google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 VIDA NATURAL: Cultivo Orgânico do Pepino

ANUCIOS

domingo, 22 de março de 2020

Cultivo Orgânico do Pepino



Pepino

Em épocas de temperaturas altas, o pepino (Cucumis sativus) é uma das hortaliças que têm lugar certo nas mesas dos brasileiros (Figuras 2, 3 e 4). Composto por 95% de água, destaca-se em diferentes receitas culinárias. De vários tamanhos e formato cilíndrico, o pepino tem casca verde-clara ou verde-escura, com estrias esbranquiçadas. A polpa de cor clara envolve sementes achatadas. Pertencente também à família das cucurbitáceas (abóboras, morangas, abobrinhas, melancia e melão), o pepino tem origem atribuída à Índia, de onde o cultivo teria se espalhado para a China e países europeus; foi muito apreciado pelos gregos e romanos na Antiguidade. 

Figura 2. Pepino para salada


Figura 3. Pepino em conserva

Uso culinário, propriedades nutricionais e terapêuticas: são muito utilizados em saladas ou como picles. O seu suco é utilizado em máscaras faciais, cremes, loções, xampus e outros cosméticos. O prato mais comum no Brasil feito com pepinos é a salada, onde é servido cru, cortado em cubos ou fatias, junto com tomate e cebola e, temperado com azeite, vinagre e ervas. Como são compostos de aproximadamente 95% de água, os pepino têm um teor de calorias muito baixo (menos de 15 calorias em uma xícara de pepino), boa fonte de fibras e pequenas quantidades de vitamina C e folato. Também contém ferro, cálcio, fósforo, cloro, enxofre, magnésio, potássio, sais minerais e vitaminas A, C e do complexo B. Os naturalistas geralmente recomendam o pepino como diurético natural, mas qualquer aumento na frequência da urina provavelmente se deve ao seu conteúdo de água e não à outra substância. Embora seja mais comum seu uso em salada e como picles – vegetais em conserva –, também pode ser feito um suco que auxilia no tratamento de inflamações do tubo digestivo e da bexiga, pressão alta e afecções dos dentes e da gengiva. O pepino também tem capacidade para combater enfermidades da garganta quando combinado com mel, purificar o organismo e eliminar gorduras. Cabelos e unhas se beneficiam do alto teor de sílica e flúor que a planta apresenta. O pepino batido no liquidificador, com água e mel, serve para as mãos ressecadas por detergente. 

Cultivo: Existem inúmeras cultivares e híbridos de pepino, para salada e para indústria, disponíveis no mercado. Para as cultivares e, especialmente aquelas que o produtor vem melhorando a cada ano, recomenda-se que o produtor retire as sementes das melhores plantas para multiplicação. Clima quente, com temperaturas entre 26 e 28 ºC, é o mais adequado para o plantio do pepineiro. Em regiões mais frias, o cultivo deve ser realizado em locais protegidos, onde seja possível monitorar a variação da temperatura. A exemplo das abóboras, a produtividade depende da eficiência da polinização pelas abelhas, que tem a maior atividade entre 28 a 30ºC. Na maioria das cultivares, as flores são monóicas, com predominância das masculinas sobre as femininas. Mas, trabalhos de melhoramento genético criaram híbridos que produzem, quase exclusivamente, flores femininas, o que aumenta a produtividade, uma vez que somente as flores femininas geram frutos. O pepineiro depende da polinização cruzada realizada por insetos como as abelhas, que fazem o transporte do pólen, por isso é proibido a aplicação de inseticidas, uma vez que exterminam com elas, além de contaminar os frutos e o meio ambiente.  Temperaturas mais elevadas proporcionam maior número de flores masculinas; por outro lado, temperaturas mais amenas e, com período curto de luz, estimulam maior número de flores femininas que darão origem aos frutos. Por não tolerarem o frio, o pepino pode ser semeado no litoral, a partir de setembro e, no máximo, até o final de janeiro. Em regiões com altitude superior a 800 m, a semeadura pode ser feita de agosto a fevereiro. As variedades mais plantadas nas regiões Sudeste e Sul pertencem aos grupos Caipira, Aodai e Japonês (tipo salada), com tamanhos que variam de dez a 30 centímetros de comprimento. Para a conserva, os frutos não devem ultrapassar dez centímetros de comprimento; os mais produtivos são híbridos, destacando-se as cultivares Guaíra, Colônia, Ginga Ag-77, Premier, Primepak, Pioneiro e Score, entre outros. Os do grupo Caipira produz frutos de tamanho médio, com 10 a 14 cm, claros, alongados ou bojudos, com 3 a 5 lóculos; Dentre estes destacam-se as cultivares Pérola, Rubi, Colonião, Imperial II, Nobre, Safira, entre outros. Os do grupo Aodai produzem frutos alongados, cilíndricos, bem retos, com 20 a 25 cm de comprimento, 4 a 5 cm de diâmetro e peso médio de 320 a 400g; Dentre estes destacam-se as cultivares Monark, Vitória, Nazaré, Ginga, Midori, Sprint 440 S, dentre outras. Os pepinos do grupo Japonês (Figura 4) são híbridos mais adaptados ao plantio em abrigo, tais como Tsuyataro, Rensei, Seiriki nº5, Nikkey, Top Green, Ancor 8, Flecha, dentre outros. Ambos os tipos (salada e conserva) têm produção mais comum a céu aberto.

Figura 4. Pepino Japonês

Tanto o pepino para conserva como para saladas, podem serem tutorados e protegidos (Figura 5), o que facilita os tratos culturais e a colheita, além de produzir frutos de melhor qualidade (frutos com melhor coloração e menos deformados). Formação de mudas, plantio e adubação:  Grande parte dos produtores faz a semeadura direta na cova, semeando 3 a 4 sementes por cova, a uma profundidade de 2 cm, fazendo-se o desbaste e deixando uma a duas plantas por cova, quando tiverem duas ou três folhas definitivas. Mas, quando se usa sementes híbridas, de custo elevado, o melhor é semear em recipientes, como os copos de jornal ou de plástico e bandejas de isopor, para se obter melhor aproveitamento (na matéria postada neste blog, em 31/10/2012, ensina como fazer copos de jornal). Em locais mais frios, a formação das mudas em recipientes, nos abrigos, favorece a germinação, a emergência e o desenvolvimento inicial das plantas, garantindo uma colheita antecipada. Neste caso deve-se semear uma semente por copo ou célula da bandeja e transplantar a muda quando tiver o primeiro par de folhas definitivas. As covas indicadas para o pepino tutorado devem ser preparadas no espaçamento de 1 a 1,20 m entrelinhas por 40 cm entre plantas. Para o pepino conserva, no sistema rasteiro, recomenda-se o espaçamento de 1 m entre linhas por 30 cm entre plantas, deixando-se uma ou duas plantas por cova. A germinação ocorre cinco dias após o plantio e leva mais 25 dias para a floração. Tanto a adubação de plantio, como de cobertura, se necessário, deve serem baseadas na análise do solo e do adubo orgânico. Tutoramento: O pepineiro pode ser plantado no sistema rasteiro, porém, o tutoramento é o mais indicado no cultivo orgânico, pois facilita os tratos culturais, especialmente os fitossanitários e a colheita, além de diminuir os riscos de ataque de doenças, deformação e má coloração dos frutos. O tutoramento indicado é o vertical, feito com varas de bambu ou de madeira com 2,2 a 2,5 metros de comprimento, apoiadas em um arame de 1,2 a 1,8 m de altura do solo. À medida que a planta for se desenvolvendo, é preciso fazer amarrações dos ramos no tutor.  Irrigação: O solo deve ser mantido úmido por meio de distribuição de água nos sulcos de 30 a 40 centímetros de abertura e 25 a 30 centímetros de profundidade, ou da irrigação pelo sistema de gotejamento (preferencialmente), microaspersão ou aspersão convencional. Manejo das plantas de pepino: No caso do pepino japonês, recomenda-se eliminar os primeiros frutos, quando estiverem pequenos (1 a 2cm), dos três primeiros nós da haste principal. À medida que a planta se desenvolve, haverá emissão de frutos na haste principal e emissão de hastes laterais, em cada nó da planta, que produzirão seus próprios frutos. Para obter-se mais frutos dentro do padrão exigido pelo mercado, ou seja, 20 cm de comprimento e 3 cm de diâmetro, aproximadamente, recomenda-se: a) eliminar todos os frutos da haste principal e b) manter apenas dois frutos por cada haste lateral, podando a mesma antes de emitir o 3º fruto. Manejo de plantas espontâneas: O uso de adubos verdes, a exemplo do cultivo do chuchuzeiro, é recomendado para o pepino, com o objetivo de melhorar o solo, reduzir a infestação de plantas espontâneas e a erosão. Principais pragas e doenças, rotação e consorciação de culturas: ver matéria "Cultivo orgânico de hortaliças-frutos - Parte I", postada em 31/10/2012.

Figura 5. Cultivo tutorado e protegido de pepino

Colheita: No pepino conserva a colheita inicia-se 28 dias após o plantio, prolongando-se por dois meses. Para o pepino salada, a colheita inicia-se entre 60 e 80 dias após a semeadura, prolongando-se por dois meses, aproximadamente. Colheitas frequentes estimulam a produtividade. Recomenda-se fazer no mínimo três colheitas por semana nos pepinos para salada, enquanto que nos tipos para conserva, dependendo da exigência do mercado, pode ser até diária e, no máximo, a cada 2 dias.


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