Introdução
Pode ser confundida com o Saião (Kalanchoe laciniata; K. brasiliensis) ou outras "Folhas-da-Fortuna", plantas do mesmo gênero que podem formar mudas adventícias em vários pontos das bordas das folhas.
Este último erro também é muito freqüente em sites estrangeiros, onde várias espécies de Kalanchoe aparecem erroneamente como K. pinnata.
Folhas
As folhas são muito variadas, podendo ser simples, tendendo ao formato oval e arredondado na base, ou então, nas folhas mais velhas, serem compostas imparipinadas.
As suas bordas são serrilhadas, como na maioria das plantas do gênero.
Nestes pontos da borda, podem surgir mudas adventícias, assim como em suas parentes, mas, diferente destas, as mudas só surgem se as folhas caírem ao chão, e quase nunca enquanto ainda estiver na planta.
Flores
Os botões flortais têm a inusitada característica de ?estourarem? se pressionados, pois são hermeticamente fechados até a abertura da flor.
As suas flores de coloração rósea apresentam-se em cachos no ápice da planta, sendo que a maior parte dela fica escondida dentro das sépalas.
Após o florescimento, a planta normalmente morre, mas às vezes pode rebrotar, ou mesmo persistir.
Frutos
Os frutos são constituídos de cápsulas semelhantes às de outras Kalanchoe, porém maiores. As sementes são minúsculas, como as de eucalipto.
Pragas / Doenças
A planta é extremamente resistente, mesmo sendo comestível. Alguns animais, como gafanhotos, grilos e lesmas grandes são capazes de se alimentar de suas folhas, mas sempre em pequenas quantidades. A planta é muito atacada por pulgões, que podem até deformar algumas folhas, mas sem danos maiores que este. Animais maiores, como galinhas e outros herbívoros domésticos, são capazes de matar esta planta. A espécie persiste no meio, reproduzindo-se assexuadamente, pelo que normalmente nunca precisa ser replantada. Por vezes se percebe também partes maiorees de folhas comidas, sobretudo nas grandes folhas velhas próximas do chão - possivelmente ação de animais mastigadores, como lesmas, grilos ou baratas.
Por ser muito atacada por pulgões, a planta também atrai bastante os seus predadores, sobretudo as joaninhas. Tesourinhas (o inseto), teias de aranha, vespinhas minúsuclas e outros pequenos predadores de pulgões também podem aparecer. Se a FDS ou jardim forem ecologicamente diversificados e saudáveis, estes animaizinhos por si só conseguem manter os pulgões sob controle. Muitas vezes os pulgões se instalam dentro de suas flores (que lembram pequenos balões) e lá eles conseguem ficar a salvo de predadores, aumentando em número absurdamente. Porém, a planta parece não sofrer com isso, e, quando a flor morre, os pulgões têm de sair e enfrentar o mundo de qualquer jeito.
Além dos pulgões, também cochonilhas e ácaros podem atacar seus brotos, deformando-os. Porém, são menos comuns. Lagartas-minadoras (larvas de certas mariposas que comem as folhas por dentro) também podem ocasionalmente aparecer, mas são muito raras. Semelhantemente a tais mariposas, na Ásia esxiste uma bela espécie de borboleta (Talicada nyseus) cuja lagarta se alimenta de folhas desta planta e de outras do gênero Kalanchoe. A borboleta põe um ou mais ovos nas folhas, e quando as lagartas nascem entram nos tecidos das folhas, comendo-as por dentro. Depois de grandes, saem e fixam seu casulo no caule, até virarem uma nova borboleta. Aparentemente, esta praguinha não ocorre aqui no Brasil.
A espécie também pode ser atacada por doenças causadas por fungos, especialmente se elas ficam em local de pouco sol e muita umidade, ou em solos muito pobres. Alguns destes fungos são bem conhecidos de agrônomos e agricultores, pois causam doenças em plantas de cultivo. Os fungos que mais comumente causam problemas são Botrytis, Cercospora, Cladosporium, Rhizoctonia, Fusarium. Partes mortas/apodrecendo grandes nas folhas costumam ser causadas por Botrytis; já pontos doentes isolados nas filhas são sinais de Cercospora e/ou Cladosporium. As plantas deste gênero podem ainda ser atacadas por doenças causadas por vírus e bactérias, sendo que existe um vírus específico delas, o vírus do mosaico do Kalanchoe, que cujas manchas aparecem nas folhas. Na prática, podem ser atingidas por todas as doenças que afetam os Kalanchoe de floricultura, mas são bem mais resistentes.
Formas de Reprodução
Estaquia
Reprodução
Pode ser obtida facilmente através de estaquia de folhas. Plantas arrancadas com ou sem raiz também dão boas mudas.
Polinização
É pouco comum que suas flores sejam polinizadas em nosso meio, mas não tão raro quanto em outros Kalanchoe.
Propriedades
Analgésica, antialérgica, antiartrítica, antibacteriana, antidiabética, antifúngica, antiinflamatória externa tópica, antilítica, anti-séptica, bactericida, calmante para erisipela, cicatrizante, depurativa, diurética, emoliente, hemostática, imunosupressiva, imunoestimulante, refrigerante intestinal, resolutiva, tônica pulmonar, vulnerária.[4]
O extrato bruto das folhas possui substâncias biologicamente ativas com evidente atividade anti-tumoral.
Toxidade
Não encontrados na literatura consultada.
Indicação
Abscesso, afta, afecções respiratórias (xarope), cálculo renal, calo, cefalalgias, contusões, coqueluche, dor de cabeça, edemas erisipelosos das pernas, enxaqueca, estomatite, febre, feridas, flegmão, furúnculos, frieira, gastrites, impetigo, ingurgitamento linfático, oftalmia congestiva, picada de insetos, queimadura, tuberculose pulmonar, úlceras digestivas, verruga.
Contra-indicação
Não encontrados na literatura consultada.
Utilização
O suco extraído das folhas de Bryophyllum Caylcinum Salisb(Crassulaceae) possui uma atividade anti-histamínica H1 periférica.
A histamina endógena interfere na liberação de LH e FSH.
Concluiu-se que o suco das folhas de B. Calycinum e a DPD aumentou a receptividade sexual em ratas e prejudica o desempenho sexual quando o mesmo tratamento é aplicado em ratos(AU).
Uso medicinal
Modo de usar:
- cataplasma: aquecer a folha e colocar sobre o local afetado (furúnculo, dor de cabeça); fazer uma pasta com a folha e colocar sobre a região machucada (queimaduras, ferimentos, cicatrizante).
- suco: bater no liqüidificador 1 folha com 1 xícara de água. Tomar duas vezes ao dia, entre as refeições (úlceras e gastrites).
Suas folhas são usadas no tratamento de feridas, contusões, furúnculos, abscesso e outras doenças de pele, picada de inseto e em doenças do trato respiratório (Silva et al, 2001).[3]
Receitas:
- Colírio de Corama p/ conjuntivite;
Esquente a água; coloque a folha na água quente e deixe por uns 10 minutos. Retire a folha, deixar esfriar um pouco, enrolar a folha e apertar para que o suco saia. Pingar 2 gotas de manhã, 2 à tarde e 2 à noite; Serve também para retirar a carne crescida do olho, neste caso, usar durante mais de uma semana, sem parar nenhum dia.
- Puxar furúnculos
Aquecer a folha na água quente até ela amolecer. Untar com óleo preferencialmente de andiroba ou copaíba; colocar ainda morno no local do furúnculo e deixar fixo o maior tempo possível.
- Xarope para combater a tosse, bronquite e asma.
Alternar camadas de folhas de corama e rodelas de mangará de banana. Cobrir as camadas com açúcar. Esta primeira fase não leva água. Deixar cozinhar em fogo baixo sem mexer para não açucarar. Colher o xarope quando a folha de corama estiver bem cozido.
Colocar um pouco de água na panela e levar ao fogo. Quando levantar a fervura, retirar coar e colocar junto com o primeiro xarope. Crianças até 3 anos; Uma colher das de sobremesa 5 x ao dia, crianças maiores e adultos; 1 colher de sopa de 3 a 5 x ao dia.
- Suco das folhas para curar Gastrite;
Bater no liquidificador 2 a 3 folhas de corama junto com um copo pequeno de água; Coar e beber o suco de manhã (em jejum ) e à noite durante 30 dias.
Recomenda-se observar um intervalo de 30 minutos depois do suco para tomar o café da manhã.
- Suco das folhas para combater caspa a seborréia e fortalecer os cabelos.
Bater no liquidificador 5 a 10 folhas de corama.
Molhar os cabelos e passar o suco da planta deixando por uns 20 minutos.
Enxaguar. Repetir o tratamento 2 x por semana.
Dist. Geográfica
Planta nativa da África Tropical, atualmente ocorre em todos os trópicos.
A folha-da-fortuna (Kalanchoe pinnata) é uma planta medicinal também conhecida como flores-da-fortuna, folha-da-costa, erva-da-costa, folha-grossa, folha-da-vida, coirama, coirama-branca, coirama-brava, roda-da-fortuna, saião, saião-roxo, amor-verde, paratudo, planta-do-amor, sempre-viva, air plant e leaf of life (inglês), hoja del aire (espanhol), dentre outros inúmeros nomes populares. o gênero Kalanchoe inclui os sinônimos botânicos Kalanchoe brasiliensis, Bryophyllum calycinum, B. germinans, B. pinnatum, Cotyledon calycina, C. calyculata, C. pinnata, C. rhizophilla, Crassuvia floripendia, Crassula pinnata, Sedum madagascariense e Verea pinnata. Pertence a família Crassulaceae. Benefícios da folha-da-fortuna Os indígenas utilizam a folha-da-fortuna para realizar diversos tratamentos, tais como inflamações. A infusão das folhas era um popular tratamento para a febre. O suco da folha misturado com óleo de coco ou óleo de andiroba é considerado pelas tribos africanas como uma eficiente loção para aliviar enxaquecas e dores de cabeça. Ao longo do Rio Pastaza, no Equador, nativos usam uma infusão das folhas da folha-da-fortuna no tratamento de ossos quebrados e hematomas internos. No Peru, tribos indígenas misturaram a folha com aguardente e utilizam a mistura para ajudar nas dores de cabeça. A raiz é também preparada como uma infusão e usada para a epilepsia. Outras tribos na Amazônia espremem o suco de folhas frescas e misturam com o leite da mãe para curar dores de ouvido. Na Amazônia, uma xícara de uma infusão de folhas-da-fortuna duas vezes ao dia é geralmente usada para infecções respiratórias, tosse e febre. A folha é bastante suculenta e a deve ser macerada para obter um suco, que é colocado diretamente em cortes, arranhões, queimaduras e outras condições de pele. O uso tradicional da folha-da-fortuna para doenças infecciosas (interna e externamente) é apoiado por pesquisas que indicam que as folhas da folha-da-fortuna possui atividade antibacteriana, antiviral e antifúngica. A folha e suco da folha demonstraram possuírem propriedades antibacteriana Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Shigella, Bacillus e Pseudomonas, incluindo várias estirpes de bactérias resistentes a múltiplas drogas. Um extrato de água de folhas de folha-da-fortuna ajuda a prevenir e tratar a leishmaniose. O suco da folha tem atividade anti-histamínico e anti-alérgica. Composição da folha-da-fortuna A folha-da-fortuna é rica em alcaloides, triterpenos, glicosídeos, flavonoides, esteroides e lipídios. As folhas contêm um grupo de substâncias químicas chamadas bufadienolides, que são muito ativas e têm suscitado o interesse dos cientistas. Elas são muito semelhantes em estrutura e atividade com dois outros glicosídeos cardíacos, a digoxina e digitoxina (medicamentos utilizados para o tratamento de insuficiência cardíaca congestiva e condições relacionadas). Os bufadienolides da Kalanchoe pinnata têm demonstrado em pesquisas clínicas propriedades antibacteriana, câncer, antitumoral preventiva e ações de inseticida. Os componentes químicos encontrados na folha-da-fortuna incluem: ácido araquidônico, astragalina, ácido beénico, amirina beta, benzenóides, beta-sitosterol, bryophollenone, bryophollone, bryophyllin, AC bryophyllin, bryophyllol, bryophynol, C bryotoxin, bufadienolides, ácido cafeico, campesterol, cardenolidas, ácido cinâmico, clerosterol, clionasterol, codisterol, ácido cumárico, epigalocatequina, ácido ferúlico, flavonóides, friedelina, glutinol, hentriacontano, isofucosterol, kaempferol, ácido oxálico, o oxaloacetato, o ácido palmítico, patuletin, peposterol, fosfoenolpiruvato, ácido protocatecuico, pseudotaraxasterol, piruvato, quercetina, esteróides, estigmasterol, o ácido succínico, o ácido siringico, taraxerol e triacontano.
Contraindicações e efeitos colaterais da folha-da-fortuna A folha-da-fortuna não deve ser utilizada durante longos períodos de tempo ou por pessoas com um sistema imunitário reduzido.
História e curiosidades A Kalanchoe tem sua origem na África e Ásia, porém foi distribuída pelo homem no mundo todo. A Kalanchoe pinnata é uma planta perene que cresce de até 1,5 metros e pode ser considerada como herbácea ou semiarbusto, devido ao tamanho que pode atingir. Suas folhas possuem formato oval e arredondado na base e suas bordas são serrilhadas, seguindo a maioria das plantas do gênero. Nas bordas podem surgir mudas adventícias, no entanto, tais mudas só aparecem quando as folhas caem no chão. Os seus botões florais são hermeticamente fechados até a abertura de sua flor. A Kalanchoe pinnata = Bryophyllum calycinum faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS).
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