estar na geladeira.
Dispersão
Zoocórica.
Utilização
Os frutos maduros são ricos em antocianinas, que são um importante composto alimentar.
São comestíveis e popularmente chamados de tinge-língua, por causa da coloração roxo-escura dos frutos.
Servem para o fabrico de geleias, sucos, sorvetes, licores e polpa congelada.
Uso culinário
O único problema é que a casca da fruta é grossa, como a de uma jabuticaba. Quebra tranquilamente nos dentes, mas para geleia a textura fica pedaçuda.
O ideal foi fazer uma geleia com as frutas inteiras, amassar de leve com a colher de pau e passar pela peneira. O resultado foi um azul-celeste muito bonito.
Habitat
Planta heliófita, ruderal, desenvolvendo-se em orla de matas e capoeiras na Mata Atlântica, na Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Densa e Floresta Estacional Semidecidual.
Dist. Geográfica
(Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro), Sul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul) (SOUZA, 2010).
Observações
Existe outra espécie chamada popularmente de "pixirica", também da família das Melastomatáceas e comestível. É o fruto da Clidemia hirta. Essa sim é mais saborosa, com sabor mais pronunciado.
Cresce em locais úmidos e sombreados, ou seja, predomina aqui no sudeste na Mata Atlântica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário