Introdução
Estudos científicos publicados nos últimos 10 anos mostram que o Melão-de-são-caetano ou Melão-amargo, apresenta propriedades anti-tumorais e anti-cancerígenas e muitas pesquisas tem sido realizadas a respeito de suas atividades antivirais e no HIV.
Pode ser usado contra todas as doenças de pele, tais como eczemas, acne e doenças por fungos.
É ótimo coadjuvante para os diabéticos, pois tem propriedades hipoglicêmicas, reduzindo o índice de glicose no sangue.
É uma planta daninha bastante freqüente em pomares, cafezais, sobre cercas e alambrados e em terrenos baldios.
O suco do vegetal, na concentração de 5% em água mostrou ter um potencial assombroso de lutar contra o crescimento dos quatro tipos de cânceres pancreáticos pesquisados, dois dos quais foram reduzidos em 90%, e os outros em incríveis 98% apenas 72 horas após o tratamento!
A dose utilizada foi de seis gramas de pó do melão amargo para um adulto de porte médio (75 quilos).[10]
Sinonímia
- Amara indica L.
- Cucumis africanus Lindl.
- Cucumis intermedius Roem.
- Momordica anthelmintica Schum.
- Momordica macropetala M.
- Momordica muricata Willd.
- Momordica operculata Vell.
- Momordica papillosa Peck
- Momordica roxburghiana Don
- Momordica senegalensis Lam.
- Momordica zeylanica Mill.
Etimologia
O nome em latin Momordica significa "mordida", referindo-se às bordas da folha que parecem que foram mordidas.
Folhas
( Em 25/07/2016 13:50:00, Anderson Porto de Araruama/RJ comentou )
Simples, membranáceas e orbiculares. O pecíolo apresentou colênquima angular e feixe vascular bicolateral. A região do limbo tem mesófilo dorsiventral e nervura central de contorno biconvexo com feixes bicolaterais e colaterais. Estruturas secretoras, tricomas tectores e glandulares e drusas de oxalato de cálcio estão presentes nas folhas.
Sementes
Seu fruto cor de ouro com espinhos moles na superfície se abre espontaneamente em 3 partes, quando maduro mostra suas sementes vermelhas comestíveis de grande beleza e paladar suave, muito apreciado pelas crianças.
Cultivo
As práticas culturais são similares ao do pepino
Partes utilizadas
Frutos, hastes, talo, folhas e arilo das sementes.
Propriedades
Adstringente (raiz), adstringente da cútis, afrodisíaca, aperitiva, estomáquica, anticarbunculosa, anti-helmínticos (frutos), anti-hemorroidário, antidiabética, antimicótica, antifebrífugos e antipalúdicos (frutos), antivenéreos (frutos cozidos), antileucorréico, anti-reumática, antiflatulenta, anticatarral, antipirética, cicatrizante (folhas pulverizadas), colerética, depurativa do sangue, emenagoga, emético (folhas), emeto-catárquico, emoliente, estomáquico, febrífuga, hemostáticos (fruto maduros), hipotensora, hipoglicêmica (folhas), laxante, purgativo (folhas), rubefaciente, supurativa, vomitivos (frutos cozidos), vermífugo, vermicida.[3]
Um dos princípios ativos demonstrou clinicamente ser capaz de inibir a guanilato-ciclase, que parece estar associada ao aparecimento da psoríase e está ligada ao crescimento de células leucêmicas e cancerosas.
A momordina demonstrou clinicamenteatividade anticancerosa contra o linfoma de Hodgkins em animais.
Outras proteínas - a e B-rnomorcharina, cucurbitacina B - foram testadas por seus prováveis efeitos anticanceroso. Um análogo químico destas proteínas do melão de são caetano foi desenvolvido, patenteado e denominado "MAP-30"; seus criadores relatam que ele é capaz de inibir o crescimento de tumores da próstata.
Duas dessas proteínas - a e b momorcharina, também foram descritas como inibidoras do vírus HIV in vitro.
Num estudo, as células infectadas com o vírus H IV tratadas com a e B-momorcharina mostraram perda quase total do antígeno do vírus, enquanto as células normais não foram afetadas.
Os inventores do ??MAP-30" registraram outra patente que estabelece "útil para tratamento de tumores e infecções por HIV.
Outro estudo clínico mostrou que a atividade anliviral do ??MAP·30" também estava relacionada com o vírus do herpes in vitro (Lee -Huang, S. e cols., 1995 e Bourinbaiar, AS. e cols., 1996).
Em vários estudos, pelo menos 3 grupos diferentes de princípios ativos encontrados em todas as partes do melão de são caetano demonstraram clinicamente propriedades hipoglicemiantes e outras ações benéficas contra o diabetes mellitus.
Estes princípios incluem uma mistura de saponinas esteroidais (charantinas), peptídeos insulinosemelhantes e alcalóides.
Efeito hipoglicémico foi maior na fruta, onde estes compostos são mais abundantes.
Até agora, perto de 100 estudos in vivo demonstraram o efeito hipoglicemiante deste fruto.
Também se demonstrou sua capacidade de aumentar a absorção de glicose, aumentar a liberação de insulina e potencializar seu efeito.
Em outro estudo in vivo O fruto e as sementes mostraram redução do colesterol total.
Num estudo, os níveis de colesterol e triglicerídios elevados em ratos diabéticos retornaram a níveis normais após 10 semanas de tratamento.
Inúmeros estudos in vivo já demonstraram a antividade antitumoral da planta inteira - extrato aquoso bloqueando o crescimento de carcinoma prostático em ratos; extrato aquoso quente inibindo o crescimento de tumores mamários em ratas.
Outros estudos in vitro também provaram a atividade anticancerosa e antileucêmica contra várias linhagens celulares, incluindo câncer de fígado, leucemia humana, mela-noma e sarcomas sólidos.
Tanto a planta como muitos de seus princípios ativos isolados foram documentados com atividade antiviral in vitro contra os seguintes vírus: Epstein-Barr, herpes e HIVs.
Em um estudo in vivo o extrato da folha aumentou a resistência a infecções e teve efeito imunoestimulante em animais e humanos, aumentando a produção de interteron e atividade mortífera natural sobre as células.
Em adição, extratos das folhas mostraram atividade antimicrobiana de largo espectro, in vitro contra E. coli, Staphylococcus, Pseudomonas, Salmonella, Strepto-bacillus e Streptococcus.
Um extrato da planta inteira mostrou atividade antiprotozoárica contra Entamoeba histolytica.
O fruto e seu suco mostraram as mesmas propriedades antibacterianas e num outro estudo o extrato do fruto mostrou atividade contra a Helicobacter pylori.
Vários estudos clínicos in vivo demonstraram a toxidade relativamente baixa de todas as partes da planta quando ingeridas oralmente.
Entretanto, a toxidade e até a morte de cobaias acontece com o uso intravenoso.
Alguns estudos sugerem os extratos do fruto e a folha como seguros na gravidez se ingeridos oralmente.
As sementes são abortivas para cobaias e as raízes são estimulantes uterinos em cobaias.
O fruto e a folha têm efeito antifertilidade invivo em fêmeas, não afetando a produção de esperma negativamente.[8]
Princípios Ativos
Momordicina (alcalóide), momordipicrina, ácido mormódico, b-alanina, fenilalanina, b-amirina, arginina, lignano-calceolariosídeo, a-caroteno epóxido, b-caroteno, esteróide-charantina, criptoxantina, triterpenos-momordicina, taraxerol, momorcharisídeos A e B, diosgenina, p-cimeno, ácido gentísico, momordica charantia lectina, momordica aglutinina, fator citostático de momordica, inibidor de tripsina momordica, neroldiol, V-insulina, P-insulina, b-sitosterol, derivados de stigmasterol, 5-hidroxitriptamina, verbascócido, vicina e o alcalóide zeatina.
Fruto: polissacarídeos (com 16% de ácido galacturônico).
Sementes: aminoácidos, ácido glutâmico e glicina.
Contra-indicação
Contra-indicado para gestantes, nutrizes e crianças; as sementes contém compostos tóxicos, não devendo ser ingeridas em grandes quantidades.
Uso medicinal
Febrífugo, anti-reumático, anti-helmíntico.
São reportados usos para afecções biliares, catarata, cólicas abdominais, colite, cravos, dartro, dores de ouvido, dor reumática, escabiose, enxaquecas, febre, fígado, gogo das aves, hemorróidas (especialmente a raiz), infecções da pele, irrigação vaginal, leucorréia, malária, menstruações difíceis, mordida de serpentes, morféia, problemas de pele (eczemas, acne, sarna e furúnculos), picadas de insetos, problemas gástricos, pruridos, queimaduras, resfriado, reumatismo, úlceras malignas, vermes.
- frutos cozidos: vomitivos e antivenéreos.
- frutos maduros em cataplasmas: hemostáticos.
- suco das folhas: emético, purgante, mordida de serpentes e afecções biliares.
- raiz: adstringente.
- decocção das folhas: infecções da pele.
- infusão das folhas (forte): escabiose, picadas de insetos, malária, pruridos e úlceras malignas
- infusão da planta inteira: resfriado
- folhas e frutos: gogo das aves
- infusão de 10 g de folhas secas por litro de água: leucorréia, menstruações difíceis e cólicas causadas por vermes.
- infusão do fruto: hemorróidas.
- ungüento: arilo contuso misturado com vaselina: tumores, furúnculos e carbúnculos.
- suco: machucar as folhas verdes em óleo de amêndoas doces: queimadura.
- suco puro das folhas: sarna.[3]
Extratos dos frutos, folhas e raízes de Momordica charantia Linn (Cucurbitaceae) são eficientes no tratamento da diabetes tipo II
Habitat
A planta cresce em áreas tropicais na Ásia, na Região Amazônica, no leste da África e nas Ilhas do Caribe.
Dist. Geográfica
Ocorre virtualmente em todas as regiões habitadas do país (Lorenzi,2000).
História
No Brasil, os frutos são consumidos principalmente pela comunidade nipo-brasileira. São colhidos e vendidos verdes em feiras livres na cidade de São Paulo onde se concentram estas comunidades.
Podem ser consumidos também em alguns restaurantes japoneses mais tradicionais. São popularmente conhecidos entre eles como nigauri, nigagori ou goya, sendo esta última denominação utilizada pelos descendentes provindos da província de Okinawa, onde consome-se muito este fruto.
Seu nome Melão-de-são-caetano se deve aos escravos que se estabeleceram na região das minas auríferas e plantaram ao redor de uma capelinha em Mariana. O padroeiro da capela era S. Caetano e os frutos parecidos com melão. Daí o nome Melão de São Caetano.
Observações
Causa queda drástica da taxa de glicose sangüínea em poucas horas; pode ter ação teratogênica; in vitro, é um inibidor da síntese protéica; pode causar aborto.
Alguns autores afirmam que meia colherada do sumo do fruto maduro pode matar um bezerro grande em 16 horas, depois de apresentar vômitos e diarréia; constatou-se lesões testiculares em cães e alterações sobre os parâmetros sangüineos em suínos.
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