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ANUCIOS

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Abajerú (Chrysobalanus icaco)


Abajerú

Chrysobalanus icaco

O Abajeru é um arbusto originário da América Tropica, da família das Chrysobalanaceae, que possui um fruto comestível, é comum em beiras de praias.

Descrição : Planta da família das Chrysobalanaceae, també conhecido como ajuru, apioba, engmo (Angola), icaco, jingimo (Angola), mafua (Angola).

É um arbusto que mede de 1 à 3 metros, de caule espesso, raramente chega à 10 metros. Encontra-se perto das praias e rios.

Tem enfolhescência oval, quase circular de 3 à 10 centímetros de comprimento e 2,5 à 7 centímetros de largura.

A cor das folhas varia de verde à vermelha.

A casca é acinzentada ou marrom avermelhada, com manchas brancas.

As flores são pequenas, em cachos, aparecendo no final da primavera, crescem em racemos, geralmente esbranquiçadas.

No final do verão nascem fruto em gomos, que da forma costeira a ser rodada, até 5 centímetros de diâmetro, amarelo pálido com tons rosa ou roxo escuro na cor, enquanto que o interior é a forma oval, de até 2,5 centímetros escuro roxo.

A árvore é capaz de sobreviver ao inverno, no entanto, a forma costeira é altamente tolerante ao sal, por isso é muitas vezes plantada para estabilizar bordas praia e evitar a erosão, é também plantado como arbusto ornamental. O fruto é comestível e é usado para doces.

Parte utilizada: Folhas.

Origem : América Tropical, incluindo Bahamas e Caribe. Cresce em regiões costeiras desde a Florida até sul do Brasil, nas costas da África, com muitas variedades e subespécies, naturalizadas em Ilhas do Índico e Pacífico e no Sudeste da Ásia

Princípios Ativos: Ácido pomólico, este ácido induz a apoptose, morte celular programada nas células cancerosas, porém ele não é extraído da planta através de chá e sim por outros métodos.

Propriedades : Hipoglicemiante, adstringente, antiblenorrágico, antidiabético, antirreumático.

Indicações: Blenorragia, diarreia crônicas, leucorreia, reumatismo, câncer, diabetes.

Contraindicações/cuidados: Tome cuidado pois esse chá pode vir a ser prejudicial a portadores do câncer.

Modo de usar: Infusão das folhas.

Abajerú - Cerca Viva


O Abajeru no combate ao câncer

Cientistas brasileiros isolaram nas folhas do arbusto abajeru (Chrysobalanus icaco) uma substância anticancerígena, o ácido pomólico, capaz de destruir diversos tipos de tumores. O composto surpreendeu os pesquisadores ao apresentar atividade também contra células cancerosas resistentes a múltiplas drogas, uma característica considerada rara pelos cientistas.

A atividade anticancerígena foi constatada em laboratório, em testes realizados com linhagens de células de tumores de mama, cérebro, pulmão, intestino, laringe e medula. 'O que mais chamou nossa atenção foi observar que a substância matava também linhagem de células de leucemia resistentes a múltiplas drogas', afirmou a pesquisadora Cerli Rocha Gattass, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas, que está coordenando os testes.

Uma característica particularmente valiosa do ácido, só encontrada em um número muito reduzido de compostos, é sua capacidade de afetar células com resistência a múltiplas drogas (MDR), principal causa da falha de quimioterápicos. A resistência a quimioterápicos normalmente usados no combate à doença é um problema sério porque praticamente inviabiliza o tratamento. Segundo os cientistas, substâncias capazes de matar a célula doente e, ao mesmo tempo, driblar a resistência são muito raras. No Brasil, não há nenhuma patenteada.

Usado popularmente no tratamento da diabetes, o abajeru, encontrado em regiões tropicais da África e América do Sul, foi alvo do estudo da pesquisadora Maria Auxiliadora Kaplan e sua aluna de doutorado, Raquel Oliveira Castilho, do Núcleo de Pesquisa de Produtos Naturais da UFRJ. A doutoranda isolou várias substâncias da planta, das quais três foram testadas para detectar atividade anticancerígena.

O ácido pomólico foi o mais efetivo. "Ele atua induzindo a apoptose, a morte celular programada, nas células cancerosas", explica a biofísica Cerli Rocha Gattass, chefe do Laboratório de Imunoparasitologia da UFRJ, que coordenou os testes. A substância apresenta ainda uma baixa letalidade de células normais, apenas 12% a 14%, e requer uma menor dose para surtir o mesmo efeito de outros quimioterápicos, como a cisplatina.

A maneira pela qual o ácido consegue evitar a MDR ainda não está esclarecida. A resistência funciona a partir de proteínas que atuam como bombas, expulsando os medicamentos para fora da célula e reduzindo sua efetividade. "O ácido pomólico surpreendeu porque conseguiu afetar células de um tipo de leucemia que expressa MDR -- uma das linhagens mais resistentes", revela a biomédica Vivian Rumjanek, chefe do Laboratório de Imunologia Tumoral e que também coordenou os testes.

O próximo passo é testar o composto em camundongos. O grupo da UFRJ espera que a substância desperte o interesse de alguma indústria farmacêutica para que, um dia, possa ser transformada em remédio. Os testes preliminares não demonstraram toxicidade. 'Acreditamos que a substância tem um altíssimo potencial, tanto que investimos na patente', afirmou Cerli. 'Se tudo isso for confirmado, será de grande interesse para a indústria farmacêutica.' A substância foi isolada por Raquel Oliveira Castilho, no Laboratório de Produtos Naturais da UFRJ. Sua atividade foi analisada por Cerli, Vivian Rumjanek e Janaína Fernandes.

Pelo potencial de uso que apresenta, Chrysobalanus icaco L. tem sido recorrentemente citado na literatura. Pescadores da América e África cozinham sua casca e utilizam para tingir, endurecer e tornar mais duradouras as suas redes (Pio Corrêa, 1926; Fonseca-Kruel et al., 2006). Seus frutos com uma polpa branca e adocicada são comestíveis e em muitos países utilizados como doces e em conservas, sendo em alguns locais comercializados em feiras e mercados (Pio Corrêa, 1926; Braga, 1960; Ferrão 1999; Ugent & Ochoa, 2006). O óleo da semente era outrora aproveitado para preparação de uma emulsão antidiarréica e para ungüentos (Pio Corrêa, 1926). Suas raízes, cascas e folhas são adstringentes e utilizadas contra disenterias, catarro de bexiga, leucorréias (Pio Corrêa, 1926; Freise 1934; Roig y Mesa, 1945; Wong, 1976; Hoehne, 1978; Agra et al., 2008) e pedra nos rins (Fonseca-Kruel et al., 2006). O potencial como agente anti-tumoral (Fernandes et al., 2003) e também no combate ao diabetes mellitus foram amplamente divulgados na literatura (Costa, 1977; Pereira, 1997; Lorenzi & Matos, 2002; Fonseca-Kruel et al., 2006; Albuquerque et al., 2007). É utilizada também como planta ornamental na América do norte.

O diabetes atinge aproximadamente 35 milhões de pessoas nas Américas (Sartorelli & Franco, 2003) e, particularmente no Brasil, cerca de 11 milhões de pessoas, segundo a estimativa da Sociedade Brasileira de Diabetes (Netto, 2007). Desta forma compreende-se porque inúmeras espécies vegetais são utilizadas no mundo para minimizar suas conseqüências (Bnouham et al., 2006; Funke & Melzig, 2006; Cavalli et al., 2007; Torrico et al., 2007; Figueiredo & Modesto-Filho, 2008; Janebro et al., 2008). No Brasil cerca de 200 espécies são usadas para este fim, sendo que 52 foram estudadas experimentalmente e apresentaram atividade analgésica, antiinflamatória e hipoglicemiante comprovada (Barbosa-Filho et al., 2005). Dentre estas, C. icaco vem apresentando excelentes resultados (Presta & Pereira, 1987; Castilho et al., 2000; Mors et al., 2000; Barbosa-Filho et al., 2005; Barbosa et al., 2006). Esta espécie conhecida no Brasil como abajurú, abajerú, bajerú, guajurú, entre outros nomes populares, ocorre no litoral brasileiro e também no litoral dos paises do norte da América do Sul, América Central e México, bem como na costa ocidental da África (Prance, 1972).

Em conseqüência de seu reputado efeito no controle ao diabetes, o comércio das folhas frescas e/ ou secas de C. icaco pode ser facilmente verificado tanto em feiras e mercados como na forma de ensacados vendidos, em diferentes estabelecimentos comerciais, na cidade do Rio de Janeiro. Neste sentido, o Mercado de Madureira, localizado na zona norte da cidade, destaca-se pelo número de erveiros e quantidade de espécies comercializadas. Dentre estas, o abajurú mereceu destaque por ter sido verificada a comercialização simultânea, sob esta denominação popular, tanto de C. icaco, como também de Eugenia rotundifolia (Myrtaceae).

O uso de diferentes táxons, sob uma mesma designação popular não é nova na literatura: a questão da espinheira-santa, no Rio de Janeiro, é um exemplo recente da introdução e absorção, no repertório popular, de espécies morfologicamente semelhantes, mas que não necessariamente apresentam o mesmo efeito farmacológico desejado (Gonzales et al., 2001; Coelho et al., 2002; Coulaud-Cunha et al., 2004). O uso tradicional de espécies de espinheira-santa, na região sul do Brasil para o tratamento de úlceras, foi incorporado na região sudeste. Contudo, naquela região utilizam-se espécies de Maytenus (Celastraceae), enquanto que nas feiras livres do Rio de Janeiro e no próprio Mercado de Madureira verifica-se a utilização de Sorocea cf. bonplandii (Moraceae) como tal.

O presente trabalho objetivou registrar a venda de C. icaco e E. rotundifolia, sob a mesma designação popular, bem como discutir as prováveis causas e implicações envolvidas nesse processo.

MATERIAL E MÉTODOS

Ao longo dos anos de 2005 e 2006 foram aplicadas 51 entrevistas semi-estruturadas (Bernard, 1995) para levantamento de dados etnobotânicos a 15 erveiros (num total de 28) que comercializam ervas medicinais e/ou rituais no Mercado de Madureira. Utilizou-se a técnica conhecida como "bola de neve" indicada para uma população altamente especializada e de pequeno número de integrantes (Appolinário, 2006). Para tal, um informante-chave, previamente conhecido, indicou outra pessoa a ser entrevistada e assim sucessivamente. Esse mercado foi criado em 1914, tornando-se, a partir de 1929, o maior centro de distribuição de alimentos da zona suburbana do Rio de Janeiro. Apresenta hoje aproximadamente 700 boxes para venda de muitos produtos variando de alimentação, utensílios domésticos, papelarias, drogarias e principalmente de comércio de artigos religiosos, incluindo-se aí, a venda de animais para sacrifícios. No local reservado aos hortifrutigranjeiros encontram-se 28 boxes de plantas comercializadas para fins medicinais e ritualísticos, que muitas vezes vendem também temperos, legumes e verduras. Esse mercado é um dos grandes fornecedores para feirantes e vendedores ambulantes da cidade (Azevedo & Silva, 2006).

Os erveiros foram entrevistados durante o período de trabalho e conseqüentemente sem disponibilidade de tempo para longas entrevistas. Assim, optou-se por aplicar a técnica conhecida como listagem livre (freelist) (Martin, 1995; Sutrop, 2001) -mais especificamente a lista restrita de tarefas (restricted list task) - na qual cada informante foi estimulado a citar, pelo menos, dez espécies consideradas como mais comercializadas. Cada informante foi entrevistado pelo menos uma vez sendo que mais entrevistas se sucederam para aqueles que continuaram colaborando com a pesquisa que teve objetivos mais amplos do que a questão do abajurú. Para cada espécie foram anotadas informações relacionadas à(s) propriedade(s) etnofarmacológica(s) atribuída(s), formas de uso, parte(s) da planta utilizada(s) e outras informações.

Considera-se que as espécies mencionadas com freqüência indicam consenso ou conhecimento comum entre os indivíduos, dentro de uma determinada cultura. Neste sentido, para verificar o grau de importância das espécies listadas, especialmente do abajurú, no mercado de Madureira, calculou-se o "Índice de Saliência" (Smith, 1993; Martin, 1995; Cotton, 1996) que leva em consideração dois parâmetros: a freqüência e ordem de citação seguindo-se a metodologia recomendada por Quinlan (2005), utilizando-se para tal o software Visual Anthropac-Freelists 4.0 (Borgatti, 1996). Adquiriu-se material botânico das espécies listadas pelos erveiros através de compra e para a identificação do mesmo utilizaram-se chaves analíticas, bibliografia especializada, comparação com exsicatas de herbários e, quando necessário, valeu-se do auxílio de especialistas. Foram confeccionadas exsicatas, que se encontram depositadas no herbário do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB). As fotos da Figura 1 correspondem às exsicatas de C. icaco (C. Farney & L.S. Sarayba 2148; RB 279529) e de E. rotundifolia (D.Araújo 7903; RB 389252) depositadas no referido herbário.

O termo etnoespécie é aqui aplicado a duas espécies bem definidas (diferenciadas) do ponto de vista da taxonomia vegetal para as quais os erveiros entrevistados atribuem o mesmo nome popular.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No levantamento etnobotânico realizado com os erveiros no Mercado de Madureira foram reconhecidas um total de 258 espécies. A listagem livre obteve um rol de 97 espécies que são consideradas como muito comercializadas. Esta técnica de listagem livre é considerada um método etnográfico bem estabelecido, relacionado a fronteiras de domínios culturais, que parte do pressuposto que quando as pessoas listam livremente elas tendem a listar os termos em ordem de familiaridade - os indivíduos que sabem mais sobre o conteúdo solicitado listam mais do que aquelas que sabem menos - e os termos que são mais lembrados indicam que são localmente mais proeminentes (Quinlan, 2005). Na tabela 1 são apresentadas as espécies que mais se destacaram pelo índice de saliência.

O fato do abajurú (E. rotundifolia) aparecer, na tabela, em terceiro lugar, em um rol de 97 espécies, confirma a importância da mesma na farmacopéia popular do Rio de Janeiro. Dentre os 15 erveiros entrevistados, nove citaram e vendiam essa espécie de abajurú para o combate ao diabetes (houve apenas uma citação para "abaixar o colesterol"). Apenas um informante vendia a outra espécie de abajurú (Chrysobalanus icaco) e, por ter sido citada apenas por ele, esta obteve um índice de saliência de apenas 0,07. Entretanto, este erveiro comercializava também E. rotundifolia, designando-a por "abajurú genérico".

As pesquisas comprovaram, até o momento, a eficácia científica de C. icaco como hipoglicemiante (Di Stasi & Hiruma-Lima, 2003), atrelando-a sempre ao nome popular de abajurú (ou nomes correlacionados). Entretanto, não foram encontradas referências etnobotânicas, químicas e/ou farmacológicas indicando o uso de E. rotundifolia, especificamente como tal, apesar de inúmeras pesquisas confirmarem a presença de substâncias com potencial medicinal para esse gênero e para a família Myrtaceae em geral (Almeida et al., 1995; Olajide et al., 1999; Holetz et al., 2002; Coelho de Souza et al., 2004; Ravi, 2004; Barbosa-Filho et al., 2005; Oliveira et al., 2005; Bnouhmam et al., 2006; Oliveira et al., 2006; Donato & Morretes, 2007; Bertucci et al., 2008; Quintans-Júnior et al., 2008). Também não foram encontrados registros, na literatura, da comercialização desta última com o nome popular de abajurú ou qualquer outro nome.

O número de espécies vegetais utilizadas no Brasil no combate ao diabetes mellitus era muito menor no passado, mas atualmente, o país desponta na América do Sul como responsável por 23% das espécies testadas (Barbosa-Filho et al., 2005). Este fato reflete possivelmente uma tendência local (e também mundial) de acentuado incremento na freqüência dessa doença nos últimos anos, ocasionado provavelmente pelo envelhecimento da população e alterações no estilo de vida (Sartorelli et al., 2006). Para C. icaco, por exemplo, a primeira referência encontrada na literatura ao uso como hipoglicemiante foi em 1977 (Costa, 1977) embora outras atividades etnofarmacológicas já eram atribuídas anteriormente para essa espécie (Presta et al., 2007). É provável que a ação hipoglicemiante de C. icaco tenha sido amplamente noticiada a partir do incremento de trabalhos mais recentes, que reiteraram tal atividade, estimulando, desta forma, o seu uso. Neste caso, o crescimento da doença aliado ao empobrecimento da população bem como à falta de acesso aos serviços oficiais de saúde nutriram, certamente, o comércio de plantas medicinais ávido por apresentar novas espécies ou atribuir novas atividades farmacológicas a espécies já conhecidas e consumidas anteriormente para outros fins.

Por que Chrysobalanus icaco está sendo substituída por Eugenia rotundifolia?

Para Albuquerque & Hanazaki (2006) as dificuldades relacionadas ao entendimento de questões envolvendo os padrões que levam à escolha de espécies, para uso medicinal, devem estar associados a testes de hipóteses. Esses autores salientam que é preciso tentar explicar como as pessoas selecionam plantas e animais para uso medicinal e que critérios envolvem tal escolha. Da mesma forma a substituição de espécies, na medicina popular, deve ser analisada. Assim, as considerações abaixo apontam algumas possibilidades para o caso específico do abajurú.

Chrysobalanus icaco ocorre em diversos estados brasileiros (AM, MA, CE, PA, PI, PE, SE, BA, ES, RJ e SP) (Prance, 1972) e para o Rio de Janeiro foram registradas coletas nos Municípios de Arraial do Cabo, Cabo Frio, Rio de Janeiro e Saquarema (Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2007). Ocorre também no Município de Angra dos Reis, na Reserva da Praia do Sul (Ilha Grande) e ao norte do Município de Rio das Ostras (Doroty Sue Dun Araújo, comunicação pessoal).

Apresenta ampla plasticidade para estabelecer-se em diferentes associações vegetais, na vegetação costeira, desenvolvendo-se em brejos, mangues e restingas, em locais sujeitos a déficit hídrico ou a inundação em determinadas épocas do ano e em solos com afloramento de rochas (Santana & Silva, 2000; Oliveira & Souza, 2005). Na restinga da Marambaia, entretanto, esta espécie está presente somente na formação vegetacional denominada "arbustiva aberta não inundável", composta predominantemente por Myrtaceae (Menezes & Araújo, 2005). Trata-se de um arbusto ou pequena árvore de até 5 metros de altura, freqüentemente com ramos decumbentes, com folhas geralmente orbiculares a ovado-elípticas de 2-8 cm de comprimento e 1,2-6,0 cm de largura, retusas, arredondadas ou com pequeno acúmem no ápice, base sub-cuneada, glabras em ambas as faces e com pecíolo medindo 2 a 4 mm de comprimento (Prance, 1972).

As Chrysobalanaceae são morfologicamente distintas das espécies brasileiras de Myrtaceae no que diz respeito a muitos aspectos, dentre eles, a filotaxia, que é alterna (e oposta nas Myrtaceae) e folhas sem pontos translúcidos e nervura marginal, comuns em Myrtaceae. Apesar disso, a forma semelhante das folhas de C. icaco e E. rotundifolia pode confundir um leigo (Figura 1).

E. rotundifolia é também um arbusto, de cerca de 2 m de altura, com folhas opostas, elípticas obovadas ou suborbiculares, ápice arredondado, obtuso ou obtuso-acuminado e base arredondada, obtusa ou aguda, bordo revoluto, coriáceas, discolores, densamente pontudas (Souza, 2005). Ocorre nas restingas, principalmente nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Especificamente para o Rio de Janeiro, foram registradas coletas em Armação dos Búzios, Cabo Frio, Carapebus, Macaé, Maricá, Rio de Janeiro, São João da Barra e também em Saquarema (Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2007; Souza, 2005).

O trabalho realizado por Pereira et al. (2001) na comunidade arbustiva fechada localizada no cordão arenoso interno da restinga de Barra de Maricá aponta E. rotundifolia como rara na área estudada (com apenas um indivíduo em área estimada de 1 ha). Entretanto para os autores trata-se de uma espécie mais abundante em outras formações vegetais dos cordões arenosos. Nesse sentido, Doroty Sue Dun Araújo (comunicação pessoal) informa que apesar de não muito freqüente na região das dunas de Arraial do Cabo, é bem comum, perto da praia, em outras restingas como a de Maricá e de Macaé. Nessa última, nos trabalhos extensos, ainda não publicados, de levantamento fitossociológico no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba E. rotundifolia está entre as 10 espécies mais importantes na restinga arbustiva aberta de Clusia. Segundo Menezes & Araújo (2005), E. rotundifolia ocorre na restinga de Marambaia em uma formação herbácea (herbácea fechada de cordão arenoso) e em três arbustivas (arbustiva aberta não inundável; arbustiva fechada de pós-praia e arbustiva fechada de cordão arenoso) sendo muito comum nas duas primeiras. Esses mesmos autores encontraram C. icaco apenas na formação arbustiva aberta não inundável.

No estado do Rio de Janeiro muitas restingas apresentam essas formações - especialmente as mais abertas - que estão sob forte pressão antrópica. Entretanto, de acordo com as informações obtidas com alguns erveiros, a fiscalização dos órgãos ambientais do estado tem impedido, em parte, a extração de abajurú (C. icaco) em áreas litorâneas. Isto provavelmente estimulou a procura por outra espécie que pudesse substituí-la. Provavelmente, o fato de E. rotundifolia ter distribuição mais ampla no estado do Rio de Janeiro e apresentar certa semelhança com C. icaco colaborou para que extratores e erveiros passassem a vendê-la e denominá-la como abajurú. Os nomes populares encontrados na literatura para E. rotundifolia foram "jaboticaba do mangue" (Pio Corrêa, 1926) e "aperta-goela" (Zamith & Scarano, 2004). Coincidentemente, este mesmo nome vulgar é empregado pela população caiçara da Ilha Grande (Rio de Janeiro) para C. icaco. Possivelmente o emprego de um mesmo nome popular para duas espécies pode ter contribuído também para a comercialização de uma pela outra. No mercado de Madureira E. rotundifolia foi também denominada pelos erveiros como "abajurú-do-mangue".

As pesquisas realizadas para avaliação do uso seguro das plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil ainda são insipientes, sendo que a maioria das plantas nativas ainda não foi avaliada quanto à sua segurança e eficácia (Rates, 2001; Carvalho et al., 2008; Marliére et al., 2008; Silveira et al., 2008; Veiga-Junior, 2008), assim como é insipiente o controle da comercialização pelos órgãos oficiais em feiras livres, mercados públicos ou lojas de produtos naturais (Veiga Jr & Pinto, 2005). Sendo assim nenhuma espécie usada na medicina tradicional deveria ser usada antes que os estudos de segurança tivessem sido completados (Barbosa-Filho et al., 2005). A introdução de E. rotundifolia no mercado informal pode refletir, por um lado, o efeito de alguma fiscalização na coleta de exemplares em áreas de vegetação natural protegidas e, por outro lado, a ineficiência do controle da comercialização do abajurú oferecido à população.

Fontenelle et al. (1994) caracterizaram a anatomia e micromorfologia de 11 espécies de Eugenia encontradas na restinga de Maricá (RJ) inclusive de E. rotundifolia. A anatomia foliar de C. Icaco também foi trabalhada por Espinosa-Osornio et al. (2002). Esses trabalhos certamente servirão de base para a verificação de ocorrência de fraudes e identificação de espécies ensacadas e comercializadas no mercado informal, com a designação popular de abajurú.

Segundo as informações obtidas no mercado de Madureira com um erveiro que também fornece abajurú para outros erveiros e feirantes de outras localidades, a venda destas etnoespécies atinge cerca de 70 molhos por semana na venda interna diária dentro do mercado, e aproximadamente 1.000 molhos por semana, na venda durante a madrugada (do lado de fora do mercado) para feirantes que irão revendê-las em feiras livres e bancas isoladas da cidade. Neste contexto, não se pode descartar a possibilidade de redução das populações, na natureza, pela intensificação da extração em seus ambientes naturais. Zamith & Scarano (2004) estudando a viabilidade da produção de mudas destinadas a plantios para a restauração de restingas degradadas informam que E. rotundifolia se apresenta viável para a produção de mudas, visto o seu potencial elevado para germinação (em torno de 60%). Assinalam, entretanto, que a germinação é lenta (em média 61 dias para a emergência da parte aérea), o que pode acarretar na não uniformidade entre plântulas e maior risco de perda das sementes por deterioração, uma vez que estas permanecem no solo por um certo tempo, antes da germinação.

Numa primeira análise pode-se pensar então que a introdução de E. rotundifolia para a venda popular com o nome de abajurú seja, em parte, um artifício encontrado pelos extratores para driblar a fiscalização. Entretanto, não faz muito sentido tendo em vista que ambas são vendidas muitas vezes ensacadas, o que dificulta o reconhecimento (Figura 2). Quem fiscaliza saberia diferenciar as duas espécies?

Uma segunda hipótese estaria ligada simplesmente a um problema de dificuldade no reconhecimento das espécies pelos extratores e erveiros vendedores, bem como pelos consumidores, por conta da morfologia semelhante.

Uma terceira hipótese - e talvez a mais interessante - seria haver, por parte dos erveiros, a atribuição da atividade hipoglicemiante também à E. rotundifolia, uma vez que outras espécies de Myrtaceae (pitanga, jambo e eucalipto) já são usadas pela população como tal. É importante salientar que, no comércio popular de espécies consideradas medicinais, a confiabilidade das informações transmitidas pelos erveiros é fundamental: as relações interpessoais e a disseminação de informações dentro de um mercado, como o de Madureira, vão mais além do que a simples troca de receitas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estudos etnobotânicos em ambientes urbanos são fascinantes e abrem muitas portas para se conhecer o que não tem sido catalogado (Balick & Lee, 2001). Ademais, os padrões de usos locais para espécies consideradas medicinais, em áreas urbanas, não são ainda bem entendidos.

Questões relacionadas às teorias da aparência e de disponibilidade de espécies são discutidas em diversos estudos (Stepp & Moerman, 2001; Albuquerque & Lucena, 2005; Akerreta et al., 2007) na tentativa de entender que fatores determinam as preferências e critérios de locais de seleção para uso das plantas. Voeks (1996) sugere que erveiros da Floresta Atlântica da costa do Brasil preferem florestas secundárias e áreas perturbadas: plantas usadas como medicinais precisam ser abundantes e acessíveis. Como citado anteriormente E. rotundifolia é uma espécie abundante, possibilitando o extrativismo.

Além dos fatores ambientais, fatores culturais certamente influenciam a distribuição ou a área de uso das espécies já que atuam na seleção de plantas medicinais. Para Akerreta et al. (2007) o fator cultural pode, às vezes, ser decisivo na escolha de plantas, até mais do que a abundância e disponibilidade das espécies. Por exemplo, quando a população local percebe as propriedades químicas e medicinais de uma planta. Nesse sentido, para o caso do abajurú (E. rotundifolia), isso vem de encontro a nossa hipótese relacionada à idéia de que as pessoas poderiam, de fato, estender (e experimentar) o uso no tratamento contra os efeitos do diabetes para novas espécies da família Myrtaceae.

No processo das interações das populações com as espécies vegetais, encontros casuais podem levar a descobertas justificadas posteriormente pela ciência. Se levarmos em consideração que certamente existem várias espécies na restinga morfologicamente semelhantes, a substituição de C. icaco justamente por E. rotundifolia no comércio popular, poderá também ser explicada, ou não, por futuras pesquisas farmacológicas.



Benefícios e propriedades do chá de abajerú

O abajerú é indicado para tratar blenorragia, diarreia, reumatismo, câncer e diabetes tipo dois. Conheça mais sobre essa planta.

Originária da América Tropical, com forte presença na área litorânea, o abajerú é um arbusto da família das Chrysobalanaceae.

A planta possui frutos comestíveis, também usados na produção de doces e suas folhas, na forma de chá, são eficazes para tratar algumas doenças, pois possuem propriedades hipoglicemiante, antiblenorrágico, antidiabético e antirreumático.

O uso da abajerú é ornamental e também para estabilizar bordas praia e evitar a erosão. A planta é tolerante ao sal e sobrevive bem ao inverno. Ela pode chegar a medir entre um e três metros. A cor das folhas varia de verde à vermelha, enquanto que a casca assume coloração acinzentada ou marrom avermelhada, com manchas brancas.


Princípios ativos do abajeru

A planta é rica em ácido pomólico, que induz a apoptose celular, ou seja, a morte celular que ocorre de forma ordenada e demanda energia para a sua execução. O abajerú é indicado para tratar de problemas relacionados a blenorragia, diarreia crônica, leucorreia, reumatismo, câncer e diabetes tipo dois.

Acredita-se também que o uso do abajerú é eficaz para abaixar o colesterol e no processo de emagrecimento.

A forma mais usada nesses tratamentos é através do chá, feito a partir das folhas do abajerú. Porém, seu uso deve ser orientado pelo médico, pois assim como ela pode trazer benefícios para a saúde, também pode agravar alguns problemas, caso consumido em excesso.

Preparando o chá de abajerú

Para preparar o chá de abajerú, basta colocar para ferver um litro de água. Depois, acrescente 20 folhas da planta na água fervente e desligue o fogo. Deixe descansar por cerca de 15 minutos, com a panela tampada. Em seguida, basta coar e a bebida está pronta para ser consumida.

A recomendação é que a ingestão não ultrapasse as três xícaras diárias.




sábado, 1 de julho de 2017

Abacaxi, plantas que curam


Abacaxi

Ananas Comosus e Ananas Sativus.

Arbusto da família das bromélias, originário da América Tropical, Caribe e Ásia, o abacaxi possui uma fruta muito nutritiva e saborosa com diversas propriedades medicinais.

Descrição : O Abacaxi é uma planta da família das bromeliaceas (Cavalcante), também conhecido como ananás, o ananás compreende várias espécies frutíferas, existindo também algumas espécies selvagens. (Bun)
Herbácea sem caule, com folhas intrincadas na base, dispostas na forma de roseta, aciculadas, com a margem serrilhada na variedade abacaxi e lisas na variedade ananás.
Emite um ramo e em suas extremidades, urgem as flores, nas cores lilás, arroxeada e vermelha que formam o fruto.
Os frutos se unem formando um fruto composto que não contém sementes.
A reprodução é feita pelo broto lateral que aparece na base do fruto, pelo rebento que nasce na base da planta, que é mais indicado pois tem raízes, o que faz com que produza no 2°. ano.
Parte utilizada : O fruto.

Habitat: Planta originária dos trópicos, é encontrada no Havaí, Japão, Índia e Américas. É comum no norte e nordeste do Brasil, há quem afirme que é originário do estado de Pernambuco. (Cavalcante) No município de Tacauacá, existe uma espécie de abacaxi gigante, que chega a pesar 18 kilos.
Prefere solos sílico-argilosos, leves, drenados e ricos em húmus. Após a florada, o fruto leva até 4 meses para amadurecer.

Modo de conservar : Os frutos maduros e com casca, devem ser guardados em local seco e fresco. Quando descartados, guardar em geladeira.

Componentes:
Cinarina, triterpenos, saponinas, flavonoides, glicosideos, sacarideos, taninos e mucilagens.
Enzimas: bromelina.
Sais minerais Ferro, cálcio, vitaminas, ácidos orgânicos como, ácido málico, cítrico e tartárico.

Propriedades: Antiespasmódica, antitússica, expectorante, adstringente, antiséptico, despigmentador, digestivo, diurético e expectorante, lipolitico, regenerador celular, rejuvenecedor, antiflogístico e proteolítico.
Indicações: Reduz a acidez estomacal, combate as afecções estomacais, combate a azia, bronquite, catarro, ativa a circulação e faz a drenagem linfática se usado como esfoliante, alisador de cabelos crespos se usado com máscaras de tratamento.
Obesidade, o uso do farelo pode ser usado em regimes de redução de peso.
Pancreatites, como enzima de substituição para os sintomas digestivos.
Afecções da pele, como acne, espinhas, cravos e comedões, também reduz a oleosidade da pele, elimina manchas e sardas e reduz a celulite.
As suas enzimas funcionam como proteolítico e renovador celular promovendo a cura de feridas.
Apresenta também efeito inibidor da agregação trombocítica e feito anti-neoplásico.
Eleva o nível sérico dos antibióticos quando usado constantemente.
Edema pós-operatório ou pós-traumáíico, como antiflogístico.

Modo de usar:
Purê ou suco: peles oleosas e acnéicas;
Loções e compressas : auxiliar no tratamento de inflamações do rosto;
Máscara facial: ajudar na regeneração dos tecidos, eliminação de manchas e sardas;
Ingerido: afecções das vias respiratórias e da pele, bronquite e acidez estomacal, diurético brando, vermífugo, calmante da tosse e expectorante;
Cremes, gel e óleos de massagem para combater a celulite e gordura localizada;
Esfoliante enzimático para ativar a circulação do corpo e promover a drenagem linfática;
Máscaras de tratamento para alisar cabelos crespos;
As bromelinas, enzimas contidas nos frutos, na fabricação de pílulas para inflamação de tecidos;
Sucos da casca: doenças respiratórias.
Extrato: quantidade que contenha 80 mgl de bromelina , tres vezes ao dia.

Dica de Beleza : Máscara rejuvenescedora

Toxicologia : Evitar o contato com os olhos pois pode causar irritação. Não usar em mulheres grávidas e em pessoas com úlcera.
Efeitos Colaterais : Aumento do número de evacuações, ou, diarreia pastosa em intestinos com tendência à diarreia. Queixas gástricas e reações alérgicas podem aparecer após uso continuado.
Interação medicamentosa: Pode haver aumento de sangramento quando administrado simultaneamente a anticoagulantes ou inibidores da agregação trombocítica. A bromelina , associada a tetraciclinas, aumenta sua concentração no plasma e na urina.

Farmacologia: As proteinases mistura de pelo menos 5 ciste ína proteinases muito semelhantes, incluindo EC 3.4.22.4 e EC 3.4.22.5. podem ser desativadas pela presença de agentes oxidantes e ativadas com tióis como a cisteína e também, pequenas quantidades de uma fosíatase - a peroxidase, e inibidores da protease. Muito utilizado na indústria cosmética.



sexta-feira, 23 de junho de 2017

Abacate (Persea gratissima)

Abacate

Persea gratissima

Muito conhecido pelo seu fruto saboroso, nutritivo e usado em formulações cosméticas, trata-se de uma árvore frondosa que possui muitas propriedades medicinais, principalmente no tratamento de pele.
Descrição : Planta da família das Laureáceas, também conhecida como abacado e pera de advogado, o nome do gênero persea deriva do herói e semideus grego Perseu. (Santtorus, 160)
Trata-se de árvore grande, de até 20 metros de altura, muito elegante, de caule pouco reto, tendo a extremidade superior dos ramos e os brotos amarelo-tomerosos ou quase glabos, suas folhas são pecioladas, alternas, muito polimorfas, acuminadas, agudas ou agudo arredondadas na base, penivervadasa, mais ou menos reticuladas; duas flores são pálidas ou branco esverdeadas, muito pequenas, com periano quase sempre persistentes, dispostas em corimbos cotonosos; o fruto é uma baga ovoide ou piriforme, de tamanho variável, medindo até 20 centímetros de comprimento, contendo polpa verde, finíssima, comestível, envolvendo a semente, que é grande e globulosa, de cotilédones canosos e hemisféricos.
Utilização: Toda a planta.
Habitat: Nativas da América Tropical, México e América Central inúmeras variedades são cultivadas pelo mundo inteiro, Desenvolve-se em todo Brasil.
Origem: Sua origem é controvertida, muitos acreditam que tenha vindo da Pérsia, outros que seja originária das Antilhas e até mesmo do México. (Gonçalves, 155)
Plantio
Multiplicação: Reproduz-se por semente (ou mudas);
Cultivo: Plantio das sementes ou mudas o ano todo.
Não tem preferência por solos, desde que seja corrigido o PH.
Não se adapta em solos úmidos nem rasos.
Possui diversos cultivares que se adaptam em diversos climas.
Necessita de pelo menos 2 plantas para efetuar a reprodução das flores.
Colheita: Colhem-se os frutos quando maduros e as folhas mais verdes o ano todo.
Benefícios do abacate para a sua saúde:
Das folhas extrai-se remédio para reumatismo, rins, bexiga, também serve para a limpeza do fígado, que pode estar saturado de gordura e toxicinas, devido a insuficiência hepática e retenção da bile.
A polpa do abacate pode ser usada como uma manteiga vegetal e no preparo de vários pratos, bem como uma máscara facial, amaciante para mãos e pele em geral e pomada cicatrizante de feridas.
A fruta também é apontada como emenagoga.
É um bom digestivo, o chá de suas folhas secas deve ser tomado depois das refeições, sem açúcar.
A hidratação com o creme de abacate para o cabelo é um estimulante para o crescimento capilar.
Propriedades : É excitante vesicular, balsâmico, carminativo, estomáquico, vulnerário, afrodisíaco, diurético, emenagogo e anti-sifílico.
Princípios Ativos:
Sacarina gordurosa e cerácea, resina cristalizada, substância albuminoide, e da perseita cristalizada é extraído um açúcar especial, carboidratos, substâncias amargas, perseitol, óleos essenciais, óleo fixo, mucilagens, taninos , pigmentos, carotenóides (amarelos) e clorofila (verdes);
O extraído óleo da polpa possui glicerídeos de ácido oleico (ácido graxo monoinsaturado) 61% a 95%; 10% de compostos insaponificáveis, esteróis e ácidos voláteis, vitamina D (excede a quantidade da manteiga ou ovos).
As sementes do abacate possuem ácidos graxos, álcoois, compostos insaturados excepcionalmente amargos.
As folhas do abacate possuem 3% de óleo essencial de estragol e anetol.
Efeitos colaterais:
Reação alérgica ao abacate - isoladas à boca ou à garganta (síndrome da alergia oral: coceira na boca, garganta e língua inchada), mais raramente acompanhadas de outros sintomas como dificuldade de respirar, constrição torácica, cólica abdominal e diarreia.
Sensibilidade alérgica cruzada existe entre o abacate e melão (tipo Cantaloupe), pêssego, banana, castanhas, tomate, batata e kiwi.
Sensibilidade cruzada também foi observada em pacientes com alergia ao látex da borracha natural e abacates.
Este tipo de sensibilidade cruzada também é chamada de síndrome látex fruta ou alergia látex fruta.
O mecanismo inflamatório mediado pelo IgE mostrou-se similar em produzir reações alérgicas ao látex, banana e abacate.
Modo de usar :
Antidiarréico, após cada evacuação : 4g de folhas frescas (1 colher de sopa para cada 1/2 xícara de água) em infuso para uso interno.
Como diurético : A dosagem é 2 vezes ao dia, sendo que, a última, deve ser tomada antes das 17:00 horas. A dose não deve ser excedida sob pena de queda acentuada da pressão arterial.
Articulações com osteoartrite : 30g de folhas frescas + 60g de sementes raladas na hora para 11 de álcool de cereais a 63° e após filtragem, acrescenta-se 4 pedras de cânfora. Essa tintura pode ser aplicada diretamente sobre partes doloridas.
Ativar as funções hepáticas e biliares : O infuso para é feito com folhas novas e tomado em jejum e 30 minutos antes do almoço.
Desintoxicação do fígado : faça um chá das folhas secas e tome-o em goles, de hora em hora, durante todo o dia, repetindo por 15 dias.

Farmacológia
Um número limitado de estudos indica que o abacate reduz o colesterol e melhora o quadro lipídico.
O abacate também aparenta reduzir os sintomas da osteoartrite.
Derivados da semente supostamente possuem atividade anti-tumorigenica em roedores.
Os abacates são frequentemente incluídos em dietas saudáveis e evidência de pesquisas sugere que o abacate é muito eficaz na modificação do perfil lipídico.
O óleo do abacate foi usado extensivamente por sua suposta habilidade de acalmar e cicatrizar a pele.
Este uso é baseado no índice elevado de hidrocarbonetos na polpa e no óleo, que é provavelmente benéfico à pele seca.
Um flavonol condensado isolado da semente foi relatado de ter atividade anti-tumorigênica em ratos e ratos de laboratório.
Diversos compostos insaturados alifáticos e oxigenados encontrados na polpa e na semente do abacate mostraram, in vitro, uma atividade forte contra bactérias grampositiva, incluindo Staphytococcus aureus.
Em ratos, o abacate mostrou ter um efeito protetor na mucosa gástrica e também mostrou supressão experimental de danos hepáticos.
O mecanismo exato destas medidas protetoras está sendo investigado para uma potencial aplicação humana.
Interação medicamentosa:
Uma diminuição no efeito do anticoagulante da warfarina foi relatada em 2 pacientes após ingestão de abacate.
Os pacientes experimentaram uma queda no seu INR durante o consumo de abacate (100 e 200 g diariamente).
Quando o abacate foi eliminado da dieta a anticoagulação adequada foi restaurada.
Um paciente comeu abacate outra vez e experimentou uma nova diminuição no INR, que novamente aumentou quando o abacate foi eliminado da 


quinta-feira, 15 de junho de 2017

Controle Biológico da Broca das Cucurbitáceas




As broca-das-curcubitáceas como são conhecidas, atacam as folhas, brotos novos, ramos e , principalmente, os frutos do pepineiro. Os brotos novos atacados secam e os ramos ficam com as folhas secas. Nos frutos abrem galerias e destroem a polpa, acarretando seu apodrecimento e inutilização. A espécie D. nitidalis ataca os frutos de qualquer idade, enquanto D. hyalinata ataca as folhas e a casca dos frutos.


Dados biológicos


Diaphania nitidalis:

É uma mariposa de 30 mm de envergadura e 15 mm de comprimento. Tem coloração marrom-violácea, com asas apresentando uma área central amarelada semitransparente, e os bordos marrom-violáceos. A fêmea efetua a postura nas folhas, ramos, flores ou frutos, e suas lagartas, que são esverdeadas, atingem 20 mm de comprimento. Estas lagartas alimentam-se de qualquer parte vegetal, mas dá preferência aos frutos. Após o período larval, que é de, aproximadamente, 10 dias, transformam-se em pupas sobre folhas secas ou no solo, passando ao estágio adulto após 12 a 14 dias. O ciclo completo é de 25 a 30 dias. Estes insetos atacam com maior intensidade de setembro a maio, diminuindo no outro período do ano.



D. hyalinata: Tem as mesmas características da espécie anterior quanto aos hábitos e ocorrência.

Controle

As lagartas de D. hyalinata são controladas mais facilmente, pois tem o hábito de se alimentar das folhas, enquanto as lagartas de D. nitidalis concentram seu ataque nas flores e nos frutos, onde penetram rapidamente. Por essa razão é de controle mais difícil.
Com o objetivo de restringir ou até abolir a utilização de agroquímicos que são utilizados indiscriminadamente em lavouras de pepino para conserva, visando o controle de brocas, a Estação Experimental de Itajaí desenvolveu trabalho de controle da broca, utilizando um produto conhecido como Bacillus thuringiensis var. kurstak (Dipel PM), com resultados surpreendentemente positivos.
Alguns procedimentos devem ser adotados pelo produtor para que tenha êxito:
a) a área do plantio deverá estar isenta de plantas hospedeiras das brocas, como abobrinha, abóboras, melão melancia e outras cucurbitáceas.
b) Aplicar o Bacillus thuringiensis em toda a planta logo no início do ataque das lagartas. Usar a dose de 1 grama/Litro de água, acrescido de 1,5 ml de Agr`óleo (espalhante adesivo).  Repetir a cada cinco (5) dias, sempre no final da tarde. Caso chova no dia seguinte ao da aplicação, repete-se a pulverização.
c) Utilizar pulverizador exclusivo para produtos biológicos. Evitar contaminações do Bacillus thuringiensis com produtos químicos.

Conservação do produto

Armazenar o produto longe de produtos químicos, protegendo da luz solar e do calor.
Depois de aberto o pacote para o uso, fechar bem e guardar dentro de lata fechada para se evitar umidade, luz e calor sobre o Bacillus thuringiensis.


Resultados de pesquisa

Para os resultados do controle das brocas com aplicação de Bacillus thuringiensis, chamamos a atenção para o controle observado durante o cultivo de outubro a dezembro. A baixa porcentagem de frutos brocados neste período foi em face do escape promovido pelo pela época desfavorável ao desenvolvimento da broca, saída de inverno (Figura A).
Observa-se que no cultivo de março a maio, mais da metade dos frutos da testemunha foram brocados, por ser uma época muito favorável às brocas, saída de verão (Figura B).
Utilizar-se de períodos de escape é uma estratégia inteligente, e que o produtor deve aproveitar.

Controle de brocas de pepineiro (Marinda) com Bacillus thuringiensis var. kurstak, por meio de aplicações de Dipel PM 1g/L, em intervalos de 5, 7 e 9 dias.  Figura A: Cultivo de outubro a dezembro; Figura  B: Cultivo de março a maio.





Fotos dos adultos e lagartas das brocas do pepineiro 

Diaphania nitidalis




Diaphania hyalinata




domingo, 11 de junho de 2017

Óleo de Copaíba (Copaifera officinalis L)



Crescem na Amazônia, nas bacias do Orenoco e do rio Amazonas algumas espécies de árvores que quando tem o seu tronco cortado, ou perfurado, segregam uma resina ou líquido transparente. Dessa resina se obtém o chamado "bálsamo de Copaíba", que já era empregado medicinalmente no século XVII, na América, para combater doenças venéreas que hoje chamamos DST' s.

Esse bálsamo contém um óleo essencial e uma resina onde predomina o ácido copaíbico, que é eliminado pelos rins, atuando como anti-séptico (já comprovado científicamente pela Fiocruz, RJ) e antiinflamatório sobre as mucosas genitais e urinárias. O balsamo também é eficaz no tratamento da blenorragia e também é utilizado  em casos de bronquite. A ela é também atribuída a propriedade anticancerígena. O uso do bálsamo da copaíba não deve exceder a 1 colher de sobremesa/dia, (5g) duas vezes, sendo desaconselhável seu uso por mais de 10 dias seguidos, devido ao possível aparecimento de problemas cutâneos (erupções) e também transtornos digestivos.

fruto da Copaíbeira
Da família das leguminosas, a Copaibeira - Copaifera officinalis L. - é uma árvore que predomina nas regiões tropicais da América do Sul, especialmente no Brasil, na Colômbia e Venezuela, ocorrendo também nas Antilhas. Tem belo porte, atingindo até 20 metros de altura, com flores brancas que crescem em espigas. Seu fruto é uma vagem oval que contém uma única semente.Sua madeira é amplamente empregada na construção civil na fabricação de vigas, caibros e ripas, batentes e janelas. Seu nome de origem vem do tupi que significa "árvore de depósito". É também conhecida como Copaíva.

 Ameaçada pela biopirataria
 A biopirataria,  prática ilegal de exploração, manipulação, exportação e comercialização de recursos biológicos de um país a outro, está ameaçando espécies da amazônia, dentre elas a Copaíba que teve sua patente registrada pela empresa francesa Technico-flor(1993),  e no ano seguinte na Organização Mundial de Propriedade Intelectual. Uma empresa norte-americana (Aveda) tem uma patente de Copaíba, registrada em 1999. Saiba mais sobre a biopirataria  no site Amazonlink.org no link http://www.amazonlink.org/biopirataria/copaiba.htm.

É preciso tornar a biopirataria um crime ambiental
A Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI) vem mostrando crescente preocupação sobre o tema do patenteamento na área de biotecnologia. A OMPI é uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) e tem como responsabilidade a administração de assuntos ligados à propriedade intelectual.
A grande questão, que tem a chancela de especialistas em meio ambiente e em propriedade  intelectual, é a definição de formas para proteger os recursos naturais, como plantas e microorganismos. Isso evitaria o patenteamento de plantas naturais da Amazônia, como o cupuaçu, a andiroba, a ayahuasca (Santo Daime) e a copaíba, por empresas americanas, japonesas, francesas e inglesas. A empresa japonesa Asahi Foods Co. Ltd., por exemplo,registrou patentes do óleo da semente do cupuaçu e do cupulate (chocolate de cupuaçu) nos Estados Unidos, Japão e Europa. A denúncia foi feita no ano passado pela ONG Amazonlink.
Detentor de 22% da biodiversidade do planeta, o Brasil tornou-se há muito tempo alvo dos denominados "biopiratas", que entram e saem do país levando nossas riquezas biológicas e ganham fortunas em cima de produtos gerados com nossas plantas. Essa preocupação é global. Durante a Convenção de Biodiversidade, realizada no ano passado, em Haia, Holanda, representantes de cerca de 180 países assinaram um acordo mundial para impedir que fabricantes de remédios e empresas da área de biotecnologia se apossem de conhecimentos sobre plantas medicinais de países em desenvolvimento e obtenham lucros com a patente dos produtos. Estima-se que no mercado mundial de medicamentos, 40% dos remédios são provenientes de fontes naturais. Cerca de 25 mil espécies de plantas são usadas para a produção.

Benéficios

O óleo de copaíba que é extraído da árvore de mesmo nome, a copaíba, tem revelado diversas propriedades benéficas e medicinais para o corpo humano. Hoje veremos tudo sobre o óleo de copaíba, seus benefícios e também para que serve. Listaremos seus incríveis benefícios para o corpo e sua evidente ação anti-inflamatória no organismo.

Quais são os benefícios do óleo de Copaíba?
O óleo de copaíba conta com ácido canrenoico e também cariofileno, que são as duas propriedades mais importantes nos seus benefícios para o corpo. Graças a estas duas propriedades, o óleo de copaíba é um poderoso anti-inflamatório natural e também antibiótico.



Para que serve o óleo de Copaíba?
Por ser um evidente e poderoso anti-inflamatório e antibiótico natural, o óleo de copaíba é indicado para o alívio de dores musculares, ativação da circulação, desintoxicação do organismo, antisséptico, expectorante, laxante e etc. Além disso, o óleo de copaíba também é muito indicado para tratamentos capilares e da epiderme.
De uma forma simples, o óleo de copaíba é indicado e serve para os seguintes casos:

Alívio e relaxamento de dores musculares
Ativação da circulação sanguínea
Anti-inflamatório para as mais variadas inflamações do corpo, aliviando inchaços por exemplo
Antibiótico natural poderoso
Tratamento rejuvenescedor da pele e cabelo
Laxante natural e também eficiente diurético
Combate a irritação da pele
Tratamento de artrite
Como fazer uso do óleo de copaíba
A administração do óleo de copaíba pode ser feita de forma segura se o mesmo for utilizado de forma externa sobre a pele ou mesmo cabelos. Como veremos adiante, é recomendado que sua ingestão seja feita apenas sob a orientação médica.

Com o óleo de copaíba em mãos, é possível aplicar de 2 a 3 gotas sobre o local onde deseja-se alcançar os benefícios desejados. Em casos de irritação na pele, é possível aplicar o óleo diretamente sobre a área afetada uma vez ao dia, durante uma semana.

Para o tratamento de fortalecimento e rejuvenescimento capilar, 3 a 4 gotas do óleo podem ser aplicadas diretamente sobre o cabelo, massageando o couro cabeludo por cerca de 5 minutos após o banho diariamente, por, pelo menos, duas semanas.



Dica:
Você pode adquirir cremes hidratantes ou mesmo sabonetes que possuam o óleo de copaíba em sua composição, desta forma a aplicação será muito mais fácil. No caso do sabonete, você poderá utilizá-lo diariamente no banho. As pessoas mais dadas ao artesanato podem inclusive fabricar os próprios sabonetes com óleos de copaíba, neste caso basta adicionar cerca de 10 a 15 gotas por sabonete.

Onde adquirir o óleo de copaíba
Ainda não é muito comum encontrar o óleo de copaíba em supermercados, embora alguns já ofereçam este produto em seus departamentos de higiene. O óleo de copaíba é facilmente encontrado em farmácias e lojas de produtos naturais ou de manipulação. Em geral pode ser adquirido em um pequeno frasco ou mesmo grandes recipientes diluídos.

Contraindicações do óleo de copaíba
Em questões gerais, o óleo de copaíba deve ser administrado diretamente sobre a pele para tratar as mais diversas questões já indicadas. Há casos em que o óleo de copaíba deverá ser ingerido para que tenha efeitos mais evidentes no organismo. Neste caso, no entanto, é importante observar que a recomendação de um médico é importante, pois a ingestão deliberada e sem acompanhamento médico do óleo de copaíba pode ser perigosa, pois altas quantidades de óleo são tóxicas para o organismo.
Portanto, antes de iniciar qualquer tratamento com o óleo de copaíba é importante que um médico seja consultado e receite a ingestão do óleo caso julgue necessário.




quarta-feira, 7 de junho de 2017

O Poder das Frutas: Receitas Diet



Para combater o cansaço, aprenda a incorporar mais frutas em sua rotina, principalmente as energéticas, aquelas que possuem alto teor calórico e são capazes de aumentar a sua disposição e fortalecer o seu organismo. 
Ricas em açúcares naturais, essas frutas são perfeitas para quem pratica algum esporte ou possui uma rotina intensa de trabalho . E acredite, o que não faltam são opções acessíveis. A banana, por exemplo, disponível o ano inteiro, é rica em vitaminas e minerais. Já a maçã, além de ser fonte de frutose, produz um tipo de ácido que é extremamente eficiente na produção de energia para o corpo.


Receita de iogurte de banana diet

Rende 4 porções (1 porção – 49,7 cal)

Ingredientes

3 bananas prata pequenas (150 gramas)
2 colheres de chá de gelatina (8 gramas) derretida com 4 colheres de sopa de água
1 xícara de água (200 ml)
1/2 xícara de iogurte natural dietético ( 100 gramas)
2 colheres de chá de suco de limão (10 ml)
4 envelopes de aspartame (4 gramas)

Preparo

Bata no liquidificador todos os ingredientes. Reparta em 4 taças e leve à geladeira por 1 hora.

Obs.: 1 porção desta receita equivale a 1 porção de fruta



Receita de iogurte de ameixa fresca vermelha diet

Rende 3 porções (1 porção – 46,4 cal)

Ingredientes

5 ameixas (140 gramas)
2 colheres de chá rasas de gelatina (8 gramas) derretida com 4 colheres de sopa de água
1/2 xícara de água (100 ml)
1/2 xícara de iogurte natural dietético (100 gramas)
8 envelopes de aspartame (8 gramas)

Preparo

Bata no liquidificador todos os ingredientes. Reparta em 3 taças e leve à geladeira por 1 hora.

Obs.: 1 porção desta receita equivale a 1 porção de fruta.



Receita de iogurte de abacaxi diet

Rende 4 porções (1 porção – 56,1 cal)

Ingredientes

2 fatias de abacaxi (200 gramas) cozido com 1/4 de xícara de água, até secar
1 colher de sopa rasa de gelatina (12 gramas) derretida com 5 colheres de sopa de água
1 xícara de iogurte natural dietético (200 gramas)
4 envelopes de aspartame (4 gramas)

Preparo

Bata no liquidificador todos os ingredientes, reparta em 4 taças e leve à geladeira por 1 hora

Obs.: 1 porção desta receita equivale a 1 porção de fruta








domingo, 4 de junho de 2017

Pixirica (Leandra australis)



Introdução

É a nossa "blueberry" da mata Atlântica. 

Os frutos são ricos em antocianinas, um poderoso antioxidante.

Características

As plantas de L. australis são arbustos pequenos, comuns em beira de estradas, caminhos e trilhas, e possuem folhas ovais com uma coloração verde escura característica, e venação basal ou curtamente suprabasal. As inflorescências possuem indumento vermelho escuro a nigrescente, e flores com corola alva e estames amarelos. Pode ser confundida com L. xanthocoma, que difere pelos estames maiores (anteras com até 5,0 mm compr.) e ovário com 4 lóculos (CAMARGO, 2008, p. 43).

Porte

0,5-3,0 m alt.

Caule

Ramos jovens cilíndricos, com indumento estrigoso a hirsuto, tricomas 3,0-4,5 mm compr., e estrelado, ambos moderado a denso.



Folhas

Folhas com pecíolos 0,8-2,4 cm compr.; lâmina 6,510,5 X 3,0-6,0 cm, membranácea, oval, ápice agudo a acuminado, margem denticulada, base obtusa, nervuras 5 a 5+2 basais a curtamente suprabasais; face adaxial com indumento estrigoso, moderado a denso, tricomas 2,0-3,3 mm compr., face abaxial com indumento pubescente, esparso a moderado, tricomas 1,5-2,0 mm compr., e estrelado, moderadamente denso. Panículas 10,516,5 X 4,5-8,5 cm; brácteas 2,0-4,3 X 0,61,0 mm, lineares a lanceoladas, ápice aristado; bractéolas 0,81,5 X 0,4-0,6 mm, oblongas a lanceoladas, ápice aristado (CAMARGO, 2008, p. 42).



Flores

Flores 5-meras, hipanto 3,5-4,3 X 2,0-3,0 mm, campanulado, indumento hirsuto, moderado, e estrelado, esparso; cálice com tubo 0,3-0,5 mm compr., lacínias internas 1,01,5 mm compr., triangulares, ápice agudo, lacínias externas 2,3-3,0 mm compr., lineares, ápice aristado; pétalas 3,3-4,3 X 1,01,4 mm; estames 10, com conectivo 2,5-3,8 mm compr., dorsalmente espessado, inapendiculado; antera 2,5-3,8 mm compr., amarela; ovário 1,8-2,6 X 1,31,7 mm, 3-locular, ápice glabro, estilete 7,010,0 mm compr., glabro (CAMARGO, 2008, p. 42).



Frutos

Frutos 5,0-6,0 X 4,0-4,5 mm, 150-300 sementes, 1,01,2 X 0,5-0,7 mm, piramidais a reniformes (CAMARGO, 2008, p. 42).

Frutas pilosas, cremosas, micro sementes quase invisíveis. Pura, é doce doce, sem nenhuma acidez, com gosto de açúcar. 

Cultivo

Na sombra fica densa e produz pouco, no sol fica desgalhada e produz muito, muito.


Colheita

As frutas amadurecem de um dia para o outro.
Partes utilizadas

Frutos

Armazenamento

Tem boa duração pós-colheita, não murcha nem embolora, apenas fica meio opaca por estar na geladeira.

Dispersão

Zoocórica.

Utilização

Os frutos maduros são ricos em antocianinas, que são um importante composto alimentar.

São comestíveis e popularmente chamados de tinge-língua, por causa da coloração roxo-escura dos frutos. 

Servem para o fabrico de geleias, sucos, sorvetes, licores e polpa congelada.

Uso culinário

O único problema é que a casca da fruta é grossa, como a de uma jabuticaba. Quebra tranquilamente nos dentes, mas para geleia a textura fica pedaçuda. 

O ideal foi fazer uma geleia com as frutas inteiras, amassar de leve com a colher de pau e passar pela peneira. O resultado foi um azul-celeste muito bonito.

Habitat

Planta heliófita, ruderal, desenvolvendo-se em orla de matas e capoeiras na Mata Atlântica, na Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Densa e Floresta Estacional Semidecidual.

Dist. Geográfica

(Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro), Sul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul) (SOUZA, 2010).

Observações

Existe outra espécie chamada popularmente de "pixirica", também da família das Melastomatáceas e comestível. É o fruto da Clidemia hirta. Essa sim é mais saborosa, com sabor mais pronunciado. 

Cresce em locais úmidos e sombreados, ou seja, predomina aqui no sudeste na Mata Atlântica.