As broca-das-curcubitáceas como são conhecidas, atacam as folhas, brotos novos, ramos e , principalmente, os frutos do pepineiro. Os brotos novos atacados secam e os ramos ficam com as folhas secas. Nos frutos abrem galerias e destroem a polpa, acarretando seu apodrecimento e inutilização. A espécie D. nitidalis ataca os frutos de qualquer idade, enquanto D. hyalinata ataca as folhas e a casca dos frutos.
Diaphania nitidalis:
É uma mariposa de 30 mm de envergadura e 15 mm de comprimento. Tem coloração marrom-violácea, com asas apresentando uma área central amarelada semitransparente, e os bordos marrom-violáceos. A fêmea efetua a postura nas folhas, ramos, flores ou frutos, e suas lagartas, que são esverdeadas, atingem 20 mm de comprimento. Estas lagartas alimentam-se de qualquer parte vegetal, mas dá preferência aos frutos. Após o período larval, que é de, aproximadamente, 10 dias, transformam-se em pupas sobre folhas secas ou no solo, passando ao estágio adulto após 12 a 14 dias. O ciclo completo é de 25 a 30 dias. Estes insetos atacam com maior intensidade de setembro a maio, diminuindo no outro período do ano.
D. hyalinata: Tem as mesmas características da espécie anterior quanto aos hábitos e ocorrência.
As lagartas de D. hyalinata são controladas mais facilmente, pois tem o hábito de se alimentar das folhas, enquanto as lagartas de D. nitidalis concentram seu ataque nas flores e nos frutos, onde penetram rapidamente. Por essa razão é de controle mais difícil.
Com o objetivo de restringir ou até abolir a utilização de agroquímicos que são utilizados indiscriminadamente em lavouras de pepino para conserva, visando o controle de brocas, a Estação Experimental de Itajaí desenvolveu trabalho de controle da broca, utilizando um produto conhecido como Bacillus thuringiensis var. kurstak (Dipel PM), com resultados surpreendentemente positivos.
Alguns procedimentos devem ser adotados pelo produtor para que tenha êxito:
a) a área do plantio deverá estar isenta de plantas hospedeiras das brocas, como abobrinha, abóboras, melão melancia e outras cucurbitáceas.
b) Aplicar o Bacillus thuringiensis em toda a planta logo no início do ataque das lagartas. Usar a dose de 1 grama/Litro de água, acrescido de 1,5 ml de Agr`óleo (espalhante adesivo). Repetir a cada cinco (5) dias, sempre no final da tarde. Caso chova no dia seguinte ao da aplicação, repete-se a pulverização.
c) Utilizar pulverizador exclusivo para produtos biológicos. Evitar contaminações do Bacillus thuringiensis com produtos químicos.
Conservação do produto
Armazenar o produto longe de produtos químicos, protegendo da luz solar e do calor.
Depois de aberto o pacote para o uso, fechar bem e guardar dentro de lata fechada para se evitar umidade, luz e calor sobre o Bacillus thuringiensis.
Resultados de pesquisa
Para os resultados do controle das brocas com aplicação de Bacillus thuringiensis, chamamos a atenção para o controle observado durante o cultivo de outubro a dezembro. A baixa porcentagem de frutos brocados neste período foi em face do escape promovido pelo pela época desfavorável ao desenvolvimento da broca, saída de inverno (Figura A).
Observa-se que no cultivo de março a maio, mais da metade dos frutos da testemunha foram brocados, por ser uma época muito favorável às brocas, saída de verão (Figura B).
Utilizar-se de períodos de escape é uma estratégia inteligente, e que o produtor deve aproveitar.
Controle de brocas de pepineiro (Marinda) com Bacillus thuringiensis var. kurstak, por meio de aplicações de Dipel PM 1g/L, em intervalos de 5, 7 e 9 dias. Figura A: Cultivo de outubro a dezembro; Figura B: Cultivo de março a maio.
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